Advogado solícita melhor infraestrutura para garantir internet de qualidade para usuários durante período do coronavírus

A alteração na rotina da população brasileira com o avanço do coronavírus tende a sobrecarregar parte da infraestrutura de internet. O cálculo é simples: crianças fora do colégio passam a consumir vídeos do YouTube e a jogar videogame online em casa.

Profissionais que usavam a rede corporativa para trabalhar agora fazem videoconferências e usam o streaming em horários e locais em que as redes estavam ociosas.

Neste contexto o advogado Junior Parente, presidente da Organização Não Governamental Parque Asa Branca (Museu do Gonzagão), em Exu, Pernambuco, cobrou nesta quarta-feira 25, das autoridades federais, estaduais e municipais para colocar os provedores de internet na lista de serviços essenciais. "Afinal ficar sem internet, em caso de problemas técnicos, nesse momento seria desastroso. Também pode existir pessoas que não tenham conexão em casa e precisem a partir de agora tê-la. Não sei se há possibilidade, mas se tiver pensem nisso", justificou o advogado.

A redação da rededação redeGN Blog Geraldo José em contato com pessoas que moram em Petrolina, Juazeiro, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Caruaru, Curaça, Bahia, Senhor do Bonfim, Crato, Sobral, reclamam que o sinal da internet tem 'caído" várias vezes ao dia. Quem mora na zona rural tem sentido mais a falta de infraestrutura.

Esta semana o Jornal Folha de S.Paulo destacou que neste momento de isolamento social, a população não pode ficar sem internet. De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, o uso da internet no Brasil está distribuído em 32,5 milhões de acessos na banda larga fixa e 226,7 milhões na rede móvel, segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Nas classes D e E, 83% do acesso é móvel, ou seja, essas pessoas priorizam pacotes de celular finitos, e não a internet residencial.

Com crianças em casa usando a rede móvel para lazer ou estudo, o consumo aumenta e a franquia termina antes. Nas zonas mais ricas, pode haver estrangulamento de alguns pontos, mas as operadoras podem remanejar o tráfego, o que exige investimento.

Em situações de emergência como a atual, uma das preocupações é que a população consiga acessar informações essenciais de saúde pública, como comunicados oficiais divulgados em portais dos governos e ficar atenta para fake news.

As grandes operadoras se movimentam para lidar com essa mudança no uso. A Claro instaurou um comitê de crise para avaliar a capacidade de sua rede. Diz que oferecerá mais internet na banda larga de casa e, também, em pontos públicos de wi-fi.

A Oi afirma que reforçou os plantões de implantação, reparo e manutenção de seus serviços. A Vivo informou que dará bônus de internet para clientes móveis.

Os problemas devem aparecer mais na esfera operacional do que em um possível “desabastecimento” da internet, de acordo com Julio Sirota, gerente no IX.br, braço do Comitê Gestor da Internet que cria a infraestrutura para a interconexão de redes.

“Do ponto de vista técnico, não vejo problemas [de fornecimento]. Estamos num estágio inicial, o problema é o estágio operacional, o acesso aos datas centers, a dificuldade de transporte. Agora, as próprias operadoras estão aumentando a capacidade dos usuários”, afirma.

As operadoras, que se manifestaram por meio da associação SindiTelebrasil, afirmaram que têm “compromisso com a garantia de conectividade” e que ela é elemento-chave para viabilizar as relações pessoais, de estudo e de trabalho neste momento.

A Anatel diz que as redes de telecomunicações são projetadas e implementadas “com capacidade além do trafego normal, de modo a suportar aumentos repentinos de demanda”.

Em nota, a agência também afirmou que as prestadoras “têm obrigação regulatória de ter planos de continuidade e qualidade”. A Anatel ainda diz que chegou até a recomendar a provedores que aumentem a capacidade fornecida aos usuários por causa da doença, inclusive com acesso sem cobrança na franquia de dados a informações oficiais do Ministério da Saúde. As operadoras de telefonia, em posicionamento conjunto, afirmaram que "reforçaram o compromisso com a garantia de conectividade".

Redação redeGN