Convivemos nos dias atuais num Brasil cheio de controvérsias, em que se tornou corriqueiro o rompimento de regras e preceitos, de forma proposital ou aleatória, principalmente quando se trata dos costumes tradicionais que nortearam a educação, tanto no seio da família como dos ensinamentos básicos aprendidos na escola. Com a devida vênia do autor, reporto-me à última crônica produzida com muito acerto e propriedade pelo jornalista ERRY JUSTO, onde tratou da INVERSÃO DE VALORES: “Atualmente a sociedade vive uma grande inversão de valores, ou seja, uma transformação de não sabermos o que é certo ou errado, positivo ou negativo, moral ou imoral. As pessoas não mais reconhecem seus princípios, crenças e valores dentro de si”. Puras verdades! Essas incertezas revelam uma fissura em nosso perfil cultural de dimensão preocupante!
No passado era chocante e causava impacto nas pessoas qualquer atitude de desonestidade por parte de alguém, em especial quando esse comportamento atingia o honrado nome da família. Hoje, tristemente, a dignidade, o respeito e a ética se tornaram uma exceção à regra, e quando essas qualidades são identificadas merece uma efetiva celebração... Jocosamente, ouve-se, às vezes, expressões do tipo: “esse escapou”! Ou até mesmo, em alguns casos: “esse aí vai morrer pobre com a sua honestidade...”
Toda essa preliminar nos coloca diante de um fato ocorrido na última semana durante a cerimônia de entrega do diploma eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, aos eleitos a Presidente e Vice-Presidente da República. Logo após a abertura da solenidade pela Presidente Rosa Weber, como é de praxe em cerimônias oficiais, a Banda dos Fuzileiros Navais executou o Hino Nacional, um dos quatro símbolos nacionais. Todos os presentes de pé e perfilados em postura de respeito. Ocorreu que o Ministro do TSE, Admar Gonzaga Neto (vide círculo na ilustração), ao início do hino, virou-se de costas para a plateia e olhou firme numa direção. A indignação foi geral e o seu gesto viralizou nas redes sociais, porque interpretado como um sinal de protesto, não ao Hino Nacional, mas, certamente, poderia ser de não aprovação aos que eram diplomados na oportunidade. Eu, que assistia ao vivo, percebi de pronto o seu movimento naquele instante e, também, fiz a minha interpretação precipitada e revoltada. Qual foi realmente o propósito do Magistrado? Só perguntando a ele, mas, naquele momento, ninguém foi capaz de fazer tal inquisição. A sua ação transparecia deselegância.
O episódio ganhou uma amplitude negativa. O importante, porém, é que antes de condená-lo pelo gesto assumido, deveria ter sido feita uma reflexão que nos conduzisse a extrair alguma lição positiva. Ao ser questionado, o Ministro respondeu o seguinte:
- Eu sempre canto o hino olhando para a bandeira. Aprendi nas aulas de educação moral e cívica no Colégio Santo Inácio e na Escola Alferes Tiradentes, em Florianópolis, onde sempre cantávamos o hino nacional antes de entrar em sala — disse.
As suas palavras logo nos trouxeram à realidade dos fatos. Fizeram-me recordar do meu período escolar durante a infância, quando, realmente, se cantava de pé o hino nacional olhando para a Bandeira do Brasil, em sinal de dupla reverência aos dois maiores símbolos da nação. Ora, se hoje os dois times de futebol perfilados em campo, durante a execução do Hino os jogadores assumem uma nova postura para olhar em direção ao pavilhão hasteado, por que as maiores autoridades do País, ocupando a mesa de uma cerimônia tão importante, devam ficar de costas para a Bandeira Nacional? Ainda que um símbolo não tenha supremacia sobre o outro, e sim igualdade, mesmo assim não é concebível que se reverencie a um e dê as costas para o outro que está presente no ambiente solene! O Ministro passou uma lição a todos os presentes, pois olhava firme para o Pavilhão Nacional!
Num reconhecimento de que as antigas práticas cívicas nas escolas tinham caído em desuso, o então Presidente em Exercício José Alencar sancionou a Lei 12.031, de 21/09/2009, determinando a obrigatoriedade de execução do Hino Nacional uma vez por semana no ensino fundamental. Como no Brasil as Leis têm um tempo de durabilidade, gostaria de saber se as nossas escolas públicas e privadas estão cumprindo essa exigência da Lei. Caso não estejam, chegou a hora de um pouco mais de civismo a algo tão nobre: o respeito aos símbolos da Pátria!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil (Salvador-BA).
16 comentários
16 de Dec / 2018 às 23h13
Nos bons tempos cívicos que vivemos na escola e cidadania, a matéria educação moral e cívica, nos ensinava o respeito aos símbolos nacionais, a família, aos mestres e colegas, aos idosos, vizinhos. Mostrava os direitos e deveres, onde o seu direito vai até não atingir o do vizinho. Hoje o governo ensina muito os direitos porém os deveres e obrigações, nada. Criou-se esta geração petistas capenga, com muitos jovens caminhando para a delinquência, o que nos assusta muito. (Alagoinhas-BA).
16 de Dec / 2018 às 23h15
Este artigo - CIVISMO: ONTEM E HOJE, é bem oportuno, inclusive a sua citação em que você se reporta ao jornalista ERRY JUSTO, onde tratou da INVERSÃO DE VALORES. Sobre o posicionamento do Ministro do TSE, Admar Gonzaga Neto, na verdade, ele estava posicionado literalmente quase na frente do Pavilhão Nacional e obviamente gerou interpretação dúbia. Quanto ao respeito ao Hino Nacional, ainda hoje, em algumas Instituições, ainda ficamos de pé e à ordem quando da execução do Hino e a reverência à (continua)...
