Não tenho dúvidas de que cada leitor, assim como eu, tem sempre ao seu lado algum familiar ou amigo que tem manifestado, de forma exaustiva, a sua disposição de comparecer às urnas somente para cumprir o estabelecido pela lei do voto, com o fim de atender os limites da obrigatoriedade. Como não cabe à lei, porém, impor ao eleitor como o voto deve ser dado, ele exerce o seu direito intrínseco à liberdade de votar em branco ou anular o voto. Outros deixam de comparecer e optam por “justificar” a ausência, e esse posicionamento considero uma omissão reprovável pelo não cumprimento do dever cívico, em razão do que perde o cidadão o direito a qualquer protesto ou manifestação posterior. Respeito a cidadania e individualidade inerente a cada eleitor, mas tenho, por princípio, posição contrária a essa atitude, embora veja nela a expressão do desencanto que atormenta o nosso povo!
A determinação de não votar em nenhum candidato foi claramente manifestada por 13% dos pesquisados, conforme última pesquisa divulgada pelo Datafolha. Dentre os pesquisados uma senhora do Mato Grosso do Sul acrescentou à sua resposta frases bastante contundentes: “Há várias eleições a gente escolhe entre o ruim e o pior, e por isso o Brasil está onde está. Agora resolvi dar um basta. Pelo menos da minha parte não vou colocar nem o ruim, nem o pior lá”. O mais grave de tudo é ver que nenhum político tem a sensibilidade para fazer uma reflexão diante desse fato, de forma a inserir algum tipo de mudança mais convincente no perfil dos seus discursos. Indiferentes, fazem de conta que não é com eles que os eleitores se manifestam, muitas vezes asperamente. E fazer de conta, é bem a praia deles!
Aproxima-se o dia 7 de Outubro e estamos a assistir um jogo de palavras dos candidatos à Presidência, pouco produtivo e que pouco constrói, e cujas frases de efeito buscam inspiração apenas nos índices resultantes das pesquisas e nas mais variadas conjecturas que eles provocam. Enquanto uns começam a vivenciar o declínio nessa corrida, outros alimentam a esperança de estar presentes no embate final do segundo turno, e já começam a pensar em novas estratégias que possam ajudar nas possíveis coligações futuras.
Os três principais nomes da pesquisa estão longe das qualidades que se imagina para a figura de um estadista: o BOLSONARO, que detém o 1º. lugar, mesmo tendo sido vítima de uma arma durante a campanha, só pensa nelas como uma insana solução para tudo; o CIRO GOMES, com larga experiência política e de gestão - que poderia ser uma boa alternativa -, tem no destempero e descontrole verbal o seu maior obstáculo, visto que espalha diatribes de baixo nível aos montões: chamou o Vice do Bolsonaro, Gen. Mourão, de “jumento de carga”, os militares do Exército e as mulheres simpatizantes do Bolsonaro de “cadelas no cio”, e de “filho da p...” a alguém na multidão em Roraima que disse ser do Romero Jucá, expressões deselegantes e deseducadas; o HADDAD, é o resultado visível da escassez de líderes do PT que restou imune ao vírus da corrupção, embora fraco, titubeante e inseguro na defesa do programa do partido. Quanto aos demais concorrentes não vejo para eles qualquer perspectiva de segundo turno, salvo alguma reversão de última hora.
Assim, diante desse quadro, vislumbra-se a perspectiva de que no final do campeonato possa ocorrer a vitória inédita de um candidato fantasma, o Sr. HADDAD “LULA” DA SILVA! Se fato concreto, o país passará a ter duas sedes do Governo da República, que governará de Brasília e de um certo quartel em Curitiba!
Concluo, reportando-me a uma frase, dessa vez acertada do Ciro Gomes, referindo-se a essa possibilidade: “O Brasil não suporta mais um presidente fraco, que tenha de consultar o seu mentor”! Essa frase, real e verdadeira, dá bem o tom daquilo que poderá ocorrer caso essa criação petista ganhe as eleições...!!! Mas, assim como não desejamos um governo débil e subserviente, também não avalizamos aquele que pensa ostentar nas armas a força dos seus argumentos.
Vale repetir, sempre: TODOS... FARINHA DO MESMO SACO!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil – Salvador - BA.
16 comentários
23 de Sep / 2018 às 23h08
Uma perfeita análise do momento político. E acrescentaria: atualmente não temos NENHUM político com perfil estadista no Brasil. E coloco esta situação no domínio da esquerda socialista que se instalou no Brasil após a constituinte de 1988. Direitos demais, deveres de menos. O suficiente para líderes populistas surgirem como "salvadores da pátria". Infelizmente, os que se cansaram deste estágio na política estão apoiando uma opção divergente que talvez não seja a mais adequada. Mas é a única disponível. Pois a esquerda tomou de assalto o país e corrompeu a administração pública. ......continua
23 de Sep / 2018 às 23h08
......continuação ............Um dano político irreparável que provocou uma acentuada divisão.Que não se desvanecerá em um longo futuro. FOZ DO IGUAÇU
23 de Sep / 2018 às 23h14
Muito bem! Concordo plenamente com você! Eu até já decidi, não muito convicta, em quem vou votar no primeiro turno. No segundo turno, o tempo dirá... (Irecê-BA).
