Os motoristas de aplicativo de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, estão inseguros após ataque a um profissional da área na cidade de Juazeiro, BA, na quarta-feira (15). A categoria se uniu para lutar por mais segurança e apoio a classe. O motorista Tadeu Camacho diz que fica tenso todos os dias ao sair de casa para trabalhar. “Se a gente for pensar em medo, ninguém sai de casa, porque tem que ganhar seu dinheiro para sustentar a família”, afirma.
Para Wellington Batista, trabalhar na área tem sido uma luta diária contra a insegurança. “É difícil trabalhar desse jeito, a gente não sabe quem a gente pega, a gente vai de norte a sul na cidade, não temos segurança”, reclama. Na quarta-feira (15), um motorista de aplicativo de Petrolina levou várias facadas no bairro Kidé, em Juazeiro, durante uma corrida para levar três passageiros a cidade baiana. Joel Victor da Silva, sofreu ferimentos graves nas mãos e no olho direito. O veículo roubado foi encontrado incendiado no bairro Palmares. Um dos suspeitos foi preso na madrugada da quinta-feira (16).
“O Joel estava no chão do hospital numa maca, com a mão arrebentada de uma facada e o olho prestes a ficar cego e nós, motoristas, intervimos. A Uber precisa entender que aqui tem pai de família. Entendemos que precisamos de mais suporte da Uber”, diz o motorista de aplicativo, Jefferson Santos.
Solidários ao colega, os motoristas se uniram em uma campanha e estão tentando arrecadar dinheiro para oferecer tratamento particular ao profissional agredido. Eles disseram que precisaram agir com urgência para possibilitar atendimento humanizado a Joel Victor. As doações podem ser feitas na conta de Francisco Assis de Souza, Ag- 6794, C/c- 00747-3, Banco Itaú.
O crime motivou protestos da categoria na quinta-feira (16) para alertar sobre os riscos que esses profissionais correm diariamente. Eles passaram pela avenida Cardoso de Sá e seguiram em direção a Juazeiro. Na ponte Presidente Dutra, fizeram um buzinaço.
Em nota, a Uber disse que lamenta que cidadãos sejam alvo da violência que permeia nossas cidades. E que, durante cada viagem, tanto os motoristas parceiros quanto os usuários estão cobertos por um seguro da Uber para acidentes pessoais. Disse ainda que a empresa permanece à disposição para colaborar com as autoridades no curso de investigações ou processos judiciais, nos termos da lei.
Em relação ao seguro, a Uber informou que Joel Vítor tem direito ao reembolso das despesas hospitalares já que sofreu lesões corporais. E que a empresa está tentando entrar em contato com a família do motorista para dar andamento a essa cobertura do segurado.
Fonte: G1 Petrolina Foto: Reprodução TV Grande Rio
1 comentário
21 de Jan / 2020 às 08h50
Isso se chama precarização do trabalho. As pessoas se sujeitam a esse tipo de trabalho pela necessidade do trabalho e depois descobrem w não vale a pena arriscar a vida, já q a empresa não arcar com as questões trabalhistas. Ela se isenta disso. As pessoas precisam se concientizar q o trabalho não pode ser precarizado, sem coberturas, sem segurança da empresa. O mesmo ocorre com os empreendedores que acham incrível "vencer", mas quando adoecerem, envelhecerem vão perceber os impactos de não serem segurados. No final trabalham feito escravos e não terão direito a se aposentar.