Existem certas pessoas que uma vez dedicadas ao Culto Religioso, tornam-se tão leves, tão boas de se lidar. Isso ocorre em qualquer Credo Religioso, no qual elas se congreguem, contanto que se dediquem a Palavra e, vivam o amor ensinado no Livro da Lei; o seu astral é sempre o mais positivo possível: assim eu conheci Vanda Guerra!
Chamava-a de Vandinha! Pessoa simples, de um enorme coração, temente a Deus. Cumprimentava a todos com um sorriso nos lábios. Era o tipo de vizinha que todos queríamos ter. Delicada, gentil e muito afável; ultimamente, estava se locomovendo com certa dificuldade, devido a certas dores que sentia. Assim ela sempre nos contava quando das caronas que lhe dávamos, pois morávamos no mesmo condomínio e, às vezes, eu e minha esposa, encontrávamos com ela caminhando na direção da Pracinha, em frente ao São Francisco Country Club, com a dificuldade que lhe era peculiar.
Algum tempo atrás foi submetida a uma gastroplastia, (cirurgia para reduzir o estômago e, consequentemente, perder peso); recentemente, esta mesma cirurgia veio a apresentar problemas para a sua saúde, sendo ela obrigada a se submeter a outra cirurgia, para corrigir a primeira. O que se dizia é que esta segunda cirurgia era por demais simples, principalmente quando feita por via laparoscópica.
A submissão a essa cirurgia veio ser a causa do seu desenlace. Juazeiro inteiro assustou-se e, principalmente, o Bairro do Country Club, onde ela residiu por longos anos, além do Condomínio Terra de Sonhos, onde ela residia atualmente.
Uma perda muito grande para a sociedade de Juazeiro, uma grande perda para a Igreja Católica da nossa cidade, uma vez que ela era um dos membros mais ativos na Comunidade de São Francisco de Assis, no Country Club; enfim uma grande perda para todo sociedade católica da região, pois, ela atuava em todas as Paróquias com a mesma desenvoltura, enfim, uma grande perda para a humanidade, uma vez que nos dias atuais torna-se cada vez mais raro as pessoas de bom coração, inclinadas para o bem.
Conhecemos sua família desde os tempos em que Juazeiro ainda não era uma cidade cosmopolita, como hoje é, e todo mundo sabia quem era quem, onde morava, quem eram seus parentes. Naquele tempo ainda não era permitido residir-se durante anos numa casa, e não conhecer o seu vizinho do lado, porque cada um de nós está enclausurado atrás de muros cada vez mais altos, com cercas eletrificadas; dada a insegurança.
Vandinha viveu uma vida de muita espiritualidade, ela, como de resto todas as mulheres de Juazeiro são, devotas de Nossa Senhora das Grotas, não perdia uma Hora da Graça.
Tamanha era a sua espiritualidade, que reconheceu quando iria chegar a hora do seu desenlace desse mundo, nas suas últimas linhas escritas, já no hospital, momentos antes de entrar na sala de cirurgia.
Assim foi-se nossa Vandinha! Assim foi-se a mãe que se debruçou sobre a sua condição de solitária, e lutou com dignidade para criar os filhos.
Apesar de tudo isso ela ainda encontrou tempo para se dedicar ao serviço da Igreja. Mulher de oração, mulher de trabalho, mulher de decisão.
Assim é que vai se apresentar diante do Trono do Altíssimo a nossa Vandinha, e temos certeza que o Senhor Jesus, na sua infinita misericórdia dirá:
- “Deixai entrar esta minha filha, pois ela usou bem os talentos que lhe conferí, fazendo-os render em dobro”. E, na Casa do Pai, ela descansará em paz!
AMÉM!
Carlos Augusto Cruz - médico e advogado
Carlos Augusto Cruz-Médico e Advogado
3 comentários
11 de Apr / 2019 às 00h07
Bonita crônica doutor Carlos Augusto. Dona Vandinha exemplo de AMOR
11 de Apr / 2019 às 08h04
Obrigado Carlos
11 de Apr / 2019 às 10h40
Obrigada, esse legado minha mãe nos deixou e viveremos na eterna saudade !