Em janeiro deste ano, foi sancionada a Lei 13.614, que determina a criação do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, que tem por principal objetivo reduzir em 50% o número de pessoas mortas em acidentes no trânsito e melhorar a posição do Brasil no ranking da década de segurança viária.
Esta trata-se de um acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) para dobrar a segurança nas ruas e rodovias no período de 2011 a 2020. Dos 166 países signatários, o Brasil está em 125º colocado e, de acordo com dados disponibilizados pelo Ministério das Cidades, são 138 pessoas morrendo no trânsito todos os dias, um total de 45 mil ao ano, e mais 250 mil lesionados. O intuito do Plano Nacional é, eventualmente, reduzir esses números a zero.
O trânsito é a segunda maior causa de morte provocadas por fatores externos no país, depois de homicídios por armas de fogo, e aumento da segurança beneficia não só os motoristas, ciclistas e pedestres, como também todo o sistema de saúde brasileiro. Segundo avaliação do Ministério das Cidades, somente com atendimento primário de casos resultantes de acidentes de trânsito, os hospitais gastam cerca de R$ 250 bilhões ao ano, e somados aos tratamentos, cirurgias, remédios, UTI e medidas de recuperação, estima-se um montante de R$ 450 bilhões.
Umas das principais preocupações do órgão é fazer com que a sociedade como um todo se interesse pela causa e aposta em campanhas de conscientização sobre as leis de trânsito e a importância de dirigir com responsabilidade. Isso, porque em 94% dos casos de acidente, as causas de morte são direta ou indiretamente do usuário.
A primeira etapa do projeto consiste na elaboração de uma base de dados nacional, que englobe informações dos mais variados órgãos públicos, de todos os estados, sobre acidentes de trânsito e suas possíveis causas, como falhas na sinalização, ausência de iluminação, solo escorregadio, entre outros.
Dessa forma, é possível localizar os locais com os maiores números de acidentes e identificar os motivo, sendo mais fácil traçar soluções pontuais e efetivas. O governo buscou o apoio de entidades privadas e sem fins lucrativos para ajudar no desenvolvimento da plataforma, principalmente aquelas que possuem impacto direto no problema. Há 10 anos, a Ambev adotou a causa dos acidentes de trânsito e, desde então, tem realizado ações de prevenção em parceria com os estados.
“A Ambev começou a trabalhar com os governos de São Paulo e do Distrito Federal, foram realizados dois projetos e ambos geraram bons resultados, o que abriu espaço para ter uma conversa a nível nacional”, conta Disraelli Galvão, diretor de relações institucionais da Ambev e um dos responsáveis pelo projeto, “isso para nós é muito importante, pois quando as pessoas consomem nossos produtos e dirigem, a gente é parte do problema, então precisamos fazer parte da solução também. Queremos mostrar para os nossos clientes que essa atitude é prejudicial e intolerável”, conclui.
O procedimento de análise e gestão utilizado no funcionamento do Plano Nacional é o mesmo aplicado pela empresa nos dois estados em que ela já atua.
Correio Braziliense
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