Um grupo de 42 pessoas incluindo viticultores, enólogos, representantes de cooperativas, consultores na área do vinho e técnicos do Instituto Francês da Vinha e do Vinho (IFV) da região Sudoeste da França visitaram a Embrapa Uva e Vinho nesta terça-feira, dia 28 de janeiro. Na ocasião os franceses tiveram a oportunidade de conhecer a vitivinicultura brasileira e gaúcha através de palestras apresentados pelos pesquisadores.
O Chefe Geral da Embrapa Uva e Vinho, o pesquisador José Fernando da Silva Protas apresentou o contexto sócio econômico da vitivinicultura brasileira e gaúcha, bem como o marco organizacional brasileiro no setor. Patrícia Ritschel expôs o programa de melhoramento genético “Uvas do Brasil” com as novas variedades de uvas criadas pela Embrapa para mesa e para a agroindústria do vinho, as quais são mais resistentes a pragas e doenças, com melhores padrões de produtividade e qualidade destinadas aos diversos estados produtores do Sul, de clima temperado, ao Nordeste, de clima tropical.
Jorge Tonietto mostrou o processo de construção das Indicações Geográficas de vinhos no Brasil, hoje com mais de 10 reconhecidas ou em fase de estruturação, num modelo assemelhado ao francês. Celito Guerra apresentou a geografia brasileira da produção, mostrando a diversidade de tipos e estilos dos vinhos das regiões produtoras. Giuliano Pereira apresentou a vitivinicultura tropical brasileira das regiões Sudeste e Nordeste, que apresentam características únicas no mundo do vinho.
Segundo a organizadora da visita, a pesquisadora francesa do IFV Fanny Prezman “Nesta visita estamos podendo conhecer um país bem diverso em termos de produtos e regiões, desde a tradicional Serra Gaúcha até viticultura tropical do nordeste, o que enriquece o conhecimento e a experiência por parte dos nossos produtores”.
Para o casal de vitivinicultores do Domaine de Borie-Vieille no sudoeste da França, Jean-Michel Roc e esposa: ”Os sistemas produtivos tem vínculo muito estreito com o mercado e com as demandas da sociedade, que são diversas na Europa ou na França e no Brasil. Aqui observa-se uma pressão de desenvolvimento tecnológico para produzir mais e melhor; na França já estamos buscando diversificação de produtos bem com estamos vivemos um conflito cada vez mais presente que se estabelece entre o urbano e rural. A visita ao Brasil serve para intercambiar experiências com a possibilidade de eventualmente revermos coisas que fazemos”.
Para Tonietto, a vinda de uma missão tão significativa de produtores franceses para conhecer a nossa realidade mostra que o Brasil tem despertado interesse, tanto pela dinâmica quanto pela originalidade da produção vitivinícola nacional.
Ascom Embrapa
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