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As mulheres desde sempre caminharam ao lado dos homens no trabalho. Mas, devido à divisão, a elas cabia os afazeres domésticos e os cuidados com as crianças. Enquanto eles saíam para a caça, elas permaneciam no lar, tendo que lidar com tarefas que fizeram com que desenvolvessem uma atenção redobrada em tudo o que acontecia ao seu redor.
O cenário começou a tomar outros rumos com dois acontecimentos históricos: a revolução industrial e a Grande Guerra. As indústrias precisavam de mais mão de obra, e a guerra levou os homens para os campos de batalha. Agora, além de serem cuidadoras, elas precisavam também garantir a sustentação do seu lar.
Com o término da guerra, as mulheres aprenderam que podiam, por si só, ter seu espaço no mercado de trabalho, e que a vida poderia oferecer bem mais do a realização marital. O grande desafio foi (e ainda é até hoje) mostrar que elas estão em posição de igualdade com os homens, e podem executar as mesmas funções, com o direito a ganhar a mesma remuneração.
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Ainda há muito a ser vencido quando sabemos que os afazeres domésticos continuam sendo um peso deixado em seus ombros. Elas permanecem em sua maioria tendo que conciliar o trabalho de fora com o habitualmente feito em suas casas. Com isso, trabalham cerca de 73% a mais do que os homens, dedicando por volta de 18 horas semanais aos cuidados da casa e de pessoas. Outro fator que as mulheres possuem é a questão dos salários menores com relação àqueles oferecidos aos homens na mesma função. Elas recebem em média 79,5% do que os homens recebem.
Porém tal condição está sendo revertida pouco a pouco, graças principalmente aos estudos e qualificações que ajudam na busca por melhores vagas e profissões. Hoje, o IBGE indica que 23,5% das mulheres contra 20,7% dos homens possuem ensino superior completo. E se há algo que todos sabem, é que quem possui maior nível de escolaridade tem também maiores condições de encontrar boas vagas no mercado de trabalho. Neste ponto, mulheres têm tudo para ganhar ainda mais espaço, já que estão superando os homens nos indicadores educacionais.
E isso não acontece apenas na formação universitária, mas também em formações e conhecimentos complementares. Por exemplo, um relatório divulgado em 2019 mostrou que as mulheres tiveram um nível de proficiência em inglês superior ao dos homens em algumas regiões do mundo. E este é apenas um dos exemplos.
Lidar com tantas tarefas ao mesmo tempo fez com que as mulheres tivessem mais capacidade de comunicação emocional e alta velocidade nas realizações de tarefas. Tais habilidades favorecem no desenvolvimento de atividades voltadas à comunicação. Esse hábito adquirido anteriormente explica a alta concentração feminina em cargos educacionais, funcionalismo público e serviços voltados à saúde e comércio. Mas não é somente nesta área que elas conseguem grande destaque.
Se há batalhas a serem vencidas, há também muito a ser comemorado, já que elas estão ganhando força em cargos e funções que antes só eram exercidos por homens. Tal fato pode ser confirmado em dados apresentados pela Women in Business, e que apontam que houve aumento da presença delas em cargos de CEO e todos aqueles voltados à tecnologia.
Outra área que vem aumentando significativamente a presença delas é a política. A participação das mulheres no Congresso foi ampliada com a lei que garante 30% no mínimo e 70% no máximo de candidaturas para cada sexo. Esse aumento de mulheres em é um ponto extremamente positivo, pois somente a presença de ambos os sexos em todos os setores têm um impacto profundo sobre a economia e sociedade.
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As mulheres estão em todas as áreas como por exemplo a saúde, ocupando cada vez mais postos de médicas e também na ciência. Recentemente, foi lançada uma plataforma que mostra dados sobre cientistas brasileiras e suas contribuições para a pesquisa. O projeto visa dar mais visibilidade a um grupo cada vez maior de mulheres que se dedicam ao estudo contribuindo com as ciências.
Um grande avanço para todos nós, homens e mulheres, ocorre quando temos uma visão macro. A representatividade trazida por todas as mulheres que superaram as adversidades as torna um modelo a ser seguido. Um modelo para que as novas gerações sigam suas aptidões e ampliem suas realizações, realizando o sonho de muitas mulheres cuja única finalidade era a procriação e cuidados com o lar, mas que esperavam por um amanhã melhor.
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