A União das Associações do Vale do Salitre – UAVS vem a público se solidarizar com o Movimento dos Trabalhadores sem Terra – MST, especialmente o Acampamento Abril Vermelho, no Perímetro Irrigado Salitre, que recebeu mandado de reintegração de posse neste mês de setembro. O referido Acampamento existe desde 2012 e desde então tem gerado trabalho e renda para centenas de famílias, dentre estas muitas que encontram-se às margens do Rio Salitre, especialmente no trecho que hoje não dispõe de água para irrigação.
Ressaltamos que a área ocupada pelo MST no referido Perímetro contribui com o fortalecimento da agricultura familiar na região, produzindo alimentos, descentralizando a terra e a água e assim contribuindo com o dado de que 70% do que se tem na mesa dos brasileiros e brasileiras vem da agricultura familiar camponesa.
Reiteramos nosso apoio às famílias acampadas, ao tempo em que solicitamos do governo uma política de atenção a essas famílias, garantindo-lhes o direito à terra para produção e moradia. Registramos ainda que o processo de implantação do Projeto Salitre foi injusto com as famílias ribeirinhas do Rio Salitre, que tanto esperavam ser contempladas com lotes e ficaram de fora devido aos critérios de seleção, muitas hoje sendo sem terra ou apenas diaristas em lotes de terceiros no referido Perímetro.
Ainda lamentamos a informação de que a área que hoje passa pelo processo de reintegração de posse à Codevasf será ocupada pela empresa Agrovale, a qual hoje causa inúmeros danos ao meio ambiente e saúde da população do Salitre devido ao processo de produção de cana. O número de empregos gerados para moradores/as de nossas comunidades é pequeno e a empresa também não oferece nenhuma contrapartida social ao Vale do Salitre.
Diante do exposto, externamos nosso apoio ao MST e pedimos providências quanto à manutenção das famílias na área do Acampamento Abril Vermelho, ao tempo em que estendemos nossa solidariedade aos demais Acampamentos na região e no Nordeste que também vem passando por situações de aviso de despejo.
União das Associações do Vale do Salitre – UAVS
3 comentários
26 de Sep / 2019 às 23h12
Caiam na real. Agora o Brasil tem Lei. Acabou esse negócio de invasão.
27 de Sep / 2019 às 10h14
Essas terras foram invadidas, portanto têm donos e são fruto de crime de invasão a propriedade privada. Não justifica dar apoio a atos ilícitos que atentam às leis de direito de propriedade.
27 de Sep / 2019 às 11h26
TEMPOS DIFÍCEIS NO BRASIL DESGOVERNADO...ONDE O POBRE SÓ TEM DUAS OPÇÕES: SER PEDINTE OU BANDIDO.....