Delegada Polyana Nery deixa comando do Caso Beatriz e legista Sanguinetti reafirma: "quanto mais o tempo passa é a verdade que foge". Pais de Beatriz enviam nota repúdio ao Governo do Estado

O brutal assassinato da menina Beatriz Angélica Mota caminha para os cinco anos do crime. Até o momento, 4 anos e três meses, o Caso Beatriz é marcado pelas incertezas e silêncio da Polícia Civil de Pernambuco, responsável pelas investigações do crime cometido no dia 15 de dezembro de 2015 no Colégio Auxiliadora em Petrolina.

A delegada Poliana Nery confirmou a Rádio Jornal Petrolina, no programa Super Manhã com Waldiney Passos "que não está mais a frente do Caso Beatriz".

Ela é a quarta delegada a deixar o comando das investigações. De acordo com Nery, uma força tarefa formada por quatro delegados foi montada para dar continuidade aos trabalhos. Por estar de férias, ela informou que não poderia comentar o caso oficialmente, somente quando retornar de suas férias no início e abril. Sara Machado, Marceone Ferreira e Gleyde Ângelo foram os antecessores de Poliana, que ficou mais de dois anos a frente do caso. 

A redação da RedeGN enviou solicitação a Polícia Civil de Pernambuco sobre os motivos da mudança e quais são os planos de agora em diante. Até o momento os pais de Beatriz Angélica Mota não deram informações.

A Polícia Civil de Pernambuco enviou nota a este blog atendendo solicitação da reportagem com relação ao andamento das investigações do Caso Beatriz. De acordo com a nota a "Polícia Civil diz que Caso Beatriz corre sob segredo de Justiça e tem plena confiança que o caso será elucidado".

Beatriz foi assassinada em dezembro de 2015, dentro da Escola Auxiliadora, em Petrolina. Até o momento ninguém foi preso. Em janeiro de 2018, com exclusividade a este Blog Geraldo José o médico legista e professor George Sanguinetti, disse "que a imagem de um provável suspeito de matar a menina Beatriz em Petrolina é muito pouco para uma investigação. “O tempo que passa é a verdade que foge”, declarou Sanguinetti. 

Lúcia Mota e Sandro Romilton, pais de Beatriz desde o início das investigações criticam o Governo de Pernambuco pela demora em o "caso ter uma solução". 

Ano passado em contato com a redação deste Blog a A Polícia Civil de Pernambuco disse que "entende a emoção e dor dos familiares da menina Beatriz Mota e reitera o compromisso de todas as forças de segurança do Estado, conforme afirmação do governador, para a elucidação do caso". 

Confiram nota dos Pais de Beatriz:

NOTA DE REPÚDIO

Vimos através dessa nota apresentar nosso sentimento de indignação e grande insatisfação com a atuação da Polícia Civil de Pernambuco e com os rumos da Investigação do Caso da nossa filha Beatriz.

Quando observamos a falta de recursos e de pessoal capacitado para desenvolver algumas perícias, bem como a falta de idoneidade de alguns agentes que comprometeram as investigações, pedimos ajuda diretamente (pessoalmente) ao Governador Paulo Câmara para dar suporte à delegada Poliana Nery, que vinha realizando até então um bom trabalho, como também celeridade na denúncia contra o perito Diego Leonel, que recebeu dinheiro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora através de (trabalho particular).

O Governador se comprometeu conosco, mas não cumpriu com nossos combinados em reunião.

É preocupante a saída da delegada Poliana Nery, pois a mesma tem uma linha de investigação muito forte e que acreditamos que leva a conclusão do caso. OU SERÁ PORQUE ELA INDICIOU MAIS DOIS FUNCIONÁRIOS DO COLÉGIO AUXILIADORA?

Não pedimos ao Governador a entrada de novos delegados. Não temos confiança na entrada de novos delegados. Não vemos isso com bons olhos.

Diante de tudo isso que vem acontecendo só fortalece ainda mais a necessidade da FEDERALIZAÇÃO das investigações.

Estamos aguardando a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Federal realizar a audiência pública e dar continuidade ao processo. Lucinha Mota e Sandro Romilton

Ano passado nota Polícia Civl:

O inquérito hoje conta com 19 volumes e mais de 4 mil páginas com diligências sobre essa caso que desafia pela sua complexidade a PCPE, corporação que possui hoje uma das melhores taxas de resolução de homicídios do Brasil, que é 6,7 vezes maior que a média nacional. 

"Na época foi designad"a a delegada Polyana Neri para tratar exclusivamente do caso com equipe de policiais e estrutura necessária, além de contar com o apoio do Ministério Público e da Diretoria de Inteligência da PCPE. Ao longo do caso, avanços foram obtidos como a divulgação da imagem do suspeito. Essa imagem foi resultado do trabalho de peritos do Instituto de Criminalística (IC) para que a tornassem o mais clara possível, possibilitando a visualização das características do homem. 

Não é possível fornecer mais detalhes sobre a investigação porque o trabalho corre sob segredo de justiça. 

Apesar dos desafios, a PCPE tem plena confiança que o caso será elucidado, trazendo justiça e paz para os familiares e amigos de Beatriz Mota.

Redação redeGN Fotos Ney Vital