Com mais de 1,8 mil trabalhadores rurais presentes, a audiência pública para tratar da reintegração de posse de áreas do perímetro irrigado na região do Vale São-Franciscano da Bahia movimentou a sexta-feira (27) em Juazeiro. O encontro foi marcado por protestos e discursos contra a decisão da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que quer retirar as famílias para repassar as áreas irrigadas para a Agrovale, empresa que atua no agronegócio e utiliza agrotóxicos. Membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) defenderam a permanência das pessoas nas áreas ocupadas.
Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), as mais de 850 famílias que vivem na região não podem ser retiradas sem diálogo e sem um projeto que viabilize a continuação da produção desses agricultores.
"As áreas ocupadas por famílias Sem Terra são grandes produtoras de frutas, verduras e cereais que abastecem toda a região. São famílias que inclusive empregam outras pessoas, conferindo desenvolvimento local. Somos contra o despejo que a Codevasf quer empreender. Somos a favor da produção e da vida", diz o deputado federal. Ele completa dizendo que tem acampamentos com mais de 10 anos de formado e que a produção está a pleno vapor. "Não podemos deixar que essas pessoas sejam retiradas de suas casas, de seu local de trabalho. Isso é acintoso. Temos de defender esses trabalhadores. O governo federal só tira dos pobres. Bolsonaro odeia trabalhador", dispara.
Em seu pronunciamento, o prefeito de Juazeiro, Paulo Bonfim (PCdoB), também defendeu a permanência dos trabalhadores nas áreas de perímetro irrigado na região. Segundo Bonfim, "as decisões são tomadas por pessoas em gabinetes trancados com ar condicionado, sem saber o que o homem e a mulher do campo passam. Eles querem dar canetadas de lá de cima e querem que a gente aceite. Não vamos aceitar não. Estamos abertos ao diálogo e não vamos aceitar imposição e que ninguém venha de gabinete dizer como devemos fazer aqui", salienta. Já o dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, defende que os trabalhadores se mobilizem para mais atos em defesa de suas terras. "Vamos lutar para manter essas famílias em seus locais de trabalho, onde produzem. Esse é o objetivo do MST", completa.
A Codevasf quer a reintegrações de posse de áreas como a do projeto Nilo Coelho, em Casa Nova, onde existem dois acampamentos com 250 famílias há mais de 8 anos. No projeto Curaçá, em Juazeiro, tem o acampamento Palmares, uma área da Fazenda Mariati, que foi denunciada por tráfico de drogas e que também está para reintegração. Lá vivem 56 famílias acampadas há 10 anos. Tem ainda o projeto Salitre, que gerou o acampamento Abril Vermelho, também em Juazeiro, com 300 famílias. Todos esses com reintegração de posse com prazo para setembro deste ano. Somente o acampamento Irani, em Casa Nova, que tem 250 famílias, que não está neste prazo estabelecido pela Codevasf.
Ascom do deputado Valmir Assunção
8 comentários
30 de Sep / 2019 às 17h46
Acho que pela primeira vez estou com os assentados! Essa empresa desrespeitosa que em pleno 2019 continua com essa prática perversa de queimada, que polui DIARIAMENTE AS CASAS da população, e quem sabe o que não causa a nossa saúde. Vivem passando na cara da sociedade a grande quantidade de empregos que geram como moeda de troca pra fazerem o que bem quer com a gente!!! RESISTAM ASSENTADOS!!! SOMOS SOLIDÁRIOS A VOCÊS. COMO PODEMOS CONTRIBUIR?
30 de Sep / 2019 às 19h01
Levem esse povo todo para as fazendas de Lula e dos filhos deles no centro oeste e na divisa com o Paraguai. Tem até vídeo mostrando a quantidade de terra. Tudo comprado com dinheiro da corrupção.
30 de Sep / 2019 às 19h23
Vale ressaltar que os pequenos agricultores também utilizam agrotóxicos e na maioria das vezes de forma irracional pela faz de orientação técnica. Vamos fazer um jornalismo sem partidários e sem lado.
30 de Sep / 2019 às 19h41
Agora querem dialogar para sair da terra e quando invadiram dialogaram com quem? Quem é Valmir assunção no jogo do bicho? Mais um que manobra esses trabalhadores, para seus fins políticos e eleitoral.
30 de Sep / 2019 às 19h58
Invasão de propriedade privada é crime, por Isso não podemos aceitar as ações desses desses invadem terras para depois vendê-las. Entre as terras invadidas estão as de pessoas que se sacrificaram para obtê-las e que merecem ser respeitados os seus direitos.
30 de Sep / 2019 às 20h12
Enquanto os assentados do perímetro irrigado estão tendo apoio dos nobre Deputados, os produtores irrigantes de Sobradinho sofre com a COELBA que para fazer o recadastramento da energia elétrica, estar pedindo uma licença ambiental do Inema chamada APE, que custa 280,00 reais, só que para conseguir essa licença, a Prefeitura tem de emitir uma certidão que custa 580,00 reis e o pior nem os funcionários da prefeitura fazem, e nem o Inema, tem de se pegar para uma pessoa habilitada que cobra 500,00reais, por favor senhores Deputados nos ajude, pois quem estar indo na Coelba vem também....
30 de Sep / 2019 às 20h21
Continuação: Vem também com esse problema, o fato é , nos pequenos agricultores já trabalhamos com irrigantes a mais de 10 anos, e só estamos renovando o cadastro e não estamos alterando nada no cadastro, apenas a renovação. O que a Coelba estar tentando fazer é descabido, pois o cadastro não vai ser alterado, só renovado. Solicitamos dos nobres Deputados que intermedie junto a concessionária Coelba que não nos penaliza dificultado e inviabilizando os pequenos produtores produzir no nosso Município de Sobradinho.
01 de Oct / 2019 às 05h32
INVASÃO DE TERRA É CRIME,NÃO TEM BARRIGA ME DOI. NÃO SE PODE COMPACTUAR COM UM CRIME PARA O BRASIL NÃO VIRAR TERRA DE NINGUÉM.CONTUDO SOU A FAVOR DE UMA SOLUÇÃO PARA ESTE CASO,UMA DELAS,QUE OS ATUAIS OCUPANTES PAGUEM PELAS TERRAS QUE OCUPAM SE TORNANDO LEGÍTIMOS DONOS.