Com a decisão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de voltar a dividir o Ministério do Desenvolvimento Regional e recriar as pastas das Cidades e da Integração Nacional, nomes de políticos experientes, com passagens em governos anteriores, passaram a liderar as bolsas de apostas.
Para o Ministério das Cidades, o nome mais cotado é o do ex-deputado Alexandre Baldy (PP), que comandou a pasta no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Hoje, Baldy é secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, na gestão do governador João Doria (PSDB).
O nome do ex-ministro foi avalizado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e está entre os favoritos da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), junto com o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro Gilberto Kassab (PSD).
Já para a Integração, sinais do Planalto é que o nome escolhido seja do MDB. Responsável pela negociação para recriar a pasta, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da reforma administrativa, é ele próprio cotado para retornar ao Ministério, que comandou durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2013.
Dentro do partido, a disputa é acirrada e uma outra ala defende a escolha da senadora Simone Tebet (MS). Depois de desistir de uma candidatura a presidente do Senado para integrar a articulação que elegeu Davi Alcolumbre (DEM-AP), Tebet teve seu gesto bem visto no Planalto.
Segundo o presidente do MDB, o ex-senador Romero Jucá, o partido “não pleiteia” o cargo. O que pode favorecer a senadora é que, de acordo com Jucá, é justamente Alcolumbre quem ficou responsável por “conduzir” a escolha do novo ministro.
O próprio Jucá, porém, enfrenta “fogo amigo” nas fileiras do partido. Em conversas reservadas, seus colegas dizem que ele “trabalha” para ser ministro, com o objetivo de obter foro privilegiado, uma vez que é alvo da Lava Jato. “Eu quero distância de ministério”, reagiu o ex-senador. “Isso não existe.”
O protagonismo de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre nas negociações irritou parte dos líderes do Centrão no Congresso, já que tanto o deputado quanto o senador pertencem a um mesmo partido, o DEM. Pressionado, Alcolumbre negou envolvimento. “O que nós dissemos é que esse novo modelo estava travando muitas coisas, como o Minha Casa Minha Vida. Em virtude dessa sobreposição, Câmara e Senado sinalizaram a possibilidade de retomar o modelo antigo”, argumentou ele.
Também filiado à legenda, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tem uma estratégia para evitar ao menos o desgaste envolvendo uma eventual crise interna no MDB: a permanência do atual ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, como o titular da Integração Nacional. Canuto é técnico e não tem filiação partidária.
Revista Veja
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