Covid-19: Ex-Ministro da Saúde Luiz Mandetta pede reflexão ao presidente Bolsonaro

Autoridades, políticos e ex-integrantes do governo Jair Bolsonaro se manifestaram após o presidente afirmar, nesta terça (7), que testou positivo para Covid-19. O petista Fernando Haddad afirmou que lamentava pelos 1,6 milhão de infectados "e pelo fato de nós termos entre nós o pior gestor de crise do mundo". E disse ainda: "Desejo que todos se restabeleçam, inclusive Bolsonaro".

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta também se manifestou.

"Mais uma confirmação de que a doença está com circulação extremamente ativa", disse o ex-ministro à GloboNews. "Eu acho que, no Distrito Federal, aí em Brasília, quem estava se expondo muito, quem muito se expõe, tem alta chance de contrair, porque está com alta circulação. São as noticias que a gente vê, os números que a gente vê."

"Agora, a gente torce pela recuperação pronta, pelo restabelecimento da saúde ao Presidente da República, a gente quer que ele tenha sintomas leves, atravesse isso de uma maneira bem tranquila, mas, ao mesmo tempo, reflita sobre todas as pessoas que não têm acesso a ressonância magnética no primeiro dia, médico privado, reserva de leito de CTI...", completou.

Veja as principais frases do presidente Jair Bolsonaro ao anunciar que contraiu a Covid-19, nesta terça-feira (07), em entrevista a emissoras de TV:

 

"Parece que ela [Michelle Bolsonaro] fez, acabou de fazer o exame. Ela é a primeira suspeita, afinal de contas está comigo aí grande parte do dia. Participou de muitas atividades juntas e, não sei."

"Pode ver, fui muito criticado pelas minhas posições no passado. O objetivo final do isolamento social não é dizer que você não vai contrair o vírus, é fazer com que esse vírus fosse diluído ao longo do tempo para evitar que houvesse acúmulo em hospitais por falta de leitos de UTIs ou de respiradores."

"Todo mundo sabia que ele [o vírus] mais cedo ou mais tarde ia atingir uma parte considerável da população, como tem muita gente. Eu por exemplo, se eu tivesse feito o exame, não saberia, né, do resultado. E ele acabou de dar positivo. Deu positivo."

"Começou domingo com certa indisposição e se agravou durante o dia de segunda-feira, com mal-estar, cansaço, um pouco de dor muscular, febre chegou a bater 38. Com esses sintomas, com o médico da Presidência apontando para contaminação por Covid-19, fomos fazer uma tomografia no hospital das Forças Armadas aqui em Brasília. Os pulmões estavam limpos. Ou seja, não tinham nada de opaco."

“Dados os sintomas, equipe médica resolveu aplicar hidroxicloroquina. Tomei ontem por volta das 17h o primeiro comprimido. Também azitromicina. Todo aquele composto foi ministrado e confesso que, eu como acordo muito durante a noite, depois da meia-noite consegui sentir alguma melhora. Às cinco da manhã, tomei a segunda dose da cloroquina e, confesso pra vocês, estou perfeitamente bem.”

"Tendo em vista esse meu contato com povo, bastante intenso nos últimos meses, eu achava até que já tivesse contraído e não percebido - como a maioria da população brasileira que contrai o vírus não percebe o problema, a contaminação."

"O que eu posso falar para todo mundo aqui. Esse vírus é quase como, eu já dizia no passado e era muito criticado, era como uma chuva, né, vai atingir você, né? Alguns, não. Alguns tem que tomar um maior cuidado com esse fenômeno por assim dizer."

"No meu entender, houve superdimensionamento, sabemos da fatalidade do vírus para aqueles que têm certa idade, como eu, acima de 65, bem como aqueles que têm comorbidades. Isso o vírus poderia ser decisivo e levar a óbito."

“Como cidadão, vou continuar seguindo o protocolo, despachando por videoconferência e raramente recebendo uma ou outra pessoa pra assinar algum documento.”
"Estou bem, estou normal, em comparação a ontem [segunda], estou muito bem. Estou até com vontade de fazer uma caminhada, mas, por recomendação médica, não farei."
"Vou perguntar para o médico, acredito que segunda-feira seja um momento de fazer novo exame [de Covid-19"

"Temos que nos preocupar com o vírus? Sim. Mas também com a questão do desemprego, que está aí."

"A vida continua. O Brasil tem que produzir. Você tem que botar a economia pra rodar. Alguns falavam no passado, me criticando, que economia se recupera, vida não. Olha, isso é uma verdade absoluta. A vida sei que ninguém recupera, mas a economia não funcionando leva a outras causas de óbito, de mortes, de suicídio no Brasil. Isso foi completamente esquecido."

"Vamos tomar cuidado, em especial com o mais idosos e que têm comorbidade, os mais jovens tomem cuidado, mas se forem acometidos do vírus, fiquem tranquilos que para vocês a possibilidade de algo mais grave é próximo de zero."

G1