Milton Nascimento fez fortes declarações sobre o cenário musical do país, em entrevista à Folha de S. Paulo. “A música brasileira tá uma merda. As letras, então. Meu Deus do céu. Uma porcaria”, criticou o cantor e compositor mineiro, aos 76 anos de idade.
“Não sei se o pessoal ficou mais burro, se não tem vontade [de cantar] sobre amizade ou algo que seja. Só sabem falar de bebida e a namorada que traiu. Ou do namorado que traiu. Sempre traição”, avaliou o músico, elencando apenas Maria Gadú e Tiago Iorc como uns dos poucos artistas que gosta da nova geração. “Tem o Criolo também, mas ele não é tão novo”, acrescentou.
“Mesmo com a ditadura, o pessoal não deixava de falar as coisas. Ou [os censores] não deixavam ou a gente escrevia [músicas] e eles entendiam errado. Mas ninguém deixou de escrever”, lembrou Milton, comparando com os dias atuais. “Hoje, que está de novo quase uma ditadura, o povo não está sabendo escrever”, afirmou.
As fortes declarações do artista mineiro acabaram também gerando reações e críticas, sobretudo no meio artístico.
“Tenho o lamento imenso de perceber que talvez estejas mal assessorado pois há neste Brasil, infinitos artistas enriquecendo a cultura com novas linguagens, escritas e tecnologia. Há uma música preta, ocupando um espaço inédito que vai de Rincón a Josyara. Você já ouviu a Josyara tocar e cantar? E Liniker? Luedji? Percebes que tem muitas compositoras abrindo uma nova reflexão linguistica a partir de seus escritos? É pena uma grande imensa parte da música brasileira estar a margem, como meu velho pai. Vc se lembra dele? Itamar”, rebateu a cantora e compositora Anelis Assumpção, citando alguns nomes de destaque da nova MPB, como as baianas Josyara e Luedji Luna.
"Poxa, se a pessoa não está inspirada , não culpe os outros. Tantos artistas maravilhosos no Brasil! Fala sério", comentou a cantora, compositora e performer carioca Silvia Machete.
Já Alice Caymmi minimizou as críticas. "Gente, deixa eu falar aqui rapidinho uma coisa: se acostumem com o fato de que o Milton Nascimento acha nossos trabalhos uma merda. Obrigada", disse a artista. "Sabe o que eu penso, meu amor? Que nós, cada vez mais, temos que aprender a viver sem a necessidade da aprovação", acrescentou.
BN
4 comentários
23 de Sep / 2019 às 19h00
Se ficou mais burro. Tá brincando. De 2013 para cá é uma geração perdida.
23 de Sep / 2019 às 21h22
ESTA CERTO MILTON NASCEMENTO TEM POCA MUSICA BOA PARA SE OUVI
24 de Sep / 2019 às 07h37
concordo, so se houve nas musicas atuais mais apologia ao alcool.
24 de Sep / 2019 às 08h39
A era de ouro da MPB já passou, as composições atualmente só fala de traição, bebedeira, dor de cotovelo, acabando com as mulheres, violência, sexo, palavrões, etc. O Milton tá certo, a música brasileira tá uma porcaria, o sertanejo com suas letras ridículas ganhou espaço e somos obrigados, mesmo sem querer, a ouvir em cada esquina, merdas sem qualquer sentido. A música baiana é um sofrimento só, o sertanejo uma podridão, a sofrência, meu Deus, deprimente, ainda poderia falar da tal dá, dá, dá, bé, bé, bé, tí, tí, tí.