Compreender e falar sobre as próprias emoções: foi este o objetivo das duas rodas de conversas realizadas pela Secretaria Municipal da Saúde de Juazeiro/SESAU, nesta terça-feira, na Unidade de Saúde/UBS da comunidade NH4, no distrito de Itamotinga. O público-alvo foi estudantes da Escola Municipal de Tempo Integral São José, que participaram de dinâmicas e conversaram com psicólogos e demais profissionais da unidade sobre a valorização da vida. A ação integra a campanha Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção ao suicídio.
Para a psicóloga e superintendente de gestão de pessoas da SESAU, Lorena Pesqueira, o momento foi importante porque abordou os cuidados com a saúde mental com crianças e adolescentes, além de sensibilizar e informar os professores sobre o assunto. "Foram conversas bacanas, onde as pessoas puderam falar sobre o que sentiam. Abordamos assuntos que são do mundo deles, falamos sobre o relacionamento com as dores de cada um, ansiedade, perdas, vícios em jogos eletrônicos. É preciso lembrar que, apesar dos momentos dolorosos, é possível ser feliz", finaliza.
Segundo a Organização Mundial de Saúde/OMS, o Brasil registra mais de 11 mil mortes por suicídio a cada ano, o equivalente a 32 casos por dia. A faixa etária de 15 a 29 anos está entre as principais vítimas. O enfermeiro e coordenador da UBS, Ítalo Richelle, comenta que a escolha do público se deu pelo alto índice de casos de suicídio entre os jovens.
"É um momento importante e significativo, justamente pelo que o mês de setembro representa que é a valorização de cada ser humano. A gente está aqui para refletir e sensibilizar estes adolescentes sobre a importância da vida de cada um, e o quanto esse dom é precioso.", completa.
A prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo às pessoas informação, ajuda e atenção adequadas. É o que faz a professora Quelle Cristina da Silva Nascimento. Ela diz que ao perceber sinais de depressão nos alunos, os profissionais se mobilizam para reverter a situação. "palestras como essas são importantes para alertar a todos. Temos um exemplo de dois alunos aqui que o pai foi preso e eles tão depressivos, tanto que você os percebe tristes e isolados, e a gente sempre procura meios para estar animando eles. E assim, eles já veem o quanto que vale a vida de cada um", concluiu.
Victória Resende/estagiária SESAU
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