A embriaguês do poema, trajado de luto, na corda bamba bambeia seguindo o funeral de um lavrador de canções. A tristeza cai em um mata-borrão, que suga cada gota de lágrima, que escorre por sobre as rugas do tampo do violão de João.
Desencarna hoje a poesia de Aldir Blanc, e as nuvens que chupavam as manchas torturadas de um Brasil inerte, escurecem para chover na cova, e florir a lápide do maior compositor da música brasileira.
Cala-se hoje a voz do pensamento libertário, de um gigante em sua própria natureza. Chora a nossa pátria mãe gentil, choram Marias e Claríces, choram todas as Elises, cantam todos os Joões; em sua homenagem.
Vá em paz, e no que depender de nós: Poetas, cantores, cantadores, e letristas; seguiremos à risca todos os seus ensinamentos.
*Maciel Melo-cantor e compositor
Espaço Leitor
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