ARTIGO - NÚMERO DE ABERTURA DE SINDICATOS CAIU DRASTICAMENTE. POR QUE SERÁ?

É incrível, como as coisas aparecem tão explicitas no Brasil e ainda tem gente que faz questão de não enxergar. É sabido que o PT durante toda sua trajetória política sempre trabalhou em conjunto com os sindicatos de várias entidades pelo simples fato de se apoiar na pecha de ser um "partido dos trabalhadores!" E sabemos muito bem como era esse modos operandi todo com o surgimento a operação Lava-Jato, embora não seja uma novidade para você meu caro leitor (a), que acorda cedo, trabalha tanto e não vê seus direitos assegurados.

Mas hoje os "ventos são outros!" O Governo mudou e a forma de administrar o dinheiro público também. Após o fim da contribuição sindical obrigatória em vigor desde novembro de 2017 no governo de Michel Temer, os números de pedidos de abertura de sindicatos aqui no Brasil caíram drasticamente. Nesse ano de 2019, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais, do MINISTÉRIO DA ECONOMIA, apenas 176 registros foram solicitados até meados de agosto.

Em anos anteriores à mudança, este número girava na casa dos 800 pedidos! Em 2018, primeiro ano cheio, com o fim da obrigatoriedade foram realizadas apenas 470 solicitações. Agora em 2019 enquanto escrevo esse artigo foram 106 os que conseguiram.  Pois é... Vemos então que para a "indústria dos sindicatos", a criação dos mesmos visando o retorno financeiro advindo da obrigatoriedade das contribuições é hoje uma canoa furada!

Mas, pare para pensar um pouco. Em quê um sindicato tem sido útil para você como trabalhador de carteira assinada ou não? Você concorda em pagar uma contribuição obrigatória por uma "entidade protetora" que na verdade tem sido mais "parceira de patrões e empresários" do que defensora de empregados? Se procurarmos em matérias jornalísticas, artigos e até mesmo em boletins de ocorrências policiais, diversas atrocidades protagonizadas por líderes sindicais não só dentro da era PT, mas também fora dela foram protagonizadas!

Se formos buscar à luz da história, o modelo de organização sindical vigente no Brasil tem raízes na Carta Constitucional de 1937. Seguindo uma lógica de mistura entre o Estado e os trabalhadores, percebemos claramente o objetivo desses sindicatos, que na verdade dão sustentação aos atos do governo e não aos interesses dos trabalhadores. Isso é muito claro devido aos privilégios que essas entidades têm: são verdadeiros monopólios graças à unicidade sindical e ainda recebem dinheiro público, a Contribuição Social Sindical (no popular, o Imposto Sindical).

É por isso que eu defendo a tese que é preciso que haja liberdade sindical para que apenas continuem existindo sindicatos realmente representativos para os trabalhadores. O trabalhador não pode ter descontos de seu salário se não apoia a luta daquele sindicato! Detalhe: você está pensando que somente eu defendo isso? Pasme, o Lula do PT nos anos 1990 falava exatamente essa mesma teoria. Só que, a defesa pela liberdade sindical não durou ao longo dos anos em que o PT esteve à frente da Presidência da República e teve maioria nas casas legislativas. Ficou impressionado com essa? Sim, o PT era também contra a obrigatoriedade dessa contribuição. Mas por que mudou? (risos)

ERRY JUSTO

Radialista e Jornalista