A jornada que trouxe as ararinhas-azuis de volta ao coração da Caatinga nesta terça-feira, dia 3 de março teve início com uma intensa movimentação no aeroporto de Petrolina.
O presidente do Ibama, o Secretário Estadual de Meio Ambiente, João Carlos Oliveira da Silva, o prefeito de Curaçá, Pedro Oliveira e a representante do ICMBio, participam das boas vindas a ararinha azul.
São cinquenta aves vindas da Alemanha que desembarcaram exatamente no Dia Internacional da Vida Selvagem, cujo objetivo é celebrar a fauna e a flora do planeta, assim como alertar para os perigos do tráfico de espécies animais selvagens no mundo. As ararinhas-azuis são consideradas extintas na natureza desde o ano 2000, devido às ações de caçadores e traficantes de animais.
Descoberta no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie exclusiva da Caatinga brasileira, teve sua população dizimada pela ação do homem. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000.
Desde então, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro, quase todos no exterior. A ararinha é considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo (CR) possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro.
Rara, a espécie vivia originalmente numa pequena região do interior de Curaçá, no norte da Bahia, onde o Governo Federal criou, em junho de 2018, duas unidades de conservação: o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul (com 29,2 mil hectares) e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-azul (com 90,6 mil hectares), destinadas à reintrodução e proteção da espécie, e conservação do bioma da caatinga.
A construção do Centro e o projeto de reintrodução são custeados pela ONG ACTP. A primeira soltura está prevista para 2021. Ao longo deste período os animais passarão por processo de adaptação e treinamento para viverem em vida livre. Além disto, serão realizados testes de soltura com um papagaio conhecido como Maracanã.
Redação redeGN Blog Geraldo José
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