Além do vasto número de Ministérios que integram a estrutura do Governo Federal, temos Secretarias, Autarquias, Agências e Departamentos outros que zelam pelo funcionamento da gigantesca máquina administrativa do Estado. Ainda há um cargo, em particular, que zela pela imagem do Presidente, requer especial capacidade de expressão, poder de síntese e muita habilidade na comunicação, uma vez que sempre se dirige a jornalistas sedentos por notícias do governo: o PORTA VOZ. A função se reveste de particularidades especiais, visto que a esse profissional não basta reproduzir uma linha de pensamento do governo, mas ser a voz pública do próprio Presidente. E quando este tem a loquacidade de um Bolsonaro, os reparos e justificativas se sucedem a todo instante!
Obviamente que aqueles que escolheram o segmento da atividade política, assumiram a condição de entes públicos por opção própria e estão sujeitos ao crivo da avaliação crítica, seja como alvo do eleitor e cidadão, ou dos analistas em todos os níveis. Diante dessa vulnerabilidade a que estão expostos, são grandes as responsabilidades não somente decorrentes do poder dos seus atos oficiais, como, também, por tudo aquilo que pensam e falam.
Ainda que se constituam em alvo, é inquestionável a importância que representam os administradores públicos para a sociedade. Por mais intensas que sejam as críticas ao modelo de gestão que desenvolvam, cada município, cada Estado e o País não podem prescindir do comando de uma liderança que gerencie os recursos financeiros e execute os investimentos públicos necessários à vida da população, além do poder de representá-los como instituição. Diante da complexidade dessa estrutura, é que existe a necessidade de atento acompanhamento da sociedade, função fiscalizadora constitucional atribuída ao Poder Legislativo eleito pelo voto popular.
Naturalmente que esses valores que qualificam essas autoridades, devem ser tratados com zelo e dignidade durante o desempenho de suas funções públicas, porque os seus atos e atitudes podem servir de exemplo à população observadora, e em particular aos nossos jovens.
Ainda que fatos ligados a desvios de conduta tenham registros históricos desde os primórdios da nossa colonização, quando já era evidente a existência de nepotismos e trocas de favores, além de graciosas distribuições de Capitanias Hereditárias, nunca, todavia, foram tornados públicos tantos escândalos envolvendo autoridades estatais e privadas, como agora. Mais grave e inusitado em tudo isso é a nação ter testemunhado dois Presidentes da República presos e com inúmeros processos nas costas!
Mesmo reconhecendo a precocidade de qualquer rigoroso julgamento do atual governo, diria que o titular do comando maior da Nação vem cometendo centenas de casos de imaturidade política, linguajar chulo e impróprio para o cargo, que chega a ser irritante para os seus próprios partidários! Ora, ninguém conseguiu, ainda, convencer ao Presidente e aos seus garotos “Bolsonaro’s” de que chega de usar o linguajar simplório das “redes sociais” e está na hora de assumir a postura de nível reclamada pelo cargo, bem como usar o tom exigido pela liturgia da função presidencial! E vamos ser sinceros: essa atitude já passou da hora, porque, até agora, o que se vê é a troca de farpas e muita confusão entre eles mesmos, o que é pior!
As recentes diatribes lançadas ao ar enquanto visitava os EUA foram de uma infelicidade e ridículo sem conta! Inconcebível que um Presidente use de linguagem tão agressiva e torpe, ao taxar os manifestantes de “imbecis e idiotas úteis”, entre os quais se encontravam professores e estudantes que questionavam a redução das verbas para as Universidades! Certos ou errados, estavam exercendo um direito democrático! E aqui vale lembrar o velho ditado: “quem fale demais, dá bom dia a cavalo...”
O episódio da carta divulgada com o patrocínio da Presidência, contendo uma mensagem plena de infâmias e derrotismos, subscrita por um “Autor Desconhecido”, que não teve a coragem e hombridade de se identificar, foi de uma iniciativa desastrosa! Como imaginar um mínimo de razoabilidade no apoio do Presidente a um texto anônimo!
