Familiares da jovem parturiente Juliana Conceição Silva enviaram vídeos e áudios à RedeGN relatando o sofrimento da mesma desde esta sexta-feira, dia 03 de abril, nas dependências da Maternidade Municipal, em Juazeiro (BA).
Segundo Nelson que conversou com a nossa reportagem, Juliana está internada desde o dia passado e os médicos alegaram que não podem fazer a cesária “porque há risco de morte da paciente, mas ela está sofrendo porque as crianças (gêmeos) estão mortas na barriga, a ultrassom comprovou isso” afirmou o denunciante.
“Eles ficam só aplicando medicamentos e pedindo pra ela retornar pra casa. Como, se as crianças estão mortas e Juliana sentindo muitas dores? Vão esperar ela morrer para tomar uma providência?” questionou.
SESAU se pronuncia sobre paciente no Hospital Materno Infantil de Juazeiro
Sobre o caso da paciente, a Secretaria da Saúde informa que ao chegar ao Hospital Materno Infantil na quarta-feira (01/04) a mesma se queixava de dor, sem sinais de trabalho de parto, nem alteração na auscultar cardíaca dos fetos. Trazia o cartão de pré- natal mostrando que havia iniciado tardiamente o acompanhamento realizando apenas uma consulta durante toda a gestação (tendo registro de faltas às consultas), nenhum exame complementar e que é tabagista.
Na emergência obstétrica do HMIJ foi examinada pela equipe de enfermagem, médico obstetra e medicada. Foi feito ainda agendamento de ultrassonografia para sexta-feira (03/04). Neste exame foi constatado que os fetos estavam sem sinais vitais e alterações sugestivas de ‘Síndrome Transfusor Transfundido’ - patologia que causa excesso de fluxo sanguíneo para um dos gêmeos e falta para o outro, podendo ser causa de sofrimento fetal para ambos até evoluir para óbito fetal. Geralmente tal patologia é identificada durante o pré-natal.
Ao ser internada, a paciente foi esclarecida a respeito dos riscos e benefícios da cesareana e do parto normal e consentiu em realizar o processo de indução de parto. Geralmente, nas situações de óbito fetal, a via de parto preferencial é a via vaginal, objetivando reduzir riscos e danos ao organismo materno, preservando-o para gestações futuras, já que o parto normal tem menor risco de hemorragia, infecção e dor crônica entre outros.
A paciente em questão teve toda assistência da equipe do HMIJ, com evolução satisfatória do trabalho de parto. O parto vaginal aconteceu na manhã deste sábado (04/04), sem intercorrências. A paciente e sua acompanhante estavam tranquilas no momento do parto. A todo momento, a equipe preservou a privacidade da gestante e a acolheu com respeito. No momento, a paciente encontra-se em boas condições clínicas.
Para uma gestação saudável e segura, é necessário que a mulher inicie o pré-natal assim que descubra a gestação, sendo realizando um número mínimo de seis consultas durante os nove meses da gravidez, para que sejam identificadas anormalidades e sempre que possível, tratadas.
A secretaria se solidariza com a família neste momento de dor e estará prestando toda a assistência necessária para continuidade do tratamento adequado da paciente.
Veja o vídeo:
Redação redeGN
1 comentário
04 de Apr / 2020 às 16h01
absurdo , esse governo dessa cidade já deu o que tinha que dar