23 de Sep / 2018 às 23h19
Pois é. Entre o ruim e o menos pior voto Haddad. Entre Bolsonaro e Ciro, dentro dessa possibilidade no segundo turno, voto Ciro. (Vitória da Conquista-BA).
23 de Sep / 2018 às 23h22
Entre o PT e Bolsonaro, eu voto 17. (Salvador-BA).
23 de Sep / 2018 às 23h31
Excelente texto, seu Agenor! Tá difícil essa eleição...! (Toronto-Canadá).
23 de Sep / 2018 às 23h36
Chegamos naquela situação: "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". O que eu não quero é ver Haddad eleito. Não é possível um presidiário, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro (vem aí a delação pesada do Palocci), mentor de uma corrupção sistemática e impar no mundo, continuar a merecer a consideração do eleitor. O Lula é uma farsa, tem boa aceitação popular por que comprou com agrados os votos de muitos desvalidos, enquanto agradava os poderosos: empreiteiras, bancos, montadoras. Os bancos nunca apresentaram lucros tão . (Continua).
23 de Sep / 2018 às 23h41
(continuação) ...grandiosos (bilhões semestrais), as empreiteiras deitaram e rolaram na Petrobrás e outras estatais, as montadoras mais de uma vez foram beneficiadas por "agrados" do governo para aliviar o estoque (quando há lucro, parte é remetida à matriz, mas quando há prejuízo ou queda nas vendas é o governo brasileiro que tem que ajudar). Fala dos pobres e necessitados, elogia o SUS, MAS SE TRATA NO SÍRIO LIBANÊS, NÃO USA AVIÃO DE CARREIRA, MAS JATINHOS CEDIDOS POR EMPREITEIRAS. (Continua).
23 de Sep / 2018 às 23h42
(continuação)...TÁ DIFÍCIL. EU, pela idade, estou dispensado de votar, mas vou comparecer e, infelizmente, meu candidato não tendo condições de vencer, serei obrigado a votar em quem estiver disputando com o PT, seja quem for. Não me agradam Ciro nem Bolsonaro, pior ainda Haddad, mas para derrotar o PT poderei chegar a votar em um dos dois citados. Voto em branco favorece o PT.
24 de Sep / 2018 às 00h08
Mais um Artigo por demais na hora certa. É certeiro e direto naquilo que é o seu contexto. Todos são bonzinhos antes de subir a rampa... depois tome banana para o Povo...!!! Ou não? Eis a questão.
24 de Sep / 2018 às 03h16
Texto bom. Deus vai ajudar Haddad. Trabalhadores 13 unidos jamais serao vencidos. CIENTISTA POLÍTICO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA DIZ QUE HADDAD 13 TERÁ VITÓRIA ARRASADORA JÁ NO PRIMEIRO TURNO.
24 de Sep / 2018 às 05h38
Gosto de Ciro mas Haddad eh quem vai ganhar. Fora BoisunaroTemir. Wagner e Rui Costa foram os governadores que mais investiram na saúde na história da Bahia. Juntos, eles entregaram 12 novos hospitais e 8 policlínicas por todo o estado. E com Angelo Coronel vão fazer ainda mais! Parabéns para o texto
24 de Sep / 2018 às 07h17
por isso vou levar a cola no Bolso 17 ,Bolsonaro 17
24 de Sep / 2018 às 07h49
Por todo esse seu digamos curriculum deveria rever a parte que vc cita que Ciro Gomes chamou as mulheres de cadela no cio ou as mulheres que simpatizam com outra candidatura a não ser a dele, cego certamente vc não é, tampouco analfabeto funcional, ele chamou os militares que querem opinar em tom de imposição de cadelas no cio, quanto a Mourão concordo plenamente, cresci num lar somente com tias e não me tornei um desajustado, quanto ao meu pai que não mereceu nenhuma palavra do burro de carga, esse fez mais 18 filhos por ai e não assumiu nenhum, o fim dele é a solidão quando a velhice chegar.
24 de Sep / 2018 às 11h56
Defendo o armamento da população porque os países que têm mais armas têm normalmente menor índice de crime por 100.000 habitantes. Somente aqui na América do Sul são 4 exemplos. Portanto, vamos salvar vidas.
24 de Sep / 2018 às 13h35
A alternativa a esta nefasta e perigosa polaridade que se aproxima, seria o Senador e Presidenciável Álvaro Dias. Homem sensato, equilibrado, ético, experiente e sobretudo, Ficha Limpa, no entanto, o eleitor brasileiro que usa o voto de forma emotiva, e não racional, não viu as suas qualidades e nem entendeu a sua proposta. Todos nós vamos pagar caro por este erro. Se eu tivesse posse financeira, já estaria de passagem comprada para algum lugar do mundo.