Dr. Carlos Augusto Cruz
Médico/Advogado
Quando do meu tempo de menino, era preceito comum entre nós, os filhos daquelas famílias ajustadas da época, na sua grande maioria, ouvirem sempre de seus pais a máxima que leciona: “direito tem quem direito anda”.
Assim cresceram alguns homens do meu tempo, envoltos por essas auréolas de responsabilidades que têm, através dos tempos, formado seres diferenciados na sociedade em que vivem. Apesar de ser achado raro, às vezes raríssimo, eles existem e também estão entre nós; basta que os procuremos! Nem que para achá-los, tenhamos que fazer como o filósofo grego, Diógenes de Sinope, que há mais de 2000 anos atrás, andava pelas ruas de Atenas, em pleno dia, com uma lanterna acesa, a procura de um Homem Honesto.
“Direito tem quem direito anda”, é um provérbio muito valoroso para aqueles que cresceram sob a batuta de seus pais, a cobrar-lhes uma resposta e uma postura de vida. Não é difícil dar uma resposta à sociedade, quando já se amadureceu trilhando os caminhos da retidão e da justiça, mesmo antes de ser candidato a qualquer cargo eletivo. Esses homens sempre estiveram prontos! É só procura-los, acha-los e convencê-los a sair da sua zona de conforto e embarcar no sacrifício, para resgatar a dignidade do seu povo, da sua gente e da sua terra.
Nossa cidade está acabada, diz um juazeirense daqui, tudo isso é porque nossa terra não tem homens, diz outro juazeirense dali; Juazeiro está entregue as muriçocas, refere-se pejorativamente outro de lá. E assim vamos nos acostumando a ouvir tais comentários, a nos recolhermos na nossa insignificância, cada um entrincheirado em seus medos, enquanto a carruagem passa.
Não aparece espontaneamente nem um homem desse naipe que queira se oferecer em sacrifício de uma candidatura. Nenhum juazeirense quer sair da sua zona de conforto, e lançar-se ao mar revolto, mesmo correndo o risco de naufragar, mas só para Juazeiro livrar-se desta praga que o assola, muda de mãos e de mentalidade.
A continuar assim, Juazeiro não terá salvação: irá perder o trem da história, que não espera por nenhum retardatário que não esteja na estação, pronto para nele embarcar, de mala e cuia, no momento da sua passagem.
Partamos do seguinte princípio: - ou a sociedade civil de Juazeiro, inclusive aquela parte da sociedade que nunca se envolveu com política partidária, as instituições de classe e os Clubes de Serviço, Maçonaria, etc., se reúne, se organiza e aponta para candidato a prefeito, deputado estadual e federal para concorrer nas próximas eleições, uma chapa majoritária, composta por filhos da terra que se incomodem com o regresso da nossa cidade, homens que sejam comprovadamente probos, quase uns messias, ou então entrega a nossa cidade, de vez, àqueles políticos profissionais que, uma vez eleitos, tomam gosto pelo poder passando dele a sobreviver. Depois disso, caso os homens citados acima não aparecerem, nada mais teremos a lamentar, a não ser a nossa própria covardia.
O momento é de decisão e principalmente de cisão: ou vai ou racha. Ou a sociedade civil, através de suas instituições, toma as rédeas dos destinos políticos de Juazeiro, ou não teremos saída. Com certeza iremos naufragar, iremos perder o trem da história.
O mais terrível é que, queiramos ou não, somos duas cidades gêmeas: Juazeiro e Petrolina, que nasceram unidas pelo rio da Integração Nacional, sob as bênçãos da Mãe de Deus: Juazeiro, de Nossa Senhora das Grotas, Petrolina, de Nossa Senhora Rainha dos Anjos; uma de frente para a outra e, unindo as duas, o rio São Francisco, como um espelho, a refletir o progresso ou o regresso de uma, nas águas da outra.
É marcante o contraste do progresso de uma cidade em relação à outra. A desenvoltura de Petrolina, em comparação à regressão de Juazeiro, nos últimos anos.
“Direito tem quem direito anda!” Chegou a hora de se provar na prática, esse axioma. O momento é agora, organizemo-nos, saiamos da nossa zona de conforto, vamos à luta, porque, depois disso, Juazeiro só terá que chorar sobre o leite derramado.
