A mineradora anglo-australiana Colomi Iron Mineração vai investir R$ 11 bilhões no projeto de produçao e exportação de minério de ferro no Norte da Bahia. O valor compreende aportes para a construção e operação da mina e de melhorias na Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e no Porto Aratu-Candeias. O anúncio foi feito ontem pelo executivo sênior da companhia, Gabriel Oliva, durante sua participação Seminário Portfólio de Investimentos nos Portos da Bahia – Oportunidades de Outorgas.
“Já estão previstos R$ 4,6 bilhões na mina, R$ 5 bilhões na ferrovia e R$ 2 bilhões no porto”, adiantou o executivo. A mina da companhia fica a 200 km de Juazeiro e, segundo ele, irá operar com mais eficiência e menor emissão de poluentes. Ainda segundo Oliva, um dos grandes desafios do projeto é a grande quantidade de ‘stakeholders’ (parceiros envolvidos) envolvidos no projeto. “Eles nem sempre convergem com o processo de tomada de decisão”, afirmou.
O empreendimento, cujo início das operações está previsto para o final de 2023, encontra-se atualmente em fase de pré-viabilidade econômica. “Há o desafio de nivelar cada um dos componentes [ferrovia, mina e porto] simultaneamente, mas estamos esperançosos”, ressaltou. Indutor do processo de desenvolvimento industrial da Bahia, o Porto de Aratu-Candeias também contará com novos investimentos da Ultracargo. O diretor de Negócios da companhia, Helano Gomes, reivindicou a construção de mais um berço com dois piers de atracação. “É fundamental para o desenvolvimento econômico da região”, apontou ele, também durante sua participação no seminário de ontem.
Gomes evitou falar em valores porque, segundo ele, a questão é discutida atualmente no que ele chamou de “fase conceitual”. Contudo, ele estimou que esse tipo de investimento costuma ser da ordem de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões. “O Porto de Aratu-Candeias precisa desses piers para ontem”, reforçou ao lembrar que a capacidade de atracação do terminal necessita de maior eficiência.
No evento, foram citados os investimentos recentes feitos pela J.Macêdo no Porto de Salvador. Maior empresa nacional no segmento de massas alimentícias, a companhia, que opera um moinho na região do Comércio, no centro de Salvador, investiu R$ 27,5 milhões no terminal da capital baiana em 2017. “Esse aporte possibilitou que modernizássemos nossa indústria”, destacou o gerente da unidade de Salvador, Cesar Veríssimo.
O executivo, que lembrou a relação de mais de 40 anos da empresa com o Porto de Salvador, observou que os investimentos feitos há cerca de dois anos foram destinados, principalmente, para a aquisição de equipamentos mais modernos, como transportadores, portalinos e torres. “Se sentirmos uma necessidade futura de ‘upgrades’, sobretudo demanda por mais trigo, certamente anunciaremos novos recursos”, projetou Veríssimo.
A operação da J.Macêdo, que além do moinho no Comércio possui uma unidade industrial em Simões Filho, rende aos cofres públicos estaduais R$ 60 milhões por ano em Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Um sistema integrado porto e ferrovia também é a aposta da Bahia Mineração (Bamin). A empresa desenvolve o projeto Pedra de Ferro, que vai extrair minério de ferro de uma mina em Caetité e levar, pela Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), até o Porto Sul, que será implantado em Ilhéus . “Nós vamos ter um hub logístico de extrema importância para a Bahia”, destaca o diretor de projetos da mineradora, Alberto Vieira.
O projeto vai colocar o estado na posição de 3º maior produtor de minério de ferro do país, gerando 10 mil empregos diretos e 20 mil indiretos só na implantação do Porto Sul. “O Porto de Ilhéus vai atuar como suporte de recebimento de insumos e equipamentos para o desenvolvimento do Porto Sul. Ilhéus vai crescer hoje quase 100 vezes em comparação com o que importa hoje”, completa. O Seminário Portfólio de Investimentos nos Portos da Bahia – Oportunidades de Outorgas foi uma realização do CORREIO e Codeba, com o patrocínio da J. Macêdo e UItracargo, apoio institucional da Braskem e apoio da Diego, Usuport, Associação Comercial da Bahia e Contermas.
Fonte: Bahia Econômica
4 comentários
20 de Mar / 2019 às 19h29
Caro Geraldo, você deveria explicar ficaro localizada em Sento Sé, cidade esquecida por políticos e pela mídia local mas berço de uma riqueza mineral sem tamanho, sendo a cidade com maior quantidade de parques eólicos da Bahia . Peço a Deus que com esse projeto Sento Sé possa finalmente se desenvolver
21 de Mar / 2019 às 01h05
Essa mineradora vai ser em Sento Sé único investimento que Juazeiro vai receber é só a melhoria na ferrovia
21 de Mar / 2019 às 01h15
Essa mineradora vai ser em Sento Sé o único investimento que Juazeiro vai receber é na melhoria da ferrovia em Carnaíba do Sertão
21 de Mar / 2019 às 07h18
vai ser muito bom pra Sento-Sé, e se é bom pra Sento-Sé consequentimente é bom pra Juazeiro