A informação divulgada, semana passada, sobre um estudo de pesquisadores chineses que comprovou que a hidroxicloroquina e a cloroquina, substâncias utilizadas no Brasil para tratar doenças como lúpus e malária, auxiliam no combate ao coronavírus teve efeito direto nas farmácias de Juazeiro e Petrolina. A possível esperança de tratamento e prevenção, não reconhecida oficialmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), gerou uma grande demanda por medicamentos à base das substâncias e esvaziou estoques.
Com isso, pacientes em tratamento de lúpus, doença autoimune, que, de fato, carecem da medicação, estão sendo prejudicados.
A situação preocupa a Associação de Amigos e Pessoas com Lúpus do Vale do São Francisco devido o desabastecimento e avalia que isso reflete a falta de consciência da população. De acordo com informações as pessoas sequer sabem que esse é um medicamento que tem efeitos colaterais e podem prejudicar usuários que teimam em usar sem receita.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enquadrou como medicamentos de controle especial as substâncias hidroxicloroquina e cloroquina. A medida foi tomada devido ao grande número de pessoas que buscaram os medicamentos depois do surgimento de notícias de que esses produtos estavam sendo usados, ainda em caráter de pesquisa, no tratamento ao novo coronavírus.
A Anvisa quer evitar que pessoas que não precisam efetivamente desse medicamento provoquem o desabastecimento do mercado. Entre os pacientes que precisam desses produtos estão pessoas com malária, lúpus e artrite reumatoide.
A Anvisa, no momento, não recomenda sua utilização em pacientes infectados ou como forma de prevenção.
A partir de agora, os médicos terão que fazer a prescrição dessas substâncias em receita branca especial, em duas vias. Mas os pacientes que usam esses medicamentos ainda podem continuar usando sua receita simples pelos próximos 30 dias.
Foto: Agencia Brasil
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