16 de Dec / 2018 às 23h16
(continuação) ...Bandeira Nacional. Bem como me certifiquei com meu neto de 10 anos que irá cursar o 5º ano fundamental, no próximo ano de 2019, em sua Escola aqui em Manaus, uma vez por semana todos alunos vão ao pátio para cantar o HINO NACIONAL e reverenciar a BANDEIRA BRASILEIRA, ainda bem que está sendo cumprida a Lei 12.031 de 21-09.2009, há quase 10 anos. (Manaus-AM).
16 de Dec / 2018 às 23h23
Um Artigo voltado para as boas maneiras e a educacao moral social e poliitia. quem dera essa educacao continue, pois como esta, jah.
17 de Dec / 2018 às 03h41
Concordo com o autor do texto. Mas como o motorista de Boso movimentou 1.200.000.00 morando na favela???
17 de Dec / 2018 às 03h46
Parabéns para o texto...Como pode expulsar os médicos Cubanos porque o governo de Cuba ficava com parte do salário mas se aqui os filhos e pai Bosunaru ficava com metade do salário?? o autor foi breve: honestidade ta difícil??
17 de Dec / 2018 às 03h47
Parabéns para o texto...Como pode expulsar os médicos Cubanos porque o governo de Cuba ficava com parte do salário mas se aqui os filhos e pai Bosunaru ficava com metade do salário?? o autor foi breve: honestidade ta difícil??
17 de Dec / 2018 às 03h54
Honestidade acabou. Moru sumiu. Falou que precisa apurar o Bosogaite e mais nada? Cade o motorista? antes predia para se confessar, hoje esconde o motorista com 1.200.000.00 e fica por isso mesmo? Moru eh rápido com adversários e com amigos Bosogaite bonzinho? Onde anda a justiça?
17 de Dec / 2018 às 03h57
Amigo Agenor além deste querido blogue gosto do Blog Brasil247 e blog GGN sao imparcial e verdadeiro. A TV receber milhões de Brasília para manipulação
17 de Dec / 2018 às 03h57
Amigo Agenor além deste querido blogue gosto do Blog Brasil247 e blog GGN sao imparcial e verdadeiro. A TV receber milhões de Brasília para manipulação
17 de Dec / 2018 às 06h30
QUE SAUDADE TENHO DO TEMPO EM QUE SERVIR O EXÉRCITO(TIRO DE GUERRA 06 129) EM NOSSA QUERIDA CIDADE JUAZEIRO/BA.PORQUE ACABARAM? EM CACHOEIRA DE SÃO FELIX AINDA EXISTE, FUI LÁ VER. QUE SAUDADES TENHO DOS TEMPOS EM QUE NO CURRICULUM ESCOLAR TINHA "ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA BRASILEIRA"SAUDADES DO MEU QUERIDO COLÉGIO ESTADUAL RUY BARBOSA.TUDO ISSO CULPA DOS EX-PREFEITOS PORQUE NÃO QUISERAM ASSUMIR AS DESPESAS E OS CUSTOS DE MANUTENÇÃO.PARABÉNS EX-PREFEITOS.
17 de Dec / 2018 às 06h53
Faltando civismo e sobrando cinico descarados trapaceiros torturadores Bosogaite. Não tenho bandidos de estimação. Errou tem que pagasr. Bosunaro Onyx Temir Caju devem pagar o que deve para valer a lei. A Lei e para todos. Moru e Boso no mesmo partido? Juis sem partido? Brasília cheia de mamadores e o povo sofrendo com ironias e B..... no vazo sanitário
17 de Dec / 2018 às 07h05
Através da perfeita descrição do fato pelo cronista, relembrei do nosso início do dia na escola há décadas. Entoando o Hino Nacional de frente a Bandeira Nacional, como sinal de respeito a nossa pátria. E como em todas as solenidades de formatura costuma-se perfilar-se nesta posição, fico estupefato com a posição dos Ministros. Mas o principal, que você citou de forma contundente , foi que a princípio se o todo estava errado, o diferente é que acabou tendo esta avaliação. E uma imprensa tendenciosa já relatou o fato como um gesto de repulsa ao ato da posse. Informação Falsa. FOZ DO IGUAÇU
17 de Dec / 2018 às 08h19
apoiado a sacanagem nesse pais vai acabar.
17 de Dec / 2018 às 09h10
Caro Agenor, realmente “os metais devem ficar de fora da Loja.” Principalmente quando estes forem em forma de uma notícia falsa conforme tu demonstraste bem nesse artigo! Sei que para muitos que até leram e estranharam a posição do ministro devem agora estar observando como nossa imprensa é suja e tendenciosa. Primeiro estranha-se depois entranha-se! Mas as coisas são assim mesmo. Ainda bem que tu escolheste bem esse assunto ao tratar-se dessa falta de ética latente e “fulgente” em nossos dias de trevas brasileiras! Teus artigos são Luz.'.
17 de Dec / 2018 às 10h23
Acho muita hipocrisia hoje estar se falando em volta de aulas de moral e cívica, pois esse mesmo pessoal que sempre fala: " No meu tempo..." São os primeiros a não aprenderem o que lhes foi ensinado, são os primeiros a querer levar vantagem em tudo, são os primeiros a corromper e serem corrompidos, mesmo com toda a bagagem da "Moral e Cívica".