A oportunidade de adquirir uma diversidade de alimentos saudáveis oriundos da agricultura familiar é uma realidade no município de Sento Sé, que realiza uma Feira Agroecológica há quase um ano. A iniciativa é da Rede Mulher, que buscou apoio junto ao Irpaa e ao poder público municipal, e, a cada 15 dias, comercializa os produtos trazidos de diversas comunidades rurais.
O município de Sento Sé até o momento não possui Feira Livre, o que estimulou a realização desta Feira Agroecológica, uma forma de escoar a produção existente na área rural, possibilitando uma alternativa de renda para as famílias envolvidas e o consumo de alimentos saudáveis por parte da população.
A partir das 7h da sexta-feira, quinzenalmente, as barracas são montadas e ofertam uma variedade de produtos que vão desde frutas, legumes, hortaliças, ovos e derivados de leite como queijo e doce até artesanato e sabão. Há ainda massas para serem consumidas na hora, como pão caseiro, bolos e receitas inovadoras como a coxinha da mandioca. Sementes, ervas medicinais e plantas ornamentais também fazem parte da lista de itens disponíveis.
A coordenadora territorial da Rede Mulher, Jaciara Ladislau, informa que o objetivo é que a Feira possa acontecer semanalmente e possa contar com maior estrutura. Ela informa que as/os feirantes hoje contam com um público fixo, o que facilita a venda de toda produção exposta. "Hoje a gente consegue uma freguesia, foi muito bom essa feira por isso, a gente consegue vender as coisas", relata Gildete Batista, da comunidade de Lajes.
Verduras como pimentão e tomate, que geralmente são produzidos à base de muito agrotóxico, podem ser encontradas na Feira agroecológica com a garantia de que a produção é livre de venenos, conforme explicam as/os agricultores/as. Uma variedade de banana e limão também fica à disposição dos/das clientes, assim como abóbora, beterraba, macaxeira, batata doce, hortaliças diversas, mel, frutas como goiaba, acerola, mamão, seriguela, umbu, entre outras, além de xaropes caseiros e plantas medicinais para vários tipos de usos.
Raimunda Luciana Ferreira da Silva, agricultora e moradora do Assentamento Antônio Guilhermino, leva para vender a produção dela e de outras famílias assentadas e diz que já se tornou um compromisso a participação na Feira. "Ajuda bastante, é uma ajuda financeira boa. A cada 15 dias eu junto os produtos da comunidade e trago (...) e sempre sai", confirma a integrante da Rede Mulher.
A feirante Maria dos Reis Muniz Rodrigues, da comunidade de Itapera, conta que a partir de um curso que ela participou surgiu a ideia de fazer a coxinha de mandioca, matéria-prima encontrada na própria roça. Ela comemora o sucesso do seu produto na Feira e reforça que a participação na Rede Mulher tem sido fundamental para a autonomia das mulheres. A empreendedora enxerga a Feira Agroecológica como um espaço importante para exposição e venda da produção das mulheres.
Além do empenho das integrantes da Rede Mulher e das associações locais, a realização da Feira conta com o apoio do Irpaa através do Pró-Semiárido – projeto do Governo da Bahia executado através da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (Car) – e da Secretaria de Agricultura de Sento Sé.
Além disso, em 2019, a Rede Mulher firmou parceria com duas escolas estaduais para que estas, a cada final de feira, comprassem o excedente da mercadoria, caso não fosse toda vendida. De acordo com Jaciara Ladislau, este ano a Rede pretende estender esta parceria para escolas municipais e assim garantir que mais produtos das comunidades possam chegar a um maior número de pessoas, promovendo assim a segurança alimentar e nutricional e fortalecendo a geração de renda nas comunidades rurais.
Ascom Irpaa
5 comentários
21 de Jan / 2020 às 20h49
Ótima iniciativa que fortalece à "Economia Solidária" tendência que proporciona a circulação de dinheiro nas mãos do maior número de pessoas e no tempo mais breve possível!... Parabéns!
22 de Jan / 2020 às 08h46
Foi o Irpaa que fez, seu Laurêncio, pois a sua prefeitura não tem gente capacitada para isso. Só querem receber o salário, não é mesmo?
22 de Jan / 2020 às 14h03
...A Prefeitura é parceira!... O IRPAA é entidade de natureza técnica Socialista. Fiz parceria com ele quando fui secretário de Agricultura!!
22 de Jan / 2020 às 14h12
...A Prefeitura é parceira!... O IRPAA é entidade de natureza técnica Socialista. Fiz parceria com ele quando fui secretário de Agricultura!!
22 de Jan / 2020 às 18h13
Na prefeitura tem as pessoas que melhor entende de Políticas Públicas e têm compromisso com o social!... O IRPAA é mestre na assistência a produção familiar e convivência com o semiárido. A Prefeitura é parceira dessa feira e não poderia ser diferente. Quando fui secretário de Agricultura fiz interlocução em parceria com o Município e o IRPAA!