A VI edição do Maio da Diversidade, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES) realizou na última sexta-feira (17), na área verde do Vaporzinho, uma edição especial do Chá das 5, que fez sucesso no município na década de 80. O homenageado foi um de seus idealizadores, o produtor cultural Reinaldo Neres, o Naldinho, assassinado há 16 anos vítima de LGBTfobia.
Aliado ao resgate cultural a prefeitura trouxe a mensagem do combate ao preconceito realizando o evento no Dia de Luta contra a LGBTfobia. Mais de 20 artistas locais se revezaram no palco em clima de muito saudosismo e a plateia acompanhou tudo de perto relembrando o movimento cultural que marcou uma geração.
O sanfoneiro Silas França foi um dos primeiros a se apresentar e afirmou estar realizando um sonho ao participar do Chá das 5. “Desde criança escutei histórias do Chá das 5, era algo inacessível para mim porque não vivi aquela época. Hoje estar aqui participando é especial, me sinto voltando no tempo e realizando um sonho de criança e de artista de Juazeiro. Acho que faz parte do histórico, não conseguimos desvincular um evento como esse do histórico da cidade, culturalmente falando. Acho louvável por não ser uma iniciativa apenas, e sim um resgate”, afirmou.
A transformista Lilica foi outra que se apresentou na edição especial do Chá das 5. Para ela foi um privilégio poder participar da homenagem. “Foi uma satisfação poder participar com tantos outros artistas, além de ser uma ótima ação para quebrar a barreira do preconceito”, disse.
O professor de Ballet e artista, Geraldo Pontes, viveu a época inicial do Chá das 5 e se emocionou ao falar da homenagem ao amigo Naldinho. “Esse foi um movimento que ganhou força na década de 80, conquistou as pessoas, os artistas e a comunidade em geral. As pessoas aguardavam o Chá das 5, era um ponto de encontro de artistas e amantes da arte, então acho muito justa a homenagem ao movimento e a Naldinho, que foi um grande amigo. É importante esse resgate por passar para as gerações atuais que existiu esse movimento consistente, de onde saíram vários artistas e ainda trazer a mensagem do combate ao preconceito. Chega de violência, as pessoas têm liberdade de viver a vida como querem”, ressaltou.
A costureira Irlani Maria fez questão de prestigiar o evento que só conhecia através de fotos. “É a primeira vez que estou assistindo e é uma honra poder prestigiar tantos artistas, estou adorando. Essa cultura não pode morrer”, afirmou.
A secretária Cida Gama destacou a importância de ações como esta. “Um momento importante para nossa cidade, principalmente, por ainda vivermos em um país extremamente preconceituoso em relação à população LGBT. Trazer a história de Naldinho, um grande precursor da cultura na nossa cidade, aliado a essa temática só fortalece a ideia do combate ao preconceito e do respeito ao próximo, que é o que deve nos guiar em qualquer circunstância de nossas vidas. O prefeito Paulo Bomfim tem nos validado a trazer essa temática, pois trazendo essas questões amadurecemos a sociedade e fortalecemos esse respeito tão importante para vivermos em uma sociedade melhor”, completou.
A programação do Maio da Diversidade deste ano conta ainda com o apoio da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes e do Conselho Municipal de Cultura, e continua durante todo o mês com a exibição do filme 'Meu Nome é Nega Tonha' no Cine Diversidade, além de rodas de conversas e atividades educativas nos CRAS, CREAS e Casa do Bolsa Família.
Por Fabiana Diniz/SEDES
3 comentários
20 de May / 2019 às 16h06
O texto contem um erro de informaçao , Naldinho o idealizador do Cha das cinco , nao foi vitima de LGBTFOBIA , essa informaçao é mentirosa ! Ele foi vitima de um dos seus parceiros que periodicamente contratava e por nao querer pagar pelo encontro foi assassinado por ele. Nao tem nada de LGBTFOBIA. Na epoca , a 16 anos atras nem se usava essa , quem expressao. Quem escreveu esse texto é desinformado. Naldinho era nosso colega dos tempos da Rua XV .
20 de May / 2019 às 16h48
ÓTIMO EM TUDO. DE ÉRIAS DE RECIFE, MAS, ANTENADO COM A CIDADE. REENCONTREI DA MINHA ÉPOCA CHÁ DAS CINCO FIGURAS DE PROA COMO COELHÃO, OTONIEL GONDIM. MASSA DEMAIS!
20 de May / 2019 às 21h27
Os vermelhos quiserem LACRAR, mas quem LACROU foi o PROFESSOR (o verdadeiro e sem processo na Justiça).