As cabras e bodes da Bahia, juntos com os carneiros e ovelhas, formam o maior rebanho de caprinos e ovinos do Brasil: nada mais, nada menos que mais de 6 milhões animais, aproximadamente 30% do rebanho nacional. Dados do Censo Agro do IBGE mostraram que a Bahia subiu do segundo para o primeiro lugar no ranking nacional de caprinos. Posição que já ocupava com o rebanho de ovinos.
Não há números exatos sobre o volume total de carne de caprino comercializado na Bahia. O que se sabe é que a quantidade ainda é pequena frente aos outros tipos, porém, dentro da média nacional. Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em média, cada brasileiro consome 400 gramas de carne de cabra por ano. Bem abaixo da carne bovina, cerca de 35 kg, e da carne de frango, que chega a 44 kg por ano.
Na Bahia a câmara setorial estimula a criação de caprinos e a produção de derivados no estado. “Esta cadeia produtiva pode se expandir muito mais. Mas ainda é necessário aumentar a reserva alimentar no campo, o melhoramento genético e assistência técnica. Já a indústria precisa melhorar a qualidade e inovar”, diz Maria Laura Freitas Silva, Diretora de Pecuária da Secretaria de Agricultura do Estado.
A certificação e as dificuldades de logística que envolve o transporte dos animais até os laticínios, ainda são entraves. Fazer o queijo de cabra ser mais conhecido dos consumidores também é outro desafio.
“Temos que fazer campanhas de marketing, para que os benefícios destes produtos sejam mais conhecidos. Há público para isso. Tem pessoas que não dispensam, por exemplo, um bom iogurte de leite de cabra, ou um queijo condimentado acompanhando por uma taça de vinho”, finaliza Maria Laura. Para vencer as barreiras do consumo, os produtores de Juazeiro, no norte da Bahia, passaram a fabricar queijos finos de alta qualidade. Atualmente saem dos laticínios da região queijos de cabra maturados na cachaça, no vinho, com ervas finas e o coalho comum.
Apesar das diferenças marcantes de sabor, em muitos restaurantes as carnes de bode e de carneiro são anunciadas sem distinção para atrair os consumidores. O cardápio pode até indicar a presença da tão pitoresca “carne de bode assada”. Mas quando o pedido chega à mesa, não precisa ter um paladar apurado para saber que a carne, na prática, é de carneiro.
O motivo é simples: os mais desavisados podem confundir a carne de carneiro com a de cabrito, o bode mais jovem. Com o abate precoce, ele não tem cheiro. Bem diferente do bode velho, que tem odor mais marcante, relacionado à presença do ácido hircinoico, e muitas vezes é usado para se referir a algo que cheira mal.
A carne caprina é considerada mais magra, rica em minerais e vitaminas, e possui quantidades de gordura e colesterol mais baixas se comparada à de carneiro. A carne de bode é consumida preferencialmente assada. Já a de carneiro geralmente é cozida.
Dica: Para escolher uma boa carne de bode ou cabra, preste atenção na cor. O gosto e a maciez variam com a idade do animal. Os caprinos mais jovens têm carne de cor rosada. A partir de um ano de idade ela se torna avermelhada. Já na fase adulta, passa a ter coloração escura.
As cabras e ovelhas são da mesma família dos ruminantes, possuem quatro estômagos, mas são bem diferentes no visual. O bode geralmente tem pelo com aspecto mais liso, cornos ou chifres para fora, alguns bem proeminentes. Costumam ter uma barbela. A cauda é curta e levantada.
Já os carneiros têm pelo mais ondulado, as vezes em formato de lã, e cornos geralmente enrolados. Não tem barbela. A cauda é comprida e caída. A cabra é a fêmea do bode. O filhote é o cabrito. Já a ovelha é a fêmea do carneiro. O filhote é o cordeiro.
1 comentário
02 de Jan / 2019 às 22h29
Acho que o correto é afirmar que a carne de carneiro é consumida preferencialmente assada e a carne de bode, preferencialmente cozida, ao contrário do que consta na matéria.