Na última quarta-feira (2), cerca de 60 pessoas de comunidades rurais e organizações sociais de Campo Alegre de Lourdes (BA) participaram da reunião do Fórum de Entidades Populares do município. Durante o encontro, o assunto mais debatido foram as explosões realizadas pela mineradora Galvani, que fica localizada na comunidade de Angico dos Dias. Os/as trabalhadores/as rurais prestaram solidariedade às famílias atingidas pela mineração e reafirmaram o apoio na luta pela permanência na terra e garantia dos direitos da população.
O padre Bernardo Hanke iniciou a reunião do Fórum destacando que mais de 80% do município é mapeado para pesquisa mineral e que, atualmente, além das mineradoras outros empreendimentos ameaçam os territórios das comunidades. "Hoje todos nós somos Angico dos Dias, solidários, vendo a dor e sofrimento, procurando junto com o povo do Angico dos Dias as soluções. Hoje foi Angico dos Dias, amanhã poderá ser outra comunidade", afirmou o padre.
Na última semana do mês de setembro, a população de Angico dos Dias viveu dias de muita preocupação com a volta da realização de explosões pela mineradora Galvani, instalada no território da comunidade e muito próxima às casas das famílias. A comunidade se manifestou contrária às explosões, mas mesmo assim elas aconteceram nos dias 24 e 25 de setembro.
Há cerca de três anos, explosões feitas pela Galvani provocaram diversos prejuízos aos trabalhadores/as rurais. De acordo com a Associação de Fundo de Pasto de Angico dos Dias e Açu, as primeiras explosões da Galvani causaram rachaduras em várias casas e cisternas, além de espalhar o sentimento de terror na população. "A gente fez várias denúncias a respeito desses danos de três anos atrás, e a gente na luta direto, nunca pensávamos que eles iriam conseguir nova licença ambiental para fazer novas explosões antes de reparar os danos das pessoas das comunidades", comentou o presidente da Associação Edinei Dias Soares.
Há mais de uma década a comunidade de Angico dos Dias sofre com os impactos da mineração. Poluição do ar e da água, perda de animais e do território são alguns dos problemas enfrentados pelas famílias da comunidade tradicional de fundo de pasto.
O bispo da Diocese de Juazeiro, Dom Beto Breis, também manifestou solidariedade à comunidade. Em uma mensagem, divulgada na sexta-feira (4), Dom Beto ressalta que "denunciando tal situação, colocamo-nos pois ao lado dos moradores das comunidades em situação de medo e sofrendo os efeitos dos impactos ambientais do citado empreendimento suplicamos às autoridades competentes medidas firmes e eficazes no sentido de garantir os direitos das populações locais e, assim, a justa qualidade de vida para todos."
Comunicação CPT Juazeiro
1 comentário
07 de Oct / 2019 às 08h12
O que eles querem é dinheiro da mineradora.