Considerando as características do bioma cuja maior característica é a pouca incidência de chuva, o Semiárido brasileiro tem no Rio São Francisco uma importante fonte de água. Mas o rio não chega a todas as localidades e por isso trabalhar a convivência sustentável com as peculiaridades dessa região é de fundamental importância para garantir a sobrevivência de famílias e comunidades inteiras. Esse trabalho é assumido, na maioria das vezes, por Organizações Não Governamentais (ONGs), já que o poder público não tem recursos suficientes e nem vontade políticapara fazê-lo.
A Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia (AGENDHA) é uma dessas entidades. Sediada na cidade de Paulo Afonso (BA), realiza um trabalho que visa o desenvolvimento sustentável através de ações socioambientais, ecofeministas e de incidência em políticas públicas. A AGENDHA trabalha junto às famílias agricultoras, povos originários e comunidades tradicionais com foco na agricultura familiar buscando uma melhor qualidade de vida nas condições de semiárido.
De acordo com o coordenador técnico da AGENDHA, Maurício Aroucha, todas as relações de convivência buscam a sustentabilidade, melhoria da qualidade vida e a viabilização socioeconômica. “A gente trabalha na perspectiva da ‘eco economia’ solidária circular e sempre buscando, através de um comércio justo,que as famílias possam aumentar sua fonte de renda vendendo seus produtos como o artesanato, produtos alimentares e todas as outras formas de expressão de produção para conviver com sustentabilidade”, afirmou.
Ainda segundo Aroucha, a economia circular solidária de mercado justo objetiva a valorização dos produtos dos biomas. “Estamos sempre voltados para a manutenção da floresta em pé e entendemos a conceituação de que a Caatinga também é uma floresta. Então tomamos o cuidado de fazer tudo com sustentabilidade porque não interessa ganhar um pouco de dinheiro a mais e depois não tem mais como manter a base para produção”, destacou lembrando ainda que para isso, um trabalho importante é feito para coleta e armazenamento da melhor maneira possível das águas de chuva. “Isso é determinante para o cultivo além da condição de atendimento e segurança alimentar nutricional”.
Nesse sentido, o Programa Mais Água Para Todo executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) tem o objetivo de implantar na região do Semiáridotecnologias sociais de captação e armazenamento de água, ampliando, principalmente, a oferta de água para produção agrícola e dessedentação animal para as famílias nas zonas rurais. Os recursos são oriundos dos governos Federal e Estadual. Essas tecnologias acabam por aumentar a possibilidade de produzir um pouco mais e por mais tempo a cada ano, fortalecendo a agricultura familiar.
As tecnologias mais utilizadas são cisternas tipo calçadão, além da construção de barragens subterrâneas e outras formas de acumulação de água como o Tanque de Pedra. “Esse empenho de facilitar e contribuir através da assessoria e apoio tem garantido o acesso a tecnologias sociais, um trabalho contínuo realizado há muitos anos resultando em mais de um milhão de obras que hoje beneficiam famílias que sempre estiveram isoladas do acesso a políticas públicas”, afirmou Aroucha.
Ascom CHBSF Juciana Cavalcante
2 comentários
11 de Jan / 2020 às 18h24
Contradição de comunista. Se os governos repassam o dinheiro para essa “ONG”, como é que não há políticas públicas, se esse trabalho é repassado à “ONG”. Como é que os governos não tem vontade política se esse dinheiro depende deles? Vamos enviar uma cópia aos governos para ver o que eles acham, afinal é bom ouvir os dois lados, não é mesmo?
14 de Jan / 2020 às 16h25
Você se interessa pela Agroecologia e até estuda esse tema, mas se depara com 3 grandes dúvidas: 1ª) Por onde Começar?? 2ª) Falta de qualificação que te dê segurança para Começar e a 3ª) Como incorporar a Agroecologia no meu trabalho do dia-a-dia?? Acesse o link e faça o melhor curso online de AGROECOLOGIA: http://mon.net.br/lb9zn