Se não estava nos planos dos dirigentes, muito menos passava pela cabeça dos jogadores da Juazeirense o inusitado desfecho anunciado pela diretoria na tarde de ontem, dia 18, quando, por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus, e a consequente suspensão do campeonato baiano de futebol por tempo indeterminado, tiveram seus contratos abreviados.
Conscientes do bom momento vivido pela equipe, que ganhava corpo a cada partida, o semblante de cada jogador, após o anúncio da paralisação, refletia o abatimento e a frustração de, involuntariamente, assistirem cair por terra o sonho de chegar às finais do campeonato baiano pela primeira vez.
O experiente zagueiro Kanu e o volante e capitão Vaguinho, considerados dois dos líderes do atual elenco, entendem a situação fora do comum, e admitem não enxergar outra saída momento, diante das circunstâncias.
Com passagem pelo futebol europeu, Kanu confessa nunca ter vivido momento igual a esse na carreira, mas afirma que “O importante nesse momento é se cuidar. Todos nós devemos seguir as recomendações das autoridades e nos protegermos e proteger nossos familiares. Se Deus quiser, isso vai passar logo e retomaremos a vida normal”. O zagueiro lamenta o pouco tempo que teve em sua primeira passagem pela Juazeirense, e assegura o desejo de, se for interesse das partes, voltar a vestir a camisa do Cancão de Fogo: “Aqui encontrei um excelente grupo de jogadores formado por homens e uma diretoria correta. Fico triste por saber que a nossa caminhada em busca do título foi interrompida dessa maneira. Mas, quem sabe, num futuro próximo esteja de volta a essa terra tão acolhedora” – finaliza Kanu.
Jogador que mais vestiu a camisa da Juazeirense, Vaguinho é, também, torcedor que chora de alegria e de tristeza e, embora procure evitar, a voz embargada revela o que sente diante dos fatos: “É uma decisão muito difícil, que chega a doer. Ainda mais para nós jogadores, que estamos desempregados, sem saber quando retornaremos às atividades” – declara o capitão, que reconhece: “Embora dura, a decisão anunciada pela diretoria é a mais acertada. Não só pela paralisação do campeonato, mas, sobretudo, pela ameaça desse vírus que assombra o mundo todo” – conclui Vaguinho.
Ascom
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