Um ataque com míssil dos Estados Unidos perto do aeroporto de Bagdá na madrugada desta sexta-feira matou o comandante das Forças Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã, o brigadeiro-general Qassen Suleimani, assim como o número 2 das Forças de Mobilização Popular (FMP), o comandante Abu Mahdi al-Muhandis.
Suleimani, que liderava as Forças Quds desde a década de 1990, era a figura mais reverenciada das Forças Armadas do Irã e uma das autoridades de mais alto nível do país. Sua morte eleva drasticamente a tensão entre o país e os EUA. Em 2017, ele foi eleito uma das cem pessoas mais importantes do mundo pela revista Time, por seu poder dentro das Forças Armadas do Irã.
O Pentágono confirmou em comunicado que os Estados Unidos foram responsáveis pelo ataque. "Este ataque teve o objetivo de prevenir futuros planos de ataque do Irã", disse o texto. "O general Suleimani estava desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas e militares americanos no Iraque e em toda a região". A Casa Branca confirmou que o ataque foi por ordem direta do presidente Donald Trump.
As vítimas estavam em um comboio das FMP, que atualmente integram as Forças Armadas iraquianas. O ataque deixou ao menos oito pessoas mortas, e acontece três dias após manifestantes pró-Irã tentarem invadir a embaixada americana na capital do Iraque, informaram os serviços de segurança.
O Iraque tem sido palco, nas últimas semanas, de uma espiral de tensão que ameaça transformar o país em um campo de batalha entre forças apoiadas por Estados Unidos e Irã.
— Por 23 anos, Suleimani foi o equivalente ao chefe do Comando de Operações Especiais Conjuntas, ao diretor da CIA e o verdadeiro ministro das Relações Exteriores do Irã — disse ao New York Times Mark Dubowitz, diretor do centro de estudos conservador Fundação para a Defesa das Democracias. — Ele é insubstituível e indispensável.
O ataque parece ter sido um bombardeio aéreo que atingiu dois veículos, disse um policial, e foi o segundo nos arredores do aeroporto em poucas horas. Um ataque anterior, no final da noite de ontem, envolveu três foguetes e parece não ter deixado feridos.
Segundo um general do Estado-Maior Conjunto do Iraque, Suleimani e o relações públicas das FMP, Mohammed Ridha Jabri, também morto, tinham chegado de avião ao aeroporto de Bagdá vindos da Síria.
Em um discurso ontem, Sulemaini respondeu a ameaças que o presidente americano, Donald Trump, fez nesta semana, dizendo que, se os EUA atacassem o Irã, o país, em retaliação, “destruiria tudo o que eles possuem”.
— Você começará esta guerra, mas seremos os únicos a impor seu fim. Portanto, é preciso ter cuidado ao insultar o povo iraniano e o presidente de nossa república — afirmou, em transmissão do canal de notícias iraniano Al Alam.
Nem os EUA nem o Irã confirmaram o ataque por enquanto. Mais cedo ontem, a mídia iraniana citou que o serviço secreto impedira um atentado que seria cometido “por três terroristas” contra Suleimani em setembro.
A influência do Irã no Iraque aumentou após a derrubada de Saddam Hussein, um sunita, na invasão americana de 2003, que levou ao poder representantes da maioria xiita iraquiana. A maioria da população iraniana também pertence a esse ramo do islamismo.
O ataque americano aumenta o risco de que o Iraque se torne uma arena de confrontação entre o Irã e os Estados Unidos, que mantêm 5 mil militares no Iraque. As tensões entre Washington e Teerã aumentaram no último ano, depois que o governo Trump se retirou do acordo nuclear assinado entre o Irã e as principais potências globais em 2015.
Pompeo acusou irã
Desde o ataque, Trump fez apenas um comunicado, postando a bandeira dos Estados Unidos no Twitter, sem nenhum texto a acompanhando. Washington, que acusa as Forças de Mobilização Popular de estar por trás do ataque à sua embaixada em Bagdá, na terça, havia atacado no domingo posições do grupo na zona de fronteira com a Síria.
No início deste mês, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, culpou as forças apoiadas pelo Irã por uma série de ataques a bases no Iraque e alertou Teerã de que qualquer ataque seu ou de seus “procuradores” contra os americanos ou aliados teria “uma resposta decisiva dos EUA”.
Fonte: G1
3 comentários
03 de Jan / 2020 às 08h13
Tudo que o mundo precisava, Trump acaba de dar, uma guerra como se já não bastasse o tanto de desgraça que já vem acontecendo.
03 de Jan / 2020 às 11h07
Quando os fanáticos fundamentalistas derrubaram as Torres gêmeas, o mundo ficou aterrorizado. Agora que um general morreu num ataque de mísseis, o mundo esquerdopata facista ficará sensibilizado.
03 de Jan / 2020 às 16h42
Al Qaeda era um nome Arábe e significa A BASE ou a Base de Dados. Era um grupo recrutado e treinado pelos norte-americanos, entre guerrilheiros do povo Saudita, da Arabia Saudita, aliado dos americanos para lutar na guerra do Afeganistão. Entre eles estava Osamin Bin Laden. Finalizado operações na guerra afegã esse grupo treinado, de famílias ricas sauditas, continuaram operações de guerrilha fora do controle americano, mas agora em operações de terrorismo. Entre uma delas eles planejaram o ataque ao World Trade Center, terra do seu próprio criador.