O projeto de mudança era uma necessidade, mas é indesejável que a empolgação pelo poder venha a desviar os rumos desse processo, sob a influência de um descontrole verbal da parte de quem deveria contar até três antes de pronunciar impropriedades. Feche a boca, Senhor Presidente, porque: EM BOCA FECHADA... NÃO ENTRA MOSCA!
Mas, a esperança continua!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
10 comentários
19 de May / 2019 às 23h19
Um Artigo bem apropriado. O difícil será alguém entender o recado nas entrelinhas do texto, que é um verdadeiro contexto daquilo que todos os dias ouvimos e assistimos: muita conversa e pouco(ou nada) de trabalho. O paragrafo final está a dica Maior, pena que eles pais e filhos, filhos e pais, só ouvem uma voz: a voz da vaidade e verdade própria que fala mais forte em cada um. QUE PENA BRASIL!
20 de May / 2019 às 02h03
Eu votei no MITO para ele chamar idiota de idiota. Se fosse para chamar idiota de intelectual teria votado nos corruPTos.
20 de May / 2019 às 05h23
Quer dizer que o problema do país agora é o linguajar dos conservadores que não atinge a meta soteropolitana desejada? Se boca fechada não entra mosca, esse texto não tinha sido parido, porque o autor desfilou uma infinidade de matéria fecal capaz de atrair um moscaréu, ou uma moscaria, ou um mosquedo, ou ainda um mosqueiro
20 de May / 2019 às 06h36
CADÊ FLÁVIO CADÊ QUEIRÓZ CADÊ BEBIANO CADÊ ADÉLIO CADÊ TODOS
20 de May / 2019 às 06h53
Grande - Moro só poderia garantir a prisão de Lula, se Teori saísse de cena. - Teori, ministro do Supremo, era crítico da Lava Jato. Ele poderia reconhecer a inocência de Lula, mas sofreu o único 'acidente' de avião em 2017. - O delegado da PF que investigava a morte de Teori foi assassinado por um frequentador do Clube de Tiro .38, o mesmo clube que os Bolsonaro frequentam. - Adélio, autor da facada, foi a este mesmo clube no mesmo dia que Carlos Bolsonaro foi. - Adélio estava desempregado, mas teve dinheiro para pagar 600 reais por uma hora no Club, ficar hospedado por vários dias em Flavio
20 de May / 2019 às 07h58
Cada vez mais vejo que, apesar dos ataques pessoais e ideológicos sofridos, o professor Otoniel Gondim tinha sempre razão. Agora, felizmente, concordo com os seus artigos que à época eu os tachava de radicais. O Sr. Agenor santos é impecável na escrita. Tem conhecimento e estar-se aproximando dos que acham Bolsonaro truculento, irracional, chulo e idiota despreparado. Boa, Sr. Agenor, virei mais fã seu ainda !
20 de May / 2019 às 08h09
Realmente estamos em uma fase de confrontos em que infelizmente vemos que até mesmo comentários inoportunos acabam sendo absorvidos como um forma de manifestação de inconformidade. E é o que verificamos quando observamos que a esquerda classifica o atual comando político de expressões políticos que remetem ao autoritarismo e o presidente e muitos do governo respondem com agressividade. A reação é mutuamente injustificável, mas podemos entender que durante 16 anos os que estavam no poder não tiveram reação proporcional ao seu discurso, o que agora existe. A reação chegou com força. FOZ DO IGUAÇ
20 de May / 2019 às 09h31
Inteiramente de acordo com o conteúdo desta crônica, amigo. O rapaz é mesmo destrambelhado. Acho que ali prevalece a postura arrogante de algumas pessoas, militares ou não. O indivíduo ainda não se deu conta de que é o Presidente da República. E deixa-nos mesmo em grande dúvida no que vai dar isso. À parte qualquer tendência ideológica!
20 de May / 2019 às 09h32
Concordo plenamente com o que escreve. Análise muito bem elaborada. (Salvador-BA).
20 de May / 2019 às 09h35
Excelente meu querido Ir:. Agenor!!!!