Com o lago de Sobradinho acima dos 84% da sua capacidade de armazenamento, a Chest anunciou dia 14, através de nota, o aumento da vazão na Barragem de Sobadinho para 1.600 m3/s já a partir desta quarta-feira (15).
Moradores e pescadores do bairro Angari, Juazeiro, Bahia cobram que não há aviso prévio por parte da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF), orientando sobre o aumento das vazões.
A cobrança também é estendida para a direção do Serviço de Água e Saneamento AmbientaL (SAAE) e da Defesa Civil. Segundo os moradores existe um "descaso e dizem que estão monitorando e que trabalho é este que a Defesa Civil não tinha conhecimento que a vazão ia subir".
A moradora Edmara Silva, acusa que "as notícias só chegam através do blog e da rádio e assim mesmo é avisando que a água já subiu". De acordo com ela não existe um aviso prévio. Walter Souza aponta um certo "releixo" da Defesa Civil e SAAE na área e que a Chesf só se preoucupa em soltar água e gerar energia".
"Todos os orgãos, público federal e municipal já poderiam ter desapropriado esta área de risco e ter colocado os moradores do bairro Angary num outro área de segurança e próxima também ao rio São Francisco, mas com segurança". De acordo com Valter se "fala que estão monitorando mas não se aprofunda sobre o assunto, tipo, algo que possa ser posto em prática".
A dona de casa Zenaide de Souto, 55 anos, morava no local em 1979 e também nas cheias de 1992. "É a gente e Deus. Não há um planejamento e ninguém nos informa do que realmente está ocorrendo. Só vamos assistindo a água subindo", diz a moradora.
As elevações periódicas de vazão, que provocam o extravasamento das águas da calha principal do rio para suas áreas marginais, e a ocupação intensa e desordenada das várzeas inundáveis, geraram a necessidade de um conhecimento detalhado e espacializado da planície de inundação do Rio São Francisco no trecho entre Sobradinho, Bahia e Itaparica,Pernambuco.
A redeGN teve acesso a este relatório do Mapeamento das Áreas Inundáveis nas margens do Rio São Francisco, onde foram consideradas como áreas críticas às zonas ribeirinhas urbanas dos municípios de Juazeiro e Petrolina, com destaque para a parte ribeirinha do Bairro Angary e da orla fluvial em Juazeiro, que se encontram abaixo do cais de proteção da cidade, e o Balneário da Ilha do Rodeadouro (Petrolina), localizado a aproximadamente 15 km a montante da cidade de Petrolina.
Confira nota: Defesa e Civil e SAAE monitoram situação do Angari
A Defesa Civil do Município de Juazeiro esclarece que está em contato direto com o pessoal da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF) acompanhando as informações sobre a vazão na Barragem de Sobradinho e o aumento no volume de água do Rio São Francisco, monitorando, principalmente, a situação do bairro Angari, mais próximo da margem do rio em Juazeiro. De acordo com Edmilson Duarte, coordenador do órgão em Juazeiro, até o momento não existe risco de alagamento, entretanto tanto a Defesa Civil como o Serviço de Água e Saneamento Ambiental – SAAE, estão atentos e fazendo todo o monitoramento, caso aconteça algum imprevisto. "Estamos também em contato com todas as secretarias do município, em especial a de Desenvolvimento Social, para agirmos caso seja necessário", disse Duarte.
O SAAE concluiu recentemente o esgotamento sanitário em todas as ruas do bairro e, em parceria com a Secretaria de Serviços Públicos (SESP) foi realizada uma limpeza geral as margens do rio, melhorando assim o fluxo da água.
Antonio Pedro – SAAE
Redação redeGN Fotos Ney Vital
8 comentários
15 de Apr / 2020 às 21h04
Pelo que me consta, o rio está morredo ,como pode tá cheio ? a mídia e os ribeirinhos tem divulgado isso amplamente !
15 de Apr / 2020 às 23h30
Constrói casas nas margens dos rios até mesmo dentro dos tios mesmo sabendo do perigo depois o rio é o culpado agora querem indenização.
15 de Apr / 2020 às 23h39
Aí é o leito do rio. Nem eram para tá morando aí né.
16 de Apr / 2020 às 07h41
É tão fácil julgar nós moradores do angary né,por que vcs não vem aqui e conhece nossa real situacao e depois criticar algo,tenham mais empatia,mas amor ao proximo!
16 de Apr / 2020 às 09h21
Muinta gente do Calgary já foram indenizados para saírem de lá. Mas voltaram.e agora culpa o poder público
16 de Apr / 2020 às 09h24
a prefeitura já deveria a muito tempo retirar todos dessa área e colocar em casas populares e fiscalizar para que não retornen porque muita gente quer entar no ceu sem caber, ou seja no rio.
16 de Apr / 2020 às 12h27
A área de invasão defronte a estátua do Nego D'água é mais recente e a Prefeitura não fez nada para coibir. O único jeito agora é indenizar esses moradores e tirá-los de lá.
16 de Apr / 2020 às 16h35
Só demonstra a necessidade dessas pessoas serem realocadas para outro lugar. Essa vila, tão proximo da margem do rio não deveria nem existir. Apesar do simbolismo histórico importante, nada a acrescentar o angari tem, muito pelo contrário, é um lugar que oferece risco a quem mora ai. Tem tanto espaco vazio na cidade, faz uma pequena vila urbana nas proximidades, em um terreno decente e coloca esse povo. Isso vai acbar em tragédia... vai vendo