Foi durante o Carnaval de 2015 que a vida da trabalhadora rural Maroni Ferreira da Silva (37) virou de cabeça para baixo. Nascida em Juazeiro do Norte – CE, ela já morava em Petrolina-PE há alguns anos, onde tinha uma rotina tranquila até o dia em que se tornou vítima de um acidente de trânsito.
Maroni trafegava em sua motocicleta e seguia por um cruzamento, quando um motorista que dirigia um trator não respeitou a preferência e atravessou a via indevidamente. A motociclista não conseguiu frear a tempo e colidiu com o veículo. O impacto provocou fraturas no úmero, maxilar e no pé direito, sendo estas tratadas com cirurgias realizadas durante os sete dias que permaneceu internada no HU-Univasf.
Infelizmente, o acidente não se tornou apenas um acontecimento passado na vida de Maroni, pois as consequências dele ainda estão presentes. A fratura no braço esquerdo lesionou o nervo radial e prejudicou os seus movimentos, além de provocar dores fortes e constantes. Por conta das sequelas, ela foi obrigada a se afastar do seu trabalho em uma fazenda produtora de uva que garantia o seu sustento e independência.
Sem condições de seguir com no seu emprego, Maroni precisou solicitar o auxílio-doença disponibilizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Por duas vezes negaram o meu benefício e tive que entrar com recursos. Logo terei que levar um novo laudo, mas não sei se vou tentar novamente. É muito difícil conseguir um direito. Eu tentei voltar para o trabalho, mas não consegui. Moro sozinha e preciso me sustentar”, contou.
Situações dramáticas envolvendo trabalho e renda, como esta vivenciada por Maroni da Silva, são muito comuns entre pessoas que sofreram acidentes de transporte terrestre. Segundo dados do HU-Univasf, 75,8% das vítimas de acidentes, atendidas em 2018, tinham entre 20 e 59 anos, ou seja, se encontravam em idade produtiva.
Os trabalhadores que contribuem para o INSS têm direito a alguns benefícios sociais: os auxílios doença e acidente. Contudo, os beneficiários terão uma queda na sua renda mensal, tendo em vista que não receberão o seu salário habitual e, sim, um percentual desse valor e não serão incluídos adicionais como: vales transporte e alimentação, entre outros.
“O indivíduo pode perder até 50% da sua renda mensal quando ele é afastado por conta de um acidente. As famílias precisarão cuidar daquele paciente, daí também ocorrerão impactos na vida produtiva daquele cuidador, que provavelmente também precisará se ausentar do trabalho”, destacou a assistente social do HU, Zalcleia de Freitas. A situação dos trabalhadores informais é mais grave, já que estes ficarão sem qualquer auxílio durante todo o processo de recuperação.
A profissional ainda esclareceu a respeito do Seguro DPVAT. O seguro indeniza qualquer pessoa (motorista, passageiro ou pedestre) que tenha sofrido lesões em um acidente de trânsito. De acordo com a assistente social, existem exigências que dificultam o acesso à indenização. “O documento do veículo precisa estar em dia e também é necessário apresentar o boletim de ocorrência. As pessoas poderão solicitar em caso de invalidez, morte de familiar e despesas médico-hospitalares. O processo é bastante burocrático e criterioso”, afirmou.
Como a violência no trânsito afeta a minha vida?
Não se engane, toda a sociedade perde com a violência no trânsito, seja por que fica mais perigoso transitar pelas ruas e estradas, seja pelos gastos que o estado precisa ter com indenizações, despesas com SUS, entre outros. O Brasil já gasta quase 60 bilhões de reais por ano com acidentes de trânsito, segundo dados do “Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada” (IPEA).
O HU-Univasf desembolsou R$ 1.562.817,39, em 2018, somente para a compra de próteses ortopédicas. Agora, entre janeiro e abril de 2019, este valor já passa de R$ 700.000,00.
Os números são alarmantes: meio milhão de pessoas se envolvem em acidentes de trânsito todos os anos, no Brasil. A cada minuto, pelo menos uma pessoa fica inválida e, a cada 12 minutos, uma pessoa morre por acidentes de trânsito no país. As causas de toda essa tragédia são: imperícia, imprudência e negligência dos envolvidos em 90% dos casos, afirma a Organização das Nações Unidas (ONU).
Maio Amarelo, movimento de educação e prevenção:
Instituições públicas e sociedade civil vêm desenvolvendo estratégias para tentar controlar os altos índices de acidentes. A educação tem sido a principal tática, apoiada pela campanha internacional Maio Amarelo, que tem por objetivo alertar sobre a necessidade de um trânsito mais seguro.
O HU-Univasf, mais uma vez, aderiu ao movimento e vem promovendo diversas ações internas e externas de conscientização.
A equipe do hospital tem promovido palestras e momentos de reflexão a respeito de todos os riscos e, especialmente, as sequelas deixadas na vida de um acidentado. A unidade também lançou uma campanha nas suas mídias sociais com o mote: “Não é só um acidente”, cada peça aborda um fator causador de acidentes.
Ascom HU Univasf
2 comentários
23 de May / 2019 às 19h06
ATENÇÃO MINISTÉRIO PÚBLICO!!!!!!!!
24 de May / 2019 às 05h04
porque será que o reitor da univasf disse que a universidade iria fechar? Bora ver o que esse reitor tá fazendo com o dinheiro do povo.