MORRE EM JUAZEIRO O PROFESSOR JOSÉ RAIMUNDO DOS SANTOS (NEGÃO DO EDSON)

Foto dos 60 anos de Negão do Edson em 2017.

Informações dos familiares e do professor Gilmar Nery dão conta de que acaba de falecer no Hospital Regional de Juazeiro o Professor José Raimundo dos Santos, popularmente conhecido como Negão do Edson.

Negão, desde que descobriu ser portador da diabetes nunca mais teve saúde, de lá para cá, foram vários internamentos a grande maioria por anemia profunda.

Há poucos dias, o professor de Educação Física voltou a ser internado no Regional também com problemas renais. Nesta quarta-feira (29), ele teve uma parada cardíaca, os médicos tentaram reanimá-lo, mas o professor não resistiu e veio a óbito no início da noite.

O velório, começa logo mais às 22 horas no SAF, à rua Raul Alves, bairro Santo Antônio. O enterro, será amanhã às 17 horas, saindo do SAF para o cemitério central de Juazeiro.

Em 2013, o Professor José Raimundo destaque no Blog GJ Notícias depois de entrevista concedida ao quadro Conversa ao Pé do Balcão, no programa Bodega do Brocoió, na Rádio Juazeiro. Relembre:

 José Raimundo dos Santos, Negão do Edson, começou entrevista discordando de quem o caracteriza como sizudo, duro: “Pelo contrário, sou emotivo, sensível, choro fácil, mas não diria alguma coisa, aprovaria uma opinião somente para agradar alguém, não importa quem seja”, ressaltou.

Filho de Juazeiro e morador do Bairro Santo Antonio desde que nasceu, há 56 anos, continua mantendo seu amor pela comunidade e pela terra: “Moro no mesmo bairro e na mesma casa desde que nasci e de lá não saio”, profetizou. Durante a entrevista, Negão do Edson não escondeu seu desencanto com as administrações que se sucederam em Juazeiro e com seu antigo partido, o PCdoB.

Bairrista convicto, disse que "até" já admite gostar de Petrolina, “mas não compraria nada lá, se tivesse aqui, mesmo que fosse mais barato.” Negão do Edson até se lembrou da última vez que visitou a cidade vizinha: “Faz uns seis anos. Neto e Mundinho estavam tocando lá, num sábado à tarde, e eu fui. O motivo era justo”, pontuou.

Atleta e professor de handebol a partir dos 70, considerado acima da média na prática desse esporte, Negão do Edson relembrou grandes momentos dos jogos escolares em juazeiro e lamentou a falta de incentivo a esses eventos já a algum tempo: “Naquela época os diretores de escolas iam pra beira da quadra torcer e apoiar os seus atletas, isso motivava, tirava a juventude de caminhos errados e havia uma disputa acirrada, mais sadia, entre colégios como o Edson Ribeiro, Rui Barbosa, Lomanto Júnior, Paulo VI”, relembrou saudosista.

Botafoguense convicto, mas com muitos amigos rubro-negros, ele evita falar o nome do Campeão da Copa do Brasil, se referindo ao Flamengo sempre como “aquela coisa”. Não negou, no entanto, que certa vez colocou uma bandeira do Flamengo no seu bar “Baianidade”, no Santo Antônio, só para atrair a clientela.

Provocado, não negou que certa vez quase entrou em conflito com um cantador, num evento em homenagem ao dia do samba, no “Bar de Juninho”, só porque a cantiga entoada falava que “o samba nasceu em Pernambuco”: “O samba nasceu na Bahia e eu o desafiei a provar o que cantava. Rendeu uma discussão, mas depois tudo ficou numa boa”, relatou.