É domingo, primeiro do ano, e eu aqui lembrando meus tempos quando tinha um tempinho e, como digo, juntava umas e outras palavras e o blog gentilmente publicava em atenção ao seu modesto leitor assíduo como gosto e faço questão de dizer onde quer que eu vá...
De repente, lendo algumas postagens de uma rede social da qual faço parte, deparo-me com essa foto acima, e as seguintes palavras: “Escravizados na colheita do café, Rio de Janeiro em 1882.” Fiquei olhando bem a imagem, lendo e relendo a frase descrita, e lá também deixei meu comentário: Só VERGONHA. Poder SACANA!
Mas, não foi só o meu comentário que foi duro, verdadeiro e contundente. Até o momento, enquanto escrevo esse texto, já se vão centenas de curtidas e comentários, e daí escolhi o que disseram alguns, entre tantos, para compartilhar com vocês a indignação geral:
“Sempre me chama a atenção o olhar dessas pessoas. A escravidão foi algo corriqueiro na história da humanidade, infelizmente. Nós fomos o último país a abolir o absurdo, as consequências estão aí.”
“Nada mudou de lá pra cá.”
“Período podre de nossa história. Vergonha!”
Nesses dias, quando ainda vivemos da euforia e da alegria pela passagem de Ano Novo, faço-me a seguinte pergunta: Será que os escravizados sabiam ao menos quais eram os dias de um ano, ou apenas sabiam o que era dia e noite, porque o dia era claro e a noite escura...? Suas vestes, suas ferramentas de trabalho, a gente fica olhando e analisando como era aquela forma de viver sem direito a NADA, a não ser um prato de comida, ou sei lá se ao menos isso existia...
E minha mente vai divagando por esse triste cenário, querendo entender como era o asseio, as viagens nos porões dos navios, a saúde daquele povo... Existia saúde ou era vida ou morte? Falar nisso, como era o nascer e o morrer daquelas pessoas...
Imagino as exigências sem leis que amparassem aquelas vidas. Se hoje o trabalhador der bobeira é sugado e minado, posso ver como era o tratamento daquele poder perverso sobre aquele povo dominado e escravizado de forma totalmente dominante, onde os seus senhores, além de tudo detinham o poder sobre as suas vidas para dar ou vender ao seu bel prazer... Quanta vergonha, humanidade!
Quanta desonra é ainda hoje ouvir alguns relatos de alguns trabalhadores dentre eles algumas mulheres, comentando tratamentos indignos que ainda existem em certos empregos de mão de obra em massa, onde a necessidade pelo pão de cada dia oprime e deixa em silencio alguns escravizados, apesar das leis vigentes, e dos órgãos e entidades responsáveis pela defesa das condições humanas da maioria dos trabalhadores...
Se fizermos uma leitura da imagem ilustrativa, vamos realmente convir de que o olhar de tristeza e incerteza daquelas pessoas era algo doloroso para o Ser Humano. Sem nada na vida além da roupa do corpo, porque muitas vezes nem o próprio corpo lhes pertencia, e mesmo assim viviam, mesmo assim davam o máximo de si, mesmo assim colhiam não só café, mas exauriam as suas forças em tudo que o patrão queria ou mandava...
Foi sob esse olhar que não resisti e tomei o teclado para digitar essas palavras plenas de verdade, não a minha verdade, mas de um assunto passado, que a todos nos enche de VERGONHA pela tamanha PERVERSIDADE dos seus atrozes atores...
DICA DE VIDA: “Se eu ajudar apenas uma pessoa a ter esperança, não terei vivido em vão.” (M. L. King). Feliz 2020!
Acord@dinho – Apaixonado por Juazeiro e leitor assíduo do Blog.
5 comentários
06 de Jan / 2020 às 15h55
Em primeiro lugar, quero registrar a alegria do retorno dessa hábil caneta do "Acordadinho", presenteando os seus leitores neste novo ano com um belo texto, no qual retrata com maestria a triste simbologia das desigualdades sociais e raciais entre os humanos. O perfil da perversidade percorre toda a história da humanidade, e essa vergonha de que você comenta foi agora marcada pelo crime ocorrido ontem na zona leste de S. Paulo, onde um morador de rua foi queimado enquanto dormia. Os seus leitores agradecem pela sua volta semanal. (Salvador-BA).
06 de Jan / 2020 às 16h11
Realmente a imagem que nos revolta demonstra a desumanidade que possibilitou a ocorrência de absurdos como estes em nossa história. E infelizmente ainda temos casos de escravidão ocorrendo no mundo atual, de forma disfarçada mas efetiva. E meditando sobre a frase citada do grande sábio que foi Martin Luther King, devemos ter a esperança que a humanidade evolua para eliminar o sofrimento pelo preconceito e indiferença ao próximo. E finalizo expressando minha alegria em ver este cronista que tanto admiro retornar ao blog nos brindando com seus textos. Feliz 2020, Acord@adinho.
06 de Jan / 2020 às 17h12
ELE NÃO é o culpado O Bolsonaro, não é o culpado! O culpado, é o meu parente, o meu vizinho, o meu amigo... O culpado, é o teu parente, o teu vizinho, o teu amigo. O atual presidente, sempre defendeu a ditadura e a tortura... Sempre defendeu a sonegação de impostos. Sempre foi racista, homofóbico, xenófobo e preconceituoso. Não tinha plano de governo. Nunca foi sociável, não compareceu a um debate sequer. Ele sempre foi assim, sempre! O verdadeiro culpado, é o meu parente, o meu vizinho, o meu amigo.... Ele disse sempre que não entendia de economia. Ele sempre chamou índios e quilomb
06 de Jan / 2020 às 17h15
BOLSONARO E MORO PIOR QUE TEMER PERSEGUIR POBRES TRABALHADORES E JORNALISTAS EH INCONSTITUCIONAL
07 de Jan / 2020 às 05h13
VALE SEMPRE LEMBRAR,QUE RECENTEMENTE UM GOVERNO DE FUNDO SOCIALISTA E TOTALITÁRIO TROUXE DE VOLTA A ESCRAVIDÃO AO BRASIL ATRAVÉS DO FAMIGERADO E ENGANOSO PROGRAMA' MAIS MÉDICOS .A DIFERENÇA É QUE DESTA VEZ OS ESCRAVOS ERAM CUBANOS.'AINDA BEM QUE APARECEU UM CAPITÃO,MEIO ATRAPALHADO,MAS,CORAJOSO E BEM INTENCIONADO QUE OS LIBERTOU,ELIMINANDO ESTA MÁCULA QUE ENODAVA E ENVERGONHAVA O NOSSO PAIS.