A cada 45 minutos um brasileiro tira a própria vida. Esse número já deveria ser suficiente para estimular as pessoas a se mobilizarem pela prevenção dessas mortes precoces, mas apesar dos avanços, os tabus, preconceitos e vergonhas ainda são adversários nessa luta.
Durante todo o mês de setembro diversas ações serão vistas em todo o Brasil, em um movimento chamado de Setembro Amarelo, para chamar a atenção da população para esse problema. O suicídio é um assunto complexo, pois ninguém se mata por um único motivo, mas a prevenção é possível e algumas ações podem ser feitas por todas as pessoas. Permitir que as pessoas desabafem e falem sobre seus sentimentos sem receber críticas é um meio de evitar que se pense na morte como solução para as dores.
A morte em si já é um tabu. Morte por suicídio costuma ser ainda mais, pois toca em questões de escolhas, crenças e barreiras sociais. Nesse sentido, muitas vezes há pouco debate e divulgação. Em junho deste ano o CVV lançou uma série de vídeos para se prevenir o suicídio entre jovens e adolescentes, faixa etária em que mais cresceram os índices de suicídio no país. É uma iniciativa para permitir que toda a população se engaje na causa e possa se capacitar para identificar sinais, pedir e oferecer ajuda. Os vídeos estão disponíveis no YouTube e para download no site do CVV.
Neste ano, diversos fatores levam a crer que o movimento Setembro Amarelo terá alcance recorde. A começar pelo fato de que o CVV chegou a 110 postos de atendimento em todo o país com mais de 3.000 voluntários em atuação. O movimento, no entanto, não é do CVV, mas o CVV é um dos seus mobilizadores desde o início. Quanto mais pessoas participarem das iniciativas, melhor para todos. Exemplos de ações são a iluminação em amarelo de prédios e monumentos, caminhadas e passeios ciclísticos, palestras e rodas de debate, ações dentro de empresas e distribuição de balões amarelos.
Anna Monteiro-Hospital Dom Malan
1 comentário
04 de Sep / 2019 às 17h56
Entro nesta luta com duas mãos, muito sentimento e expressão verbal, mesmo sabendo que lutar com palavras não é tarefa fácil, onde tenho de me esforçar ao máximo. Mas a ocasião é propícia por vivermos um caso de saúde pública, que compete a todos os profissionais de saúde, e a sociedade engajada. Salve a nossa juventude do extermínio voluntário, e assim salvamos a nação da pobreza, por serem eles os verdadeiros depositários do progresso.