Em entrevista ao Programa de Rádio Frente a Frente, direto de Brasília, o líder do Governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), anunciou que irá procurar o governador Paulo Câmara, nos próximos dias, para convencê-lo a aceitar a instalação de uma usina nuclear no município de Itacuruba, investimento, segundo ele, da ordem de U$ 2,5 bilhões.
O senador explicou explicou que o Governo Bolsonaro está retomando o projeto de abertura de novas usinas no País e que no caso de Pernambuco a melhor localização ainda continua sendo Itacuruba, conforme estudos anteriores. “Pernambuco não pode ficar de fora, em todo lugar do mundo existe usina nuclear, que gera uma energia limpa, sem nenhum risco”, disse. Sobre a reação negativa da população quando se discutiu o assunto em governos anteriores, o senador afirmou que não há mais preconceito em relação à energia nuclear.
“O que o sertanejo tem medo é de fome”, advertiu, ao responder pergunta como a população de Itacuruba iria receber a notícia. O líder avaliou que o governador não poder abrir mão de tamanho investimento, que só nas obras de instalação irá gerar cerca de 14 mil empregos diretos.
Diante desta possibilidade da instalação de uma usina nuclear às margens do Rio São Francisco, no município de Itacuruba, no Sertão pernambucano, movimentos sociais estão se mobilizando em defesa da segurança hídrica e ambiental da região.
O professor e doutor Heitor Scalambrini destaca a preocupação com obras da dimensão de uma usina nuclear. "Não existe obra com desastre zero. Falar que um vazamento não pode acontecer não é verdade. Eles falam que o acidente é quase nulo. Não é verdade. Quando acontece acidente nuclear ele perdura por vários anos, a contaminação penetra no lençol freático", explica.
Enquanto a professora e doutora da UFPE e UPE, Vânia Fialho, enfatiza que a região não é um vazio demográfico. " Estamos falando de uma região com grande complexo étnico, com relações de parceria e troca. Ao invés de baixa densidade temos rica rede e presença indígena na região", argumenta.
Os conflitos e as possíveis ações coletivas para barrar esse projeto foram colocados pelo público. O deputado estadual Doriel Barros (PT), engajado à luta contra usina em Pernambuco, se colocou à disposição do movimento. " Não podemos pagar o preço para ver as consequências de uma usina como essa. Me coloco à disposição para discutir junto com a população e trabalhadores. Me coloco nessa luta com a Igreja e junto a todos que defendem a vida", concluiu o deputado.
A redação do blog Geraldo José enviou solicitação para o Governo Federal esclarecer sobre o Projeto de criação da fonte atômica de energia que foi sinalizada no Plano Nacional de Energia 2050, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Além de Itacuruba, outras oito localidades no Nordeste e Sudeste do país estão sendo estudadas para abrigar usinas. De acordo com o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, a Eletronuclear já concluiu estudos que indicam Itacuruba como a área ideal para a construção do empreendimento que custaria R$ 30 bilhões.
Redação Blog Foto: Arquivo MST
6 comentários
06 de Sep / 2019 às 07h24
Esse sr deputado está desatualizado! Energia limpa está aí EÓLICA, SOLAR, MARES! pra que energia NUCLEAR se em alguns PAÍSES estão DESATIVANDO! Será que ele lembra do acidente lá em CHERNOBIL, o outro acidente do Japão, será que lembra o que uma CAPSULA DE CESIO fez com gente lá em GOIÁS e outros acidentes ? caso viesse a se instalar e houvesse vazamento, aí eu diria ACABOU SE O RIO SÃO FRANCISCO! HÁ EU SEI PORQUE QUER INSTALAR U$ 2,5 bilhões é MUITO DÓLARES, digo muito DINHEIRO
06 de Sep / 2019 às 11h23
O interesse do Senador é meramente financeiro e em causa própria. Energia limpa sim! Como já temos aqui no nordeste parques eólicos e solar. Esse é o caminho correto para preservação do meio ambiente, do planeta e da humanidade. NÃO a Usina Nuclear.
06 de Sep / 2019 às 13h15
Dinheiro de obras. É tudo que eles querem. Lembremos da transposição do Rio São Francisco, encheram as burras. Não importa se é para instalar usina nuclear, lixão, nada. Eles querem apenas o dinheiro fácil e docinho das obras. Faltou obra, faltou dinheiro. Mas obra sem vender estatal, só no governo Lula e Dilma.
06 de Sep / 2019 às 16h08
DEFENDER É UMA COISA,MAS,POR EM PRATICA O BABADO É OUTRO.PESSOALMENTE SOU CONTRA, POIS COM O MESMO DINHEIRO DARIA PARA SE CONSTRUIR MUITOS PARQUES FOTOVOLTAICOS E PARQUES EÓLICOS !INFINITAMENTE MAIS SEGUROS.
08 de Sep / 2019 às 00h03
Exatamente. Querem obras megalomaniacas pra gerar propina pra ele e seus filhos...sem falar no grande risco ambiental.
08 de Sep / 2019 às 11h35
Acéfalos..ignorantes..leigos de plantão...essa zorra de usina não é de energia nuclear seus abilocis!!!...e sim fotovotáica!!!