No dia 29 de maio de 2010, conselheiros da Univasf reagem a ruptura estabelecida pelo reitor pro tempore, professor Paulo Cesar Fagundes, fazendo circular nota de repúdio.
Conforme publicado com exclusividade na redeGN, ontem dia 29, o reitor pro tempore durante reunião com 67 conselheiros presentes, de acordo com a nota, "proporcionou um espetáculo dantesco, vergonhoso que se mostrou incompetente para conduzir uma reunião de praxe, abandonando-a sem explicações e justamente no ponto de pauta em que seria discutida a situação dos pró-reitores que tiveram os nomes rejeitados pelo Conselho Universitário e mantidos pelo Reitor temporário".
Confira na integra Nota Conselho Universitário da Unifasf:
Caros(as) colegas a universidade é um espaço público onde devem vicejar as reflexões, os conhecimentos e técnicas, em clima de normal aceitação das contradições, das diferentes visões de mundo, da liberdade de pensamento e de criação. Tem de ser, obrigatoriamente, lugar da convivência plural da sociedade pelas responsabilidades que a sua missão impõe para além das disputas de poder e acima dos interesses pessoais ou grupais. Portanto, é dever do seu dirigente respeitar as suas instâncias superiores e os sujeitos que as integram por direito, compreendendo a legitimidade de quem ali chegou por deliberação dos seus órgãos colegiados.
O Conselho Universitário da UNIVASF reunido em sessão ordinária, no dia 29 de maio de 2020 e com 67 conselheiros presentes, vivenciou um espetáculo dantesco, vergonhoso de um Reitor Pró-Tempore que se mostrou incompetente para conduzir uma reunião de praxe, abandonando-a sem explicações e justamente no ponto de pauta em que seria discutida a situação dos pró-reitores que tiveram os nomes rejeitados pelo Conuni e mantidos pelo Reitor Pró-Tempore e proposta de nota de esclarecimento desse Conselho a ser divulgada no site da UNIVASF como direito de resposta a nota publicada pelo Reitor Temporário. Neste momento, ele deixou a sala de reuniões via conferência web da Rede Nacional de Pesquisa apenas dizendo que o expediente se encerrava às 18h e ele tinha outros compromissos, quando apenas um item da pauta tinha sido deliberado e a plenária manifestando-se positivamente para continuar o debate e deliberações, uma vez que havia quórum e um representante legal que poderia dar continuidade a reunião, o Vice Reitor, substituto natural em eventos como esse. Lamentavelmente, estamos no dizer de Eric Hobsbawm (2013, p. 9-10), vivendo na UNIVASF “Tempos Fraturados”, com a perda de rumo, uma instituição desgovernada, desorientada e com dias tenebrosos.
A democracia e o respeito à vontade da comunidade que não elegeu essa gestão que aí chegou por imposição política, sem o voto dos atores que a constrói, estão com enormes fissuras. Essa gestão descomprometida e sem lastro democrático, desconhece o sentido público da universidade como instituição social, pretendendo anular o sujeito moral exigido pela cidadania consciente e participativa, para emergir o protecionismo, a troca de favores, o desrespeito aos Conselheiros da instância mais importante da universidade e o ódio, na tentativa de apagar o projeto civilizatório que foi construído nesses últimos anos.
Como partícipes da Educação Superior, os Conselheiros em suas diversas categorias entendem a universidade como campo de disputas de poder que envolvem ideias e lugares sociais distintos e frequentemente conflitantes, nos currículos dos cursos, nas estruturas de ensino, de pesquisa e de extensão, mas respeitando-se as regras e os instrumentos legais que regem a instituição. É da missão da UNIVASF enquanto instituição pública democrática, quando mergulhada nos encontros e desencontros do seu cotidiano, conduzir a sua política educacional com respeito às diferenças e as contradições vigentes na coletividade, assumindo suas responsabilidades na construção do bem comum.
Estamos reagindo a tamanho descalabro. Não ficaremos calados diante de tamanha afronta à Educação Pública e a toda a comunidade que a financia.
Conselho Universitário Univasf
Petrolina 29 de Maio de 2020.
A íntegra da Nota AQUI
7 comentários
31 de May / 2020 às 20h49
A reunião tinha teto de horário, definido desde o início entre todos. E o teto era 18h.. Neste caso, apesar da retórica criada, o Reitor apenas cumpriu o horário. O que não fosse discutido ficaria para a próxima reunião, certamente extraordinária; todos sabiam disso...
31 de May / 2020 às 20h52
No final, como é de costume agirem, esse grupo tentou mudar, em benefício próprio e das suas manobras políticas, as regras pré-estabelecidas. Parabéns ao Reitor por não ter se sujeitado aos caprichos desses produtores de fake News e desinformação.
31 de May / 2020 às 20h53
O Reitor, demais integrantes da mesa, bem como a equipe técnica de apoio, estavam trabalhando presencialmente na Universidade... Os conselheiros que resolveram estender mais ainda a reunião, contrariando o que fora estabelecido no início, estavam no conforto dos seus lares, com tempo inclusive para estar produzindo e difundindo factóides e fake news nas redes sociais...
31 de May / 2020 às 20h55
Não é porque o mandato é provisório, enquanto a justiça verifica e decide sobre as possíveis irregularidades apresentadas, que o Reitor Pro Tempore deve se sujeitar às manobras políticas, farsas e dissimulações desse grupo de profissionais do vitimismo, os quais já deram claras evidências de que não estão preocupados com a universidade, mas com os seus próprios interesses.
31 de May / 2020 às 20h56
Gestão Pro-Tempore é um instrumento legítimo da democracia brasileira. Não é instrumento dá vontade pessoal do presidente A ou B, como dissimuladamente essas pessoas, servidores públicos federais, tentam desinformar a sociedade. Ocorreu na Univasf durante o governo Dilma e agora durante o governo Bolsonaro. Ambos os casos tiveram como causa justamente as manobras políticas e a inobservância de dispositivos legais por parte de conselheiros que agora vem aqui destilar o seu vitimismo profissional na tentativa de desestabilizar o trabalho técnico que vem sendo desenvolvido pela gestão provisória.
31 de May / 2020 às 20h58
Diante dessas ações descabidas, distorção de conceitos e da realidade, dissimulações, vitimismo profissional e toda sorte de mimimi diante de uma gestão que todos sabem ser provisória, o que temem de fato os integrantes desse grupo...??
31 de May / 2020 às 21h01
Diante dessas ações descabidas, distorção de conceitos e da realidade, dissimulações, vitimismo profissional e toda sorte de mimimi diante de uma gestão que todos sabem ser provisória, o que temem de fato os integrantes desse grupo...??