Um homem de 34 anos postou uma denúncia nas redes sociais, na segunda-feira (25), relatando que foi vítima de racismo em uma agência bancária de Salvador e que foi agredido por policiais militares. A confusão foi registrada em vídeo, que ele postou na internet.
Segundo Crispim Terral, a confusão começou após um dos gerentes do banco o deixar por quase cinco horas à espera de atendimento. Quando ele foi reclamar, o gerente acionou a Polícia Militar e, na abordagem, um policial dá um "mata-leão" em Crispim.
O caso ocorreu na última terça-feira (19), em agência da Caixa Econômica Federal que fica próxima ao relógio de São Pedro, no Centro da cidade.
Por meio de nota, a Caixa informou que "até o momento não foi identificada, por parte de nenhum dos seus empregados ou colaboradores, qualquer atitude de cunho discriminatório. A CAIXA repudia atitudes racistas ou de discriminação cometidas contra qualquer pessoa".
O cliente do banco disse que registrou queixa de racismo junto à Polícia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar. O G1 entrou em contato com a Polícia Civil, e aguarda posicionamento. Já a PM enviou nota sobre o caso, entretanto eles não mencionam o registro da queixa na corregedoria.
Por meio de nota, enviada nesta terça-feira (26), a Polícia Militar informou que Crispim se recusou deixar a agência, mesmo após o término do expediente. Disse também que houve necessidade de empregar força proporcional, mesmo após diversas tentativas de conduzir o cliente sem o emprego da força. A polícia informou que, no próprio vídeo, é evidente a condução técnica dos policiais militares na ação.
No relato postado nas redes sociais, Crispim lamenta a forma como foi tratado na agência. "Momento terrível e absurdo. Em pleno século XXI, fui tratado de forma ríspida e claramente fui vítima de preconceito racial", disse.
Além disso, segundo Crispim, os PMs queriam algemar ele, a pedido do gerente do banco, que se recusou ir à delegacia junto com o cliente.
"O problema foi que, ao descer ao térreo da agência, o gerente falou que só iria à delegacia se os policiais me algemassem, e disse: 'Não faço acordo com esse tipo de gente'", contou Crispim.
Crispim disse que no dia da confusão, era a oitava vez que ele havia ido ao banco. Na ocasião, ele estava com um das filhas.
"Fui solicitar um suposto comprovante de pagamento de dois cheques pagos pela Caixa Econômica, sendo que os dois foram devolvidos por estar sem fundo. Também fui requerer a devolução de R$ 2.056 retirados de minha conta há dois meses, indevidamente", contou.
"O gerente responsável pela minha conta, naquele momento, me atendeu de forma indiferente, enquanto me deixou esperando na sua mesa por quatro horas e quarenta e sete minutos e foi atender outras pessoas em outra mesa. Indignado com a situação, me dirigi à mesa do gerente geral, que da mesma forma, e ainda mais ríspida, me atendeu com mais indiferença. Quando Pensei que não poderia piorar, fui surpreendido pelo senhor [gerente geral] com a seguinte fala: 'Se o senhor não se retirar da minha mesa, vou chamar uma guarnição'", relatou.
O cliente do banco contou que quando os policiais chegaram, pediram para que ele e o gerente fossem até a delegacia para prestar esclarecimentos, mas no decorrer da situação, a exigência do gerente em algemar Crispim causou a confusão.
Já a PM contou que, na agência, o gerente relatou que o homem estava solicitando um comprovante de transação que não poderia ser fornecido naquele momento e solicitou a remoção do cidadão do interior da agência, em razão do encerramento do expediente bancário.
Os policiais, então, dirigiram-se ao homem e solicitaram que ele acompanhasse a equipe, junto com o representante da agência bancária à delegacia, para formalização da ocorrência. Segundo os policiais, o cliente se exaltou e dizia que não sairia da agência sem ter a demanda atendida, contrariando a recomendação dos policiais que intervieram no conflito.
A polícia informou que, diante da recusa do cliente, os policiais precisaram usar força.
G1 Foto: Facebook
1 comentário
26 de Feb / 2019 às 13h28
Infelizmente nada ocorrerá com esse gerente despreparado e racista, afinal isso é Brasil, a casa da mãe Joana.