12 comentários
27 de Sep / 2019 às 00h34
Bom texto Dr. Mas convenhamos que os clubes de serviços são pais e mães disso que está posto aí. A maçonaria por exemplo apoiou o golpe de 64, apoiou o impeachment de Dilma, fez carta de apoio a Temer e sempre defendeu as forças conservadoras de Juazeiro.
27 de Sep / 2019 às 06h11
Dr Carlos nossa cidade ta ótima! prefeito Bonfim eh otimo. o problema eh o Brasil que tá sem presidente. Bolsonaro e despreparado e demente.
27 de Sep / 2019 às 06h13
Amigo o prefeito Paulo Bonfim ta ajudando os pobres. O presidente Bolsonaro ta tirando ou prejudicando os Trabalhadores e Jornalistas e a saúde do Brasil ta piorando
27 de Sep / 2019 às 06h16
A maioria das cidades e empresas e o povo brasileiro ta quebrados culpa de um presidente Bolsonaro que so ajuda os Laranjas amigos família dele
27 de Sep / 2019 às 06h34
Na cabeça desses reaças burgueses o mundo ideal era o de suas infâncias abastadas, e aí vem com isso de "filhos daquelas famílias ajustadas da época". Balela pura. É o desejo da classe que sempre teve tudo a todo tempo de retornar ao controle absoluto. Médico, advogado e maçom. Em que esse cidadão representa a massa da população? Me deixe viu...
27 de Sep / 2019 às 07h13
Hoje ninguém sabe quem anda DIREITO ! Digo uma coisa! DIREITO TEM, QUEM TEM DINHEIRO! PODE ANDAR ERRADO MAS COM DINHEIRO, TUDO FICA direitinho. OUTRA COISA, POR QUE NÓS JUAREIRENSES (EU TÔ FORA) NÃO ESQUECEM A CASA DO VIZINHO? DEIXA PETROLINA PRA LÁ QUE AS COISAS LÁ NÃO ESTA TÃO BOA ASSIM NÃO.
27 de Sep / 2019 às 07h45
O texto e os comentários explicam porque alguns Juazeirenses são cada vez mais prestigiados e valorizados na cidade de Petrolina. Infelizmente Juazeiro está condenada ao insucesso desde quando um antigo prefeito juazeirense resolveu apostar o aeroporto em um jogo de baralho e perdeu.
27 de Sep / 2019 às 08h37
... Sei que Petrolina há mais ou menos 50 anos, fez seu Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano!... Medida necessário ao crescimento social, econômico, cultural e político!
27 de Sep / 2019 às 09h00
Tenho medo de ser comparado com o cidadão de bem que esta na moda.
27 de Sep / 2019 às 09h23
É de se concordar que Juazeiro está jogado as traças, que precisa urgentemente de uma mudança no comando do município. Pois o que aí se encontra é de ruim a pior. Mas mudar os destinos da nossa cidade através dessa "proposta" que mais parece um discurso de uma elite conservadora e exploradora da massa popular, NÃO!
27 de Sep / 2019 às 09h42
triste o fim de policarpo quaresma, já sentenciava o ilustre autor... triste o fim de nossa plêiade, pois o que nos resta são cegos do castelo, aqueles que nem pra urubus servem, continuam colocando a culpa no outro quando seu pescoço chafurda na lama do caos e do desserviço. juazeiro ta bom? só se for em sua casa dentro de um condomínio de luxo, a cidade está em pândegos, mas a culpa é do presidente... claro, bom mesmo era ter o país chafurdado em corrupção, mas o santo ta preso! coitado, um injustiçado, roubou tão pouco, mas fez! a beata, coitada! não roubou nem fez, mas foi afastada...
27 de Sep / 2019 às 11h44
Desde que me entendo por gente, nasci em 1961, que assisto a essa dor de cotovelo, de juazeirenses, por Petrolina. Não acho que Juazeiro parou no tempo. As duas cidades crescem juntas. E as últimas gestões daqui de Juazeiro, tem de fato, promovido desenvolvimento, principalmente nas periferias. Óbvio, existem problemas históricos, como a situação endêmica de muricocas, de difícil e complexa resolução.