Operações coordenadas por auditores-fiscais da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia resultaram na retirada de 11 jovens de situações de trabalho infantil em casas de farinha nos estados da Bahia e do Sergipe. A atividade em estabelecimentos deste tipo está tipificada no Decreto 6481/2008, que trata da Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP).
Na região de Lagarto (SE), foram encontrados três adolescentes trabalhando irregularmente em duas casas diferentes. Os jovens, com idades entre 15 e 17 anos, realizavam principalmente a atividade de raspagem de mandioca. De acordo com o decreto, este tipo de atividade expõe as crianças e adolescentes a “esforços físicos intensos; acidentes com instrumentos pérfuro-cortantes; posições inadequadas; movimentos repetitivos; altas temperaturas e poeiras”.
Na Bahia, oito crianças e adolescentes, de oito a 17 anos, foram retiradas de duas casas de farinha fiscalizadas no município de Crisópolis. As informações colhidas durante a operação foram repassadas às prefeituras dos municípios em que se localizavam as casas de farinha, objetivando assistência e acompanhamento das famílias alcançadas e, ainda, a prevenção de novos casos.
Realizadas entre 23 e 31 de outubro, as operações foram coordenadas por auditores dos grupos móveis de fiscalização de combate ao trabalho escravo e de enfrentamento ao trabalho infantil da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Elas contaram com a participação do Ministério Público do Trabalho, da Defensoria Pública da União e da Polícia Rodoviária Federal.
Além de retirar as crianças e os adolescentes do trabalho irregular, houve interdição de maquinário e fornecimento aos empregadores as orientações necessárias para a efetivação das adequações pertinentes, relativas, à ausência ou inadequação de proteções nas máquinas utilizadas no beneficiamento da mandioca.
Os auditores também identificaram nas ações fiscais irregularidades no vínculo empregatício em 19 casas de farinha. No total, eram 118 trabalhadores com contratação informal de trabalho. As empresas têm o prazo de 15 dias para a regularização.
Ascom MPT
2 comentários
13 de Nov / 2019 às 07h28
Pois é, dando a chance de irem pras ruas fumar maconha e se prostituir, minha mãe começou a trabalhar em casa de farinha com 11 anos de idade juntamente com minha vó, nunca teve sua personalidade maculada e sente até hoje orgulho do que fez.
15 de Nov / 2019 às 11h48
O nome correto do cargo dos auditores é Auditor Fiscal do Trabalho - AFT. Assim como existem procuradores do trabalho e juízes do trabalho. E estes integram a SIT- Secretaria Nacional de Inspeção do Trabalho. E o órgão de lotação regional correto dos AFT é SEINT/SE. A SIT é um órgão nacional de Inspeção do Trabalho com representações estaduais denominadas SEINT e com autonomia assegurada pela Convenção 81 da OIT. Organização Internacional do Trabalho ratificada pelo estado brasileiro. Por isso, a SIT não foi extinta junto com o Ministério do Trabalho.