Nim (azadirachta indica A.juss), uma árvore da espécie vegetal exótica originária da Índia nas últimas décadas chegou ao Brasil; sendo plantada inopinadamente em vários municípios nordestinos, inclusive em Juazeiro e Petrolina. Amplamente utilizada como alternativa para a arborização urbana e rural, a espécie foi dissiminada em vários municípios do Nordeste e agora, por ser extremamente invasora começa a preocupar ambientalistas.
O Nim indiano se adaptou muito bem as regiões do Nordeste brasileiro por ser uma planta de clima tropical e tolerante a altas temperaturas, inclusive acima de 40ºC e resiste a longos períodos secos. A mesma contém atributos infinitos, oferecendo também muitos benefícios, a linha de cosméticos um setor usado. Dela tudo se aproveita, desde a raiz até as folhas. Esta planta também se caracteriza pelo fornecimento de ampla área de sombra.
A professora, engenheira agrônoma, Candida Beatriz, mestre e doutora em Ciêncas Agrárias, é ponderada no assunto e mostra o valor positivo da árvore, mas alerta para os riscos, um dos principais: "não plantar Nim quando existe produção de mel de abelhas". A doutora aponta que o Nim pode prejudicar a polinização.
Um dos maiores cuidados apontado pela doutora Candida é que o cultivo da espécie e sua proliferação podem provocar prejuízos a outras espécies vegetais e até animais, uma vez que possui também propriedades repelentes. "Tudo em excesso traz seus riscos e perigos. Portanto, o plantio em excesso da árvore Nim também pode causar inúmeros prejuízos", relata Candida.
Pesquisadores numa linha mais radical acusam que a ação do plantio agrava ainda mais o processo de desertificação no Nordeste e principalemte na Região do Semiarido. Evelline Lanzillotti, Biologa da Universidade Estadual do Ceará diz que proliferação da Especie no Estado trará grandes prejuízos ao meio ambiente e ao bioma em um futuro próximo, com base em cinco justificativas: "a espécie nim se alimenta dos microrganismos da terra, é repelente natural de proporções desastrosas para a fauna e a flora, tem poder extraordinário de reprodução que já está sem controle, é árvore invasora que já ocasiona danos na região."
Amplamente utilizada como alternativa para a arborização urbana e rural, a espécie foi dissiminada em vários municípios do Nordeste e agora, por ser extremamente invasora começa a preocupar ambientalistas. A preocupação é no sentido de evitar a proliferação, em vista dos danos ambientais já verificados na região.
No início do ano 2000, Aveline Lanzillotti, bióloga que realizou pesquisas acerca da invasão de plantas exóticas quando atuava como professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) na região dos Inhamuns, também chancela que o Nim assim como outras espécies (algaroba, sempreverde, entre outras) estão em quantidade excessiva na caatinga e invadem o bioma, competem com as nossas espécies e ganham cada vez mais espaço.
"O Nim Propagam-se rápido e tem fácil poder de adaptação. Já podemos afirmar que o bioma caatinga está descaracterizado, especialmente no que se refere à flora", alerta da pesquisadora da Uece", declarou Eveline.
Redação redeGN/Blog Geraldo José
2 comentários
04 de Feb / 2020 às 13h38
Inclusive, ano passado, foi sancionada a Lei nº 3.173, publicada em Diário Oficial do Município no dia 13/06/2019, dispondo sobre proibição do cultivo dessa planta no município de Petrolina. Inclusive trata da substituição gradativa dessas árvores.
04 de Feb / 2020 às 14h23
Interessante este alerta, porém, deve avisar também a UNEB de Juazeiro. No inicio da década de 2000 eu comprei na UNEB alguns pés de Nim para fazer o plantio em frente a minha casa e as referidas árvores cresceram tanto que me causaram alguns prejuízos que necessário arranca-las.