"Deus criou o sonho para indicar o caminho aos homens quando eles não sabem ver o Futuro".
Nesta quarta-feira dia 12 de fevereiro o cantor e sanfoneiro Dominguinhos, completaria 79 anos de idade. Dominguinhos em vida fisica foi um exemplo de simplicidade e imensa gratidão. A melodia é a prece que o homem dirige a Deus (aqui concebido Força Luz Energia) e a harmonia é a resposta que Deus dá ao homem. Dominguinhos e Luiz Gonzaga agora são eternos na Alma.
Dominguinhos sempre foi grato ao pai Chicão, tocador de 8 Baixos e a sua mãe Mariinha. Pobres. Muito pobres. Diversas vezes choraram a falta de pão, alimentos em sua mesa familiar. Um dia tocando sanfona, na condição de pedir uma ajuda (em nome de Deus), Dominguinhos e família são atendidos, na verdade visto por uma voz forte: era Luiz Gonzaga, então Rei do Baião, que naquele dia estava em mais uma de suas viagens ao agreste de Garanhuns, Pernambuco. Neste encontro, Dominguinhos ainda uma criança.
Luiz Gonzaga, Rei do Baião. Já havia colocado o Nordeste o mapa da Música Brasileira mais trazia na memória a fiel gratidão pelo pai, tocador de 8 Baixos, Januário, o afamado tocador da região da Chapada do Araripe.
A prece de Gratidão sempre foi uma forma usada por Dominguinhos. O sanfoneiro sempre foi grato a Luiz Gonzaga que no Rio de Janeiro, em 1954, os presenteou com uma sanfona e daí em diante nunca mais faltou o pão de cada dia na mesa de Dominguinhos, que partiu no ano de 2013, considerado o discípulo mais talentoso do mestre Luiz Gonzaga.
A maioria dos sanfoneiros são de origens humildes. Famílias de pequenos agricultores. Na grande maioria a herança musical vem dos próprios pais, tocadores de sanfona ou pandeiro.
Um deles Marcos Antonio da Silva, em 1996, era Marquinhos do Acordeon, depois de vários conselhos e aprendizado com o pai Antonio, também sanfoneiro ganha o III Festival de Sanfoneiros de Caruaru, Pernambuco que foi tão importante naquele momento que só as bençãos de DEUS mesmo para explicar esse acontecimento. Marquinhos, o menino do acordeon contava com 16 anos de idade.
Marquinhos Café é hoje cantor, compositor e sanfoneiro profissional. Além de uma trajetória artística pelo Brasil e Nordeste, já fez apresentação na Europa, junto ao Quinteto Sanfônico do Brasil. Venceu Festivais de Sanfona. É consagrado. Da sua voz vem sempre a Gratidão que tem pelo pai e sua mãe e o Mestre Camarão e todos aqueles que contribuíram para o momento presente.
"Eu estava com dois anos apenas aprendendo a sanfona e foi um momento mágico de Deus.. saí em jornais todos os jornais de caruaru e também na Televisão. O valor ganho foi de muita importância pra mim, pois corri pra casa pra ajudar meus pais pagar dívidas de casa pois meu Pai estava desempregado e esse dinheiro gastei todo pagando água, luz, botijão de Gás e o mais importante.. comprar comida pois estávamos muito precisados em um momento difícil e que DEUS abriu essa janela nesse momento. E assim segui minha estrada junto com eles até quando DEUS permitiu sempre com o pensamento de puxar minha sanfona e nao passarmos mais tantas privações. E tó aí na estrada com minha sanfona levando minha musica e minha história a frente com muita fé em DEUS".
O depoimento é compromissado com um mundo de Paz e Luz. O tom certo de um caminho justo e vencedor e certamente representa outras centenas de histórias de sanfoneiros. Veio a lembrança do compositor João do Vale. Jackson do Pandeiro que venceram a fome.
O sanfoneiro, cantor e compositor Dorgival Dantas, é um outro exemplo. Ele escapou da desnutrição (fome). A falta de condições financeiras "levou embora" sete dos seus dez irmãos.
"Lembro de todas as cenas, meu pai fazendo os caixõezinhos, a gente indo pra Igreja, cantando: “Adeus meu pai, adeus minha mãe, adeus meus irmãos, até quando Deus quiser”. Mãe com o paninho no ombro, chorando até o cemitério. Isso por sete vezes", recorda. Aos 16 anos foi obrigado a deixar o seu pé de serra, a cidade de Olho D´Água do Borges, Rio Grande do Norte.
"Uma noite, a luz era da lamparina a gás e eu só dormia depois que tomava uma garapa, que era água com açúcar. Lembro que um dia não tinha açúcar e eu pedi para a minha mãe: “Faça sem açúcar mesmo”. E ela me trouxe um copo d´água. Eu tomei e dormi".
O tempo passou. Tudo passa. Hoje Dorgival Dantas se considera um “caboclo feliz, um sanfoneiro realizado e um homem de dois corações. Ele explica: "um é o coração que nasceu dentro de mim e o segundo é a música", ressaltando a sua eterna gratidão a Luís Gonzaga, Marinês, Oswaldinho, Dominguinhos e Sebastião do Rojão".
Dorgival Dantas atualmente vive da sanfona e sempre agradece. Sua poesia chegou a ser cantada por Roberto Carlos...Flávio José, Ana Carolina, Fagner...
E é assim qual diz o poeta compositor Virgilio Siqueira, a vida vai se tecendo com a força da própria vida. Daí não ser possível guardar na própria Alma, a transbordante força de uma causa.
Redação redeGn/Blog Geraldo José Foto: Arquivo Ney Vital
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