Em e-mail ao Blog o jornalista Jacó Viana (DRT/PE 6513) relata que foi hostilizado por membros do 2º Batalhão Integrado Especializado - (BIEsp). Confira:
Faltavam 30 minutos para meia noite de ontem (18) quando recebi um pedido de ajuda de um amigo. Ele se encontra doente e não tem transporte para buscar médios nas pouquíssimas farmácias abertas 24h em Petrolina. Saí às pressas, de modo que minha carteira, com documentos e habilitação, ficou em casa. Está aí um erro.
Parei em frente à casa dele ao mesmo tempo em que mandei uma mensagem avisando que já tinha chegado. Eram 23h47. Neste momento fui surpreendido pela abordagem truculenta e totalmente autoritária de um grupamento do 2º Batalhão Integrado Especializado - (BIEsp) no município. "Bota a mão na cabeça, vagabundo", gritou-me um dos quatro policiais, enquanto apontava um revolver direto para minha cabeça. Mas, como sabe ele que sou vagabundo? No dicionário, seu significado evoca a pessoa que não trabalha, não gosta de trabalhar , um "vadio". Só para constar, normalmente pego no batente às 8h e termino lá para 21h, de segunda a sábado.
A situação foi desorientadora, não sabia se colocava a mão no capacete (uso moto), se guardava o celular ou se estendia o pé de apoio da motocicleta para me dar equilíbrio. Eu estava parado num local íngreme. Para os MPs, aquilo era um descaso a sua autoridade. Quem já se viu não colocar a mão na cabeça imediatamente após um comando deles? Só pode ser um crime.
A partir daí permaneci com os braços levantados, em silêncio, mesmo quando não mais obrigado, vendo onde tudo aquilo terminaria. Pediram-me minha habilitação e, como não a tinha ali, disseram-me que iriam apreender meu transporte. Certo. Eles conhecem a lei e eu também, um pouco. Liguei a câmera do celular e comecei a filmar o que pude... E não foi muito. Tomaram de mim o aparelho e me fotografaram dizendo apenas que não me era permitido gravá-los. Talvez só eles podiam.
Busquei respeitar a autoridade dos policiais da BIEsp, mas não me detive em lembrá-los, firmemente, que eles não tinham o poder de me apear da moto (em dias) e de meu aparelho, menos ainda me censurar. São eles o carrasco e o juiz? Se todo o procedimento estava correto, não havia o que temer da parte deles, óbvio. Por eu ser graduado, me desdenharam apenas afirmando que "esses estudantes saem da faculdade pensando serem os donos do mundo". Porque cobrar um tratamento digno dos policiais é um ato soberbo, acham.
Gravei a abordagem por 1 minuto e 28 segundos, e, por isso, fui autuado por "desobediência". Ordenaram-me sentar no chão, enquanto chamavam o reforço: 4 viaturas, 4 motos e 14 policiais para conter minha desordem. Já eu continuava sentado no asfalto, cercado por eles e observado pelos vizinhos. Senti-me intimidado.
Levaram-me à delegacia do bairro Jardim Maravilha, esperei até às 3h para ser liberado, enquanto ouvia os policiais me explicarem os motivos de eu estar totalmente errado. "Porque me trataram educadamente", "Porque minto quando digo que fui xingado", "Porque eles são trabalhadores", "Porque recebi um tratamento padrão no Brasil todo", "Porque eu estava exaltado" e "Porque tenho tendência hostil à Polícia". Ou seja, causei tudo isso. Eu, por outro lado, já tinha conhecimento da fama de truculência do 2º BIEsp, só não sabia ainda que eles, também, são formados em Psicologia.
Fica o espaço reservado para a versão dos acusados.
10 comentários
19 de Sep / 2018 às 11h59
04 viaturas, 04 motos e 14 policiais ? Caramba, quanto desperdício do dinheiro público. Por essas e outras que esse País nunca deixa de ser de terceiro mundo.
19 de Sep / 2018 às 12h12
Coitadinho, não fez nada, mais um inocente ele deveria fazer todos os questionamentos quando for um assaltante, na faculddae dele ele aprende a questionar polícia mas jamais bandido!
19 de Sep / 2018 às 13h34
Não é nem novidade essa forma de abordagem, eles sempre agem assim, e quem é superior a eles tapam os olhos. Digo a você que teve foi sorte de não ter apanhado, pois se fosse um negro com vestes humildes, não tava nem aqui pra contar história. São escórias que carregam a arma e o ego consigo, sabemos que tudo vai mal quando somos intimidados por aqueles que pagamos para nos proteger.
19 de Sep / 2018 às 13h47
Cidadão Justiceiro, pq verdade é algo que ficará sempre embaçado no seu mundo tenebroso, o homem estava armado? Havia necessidade desse aparato todo? Ele errou ao esquecer o documento, mas devem ser averiguados tbm, dar autonomia a policia não significa que eles possam fazer tudo!
19 de Sep / 2018 às 14h08
NÃO FOI COM VOCÊ NÉ CIDADÃO, A MAIORÍA DESSES CARAS NÃO SABEM MESMO TRABALHAR, MAL SAIRAM DAS FRAUDAS DA ESCOLA DE FORMAÇÃO E JÁ LHES JOGAM FUZIS COMO SE FOSSEM MAMADEIRAS. OUTRO DIA ABORDARAM MEU FILHO, CHAMARAM-O DE VAGABUNDO E AINDA LHE DISSERAM QUE COM 17 ANOS JÁ GUENTAVAM. PURO DESPREPARO.
19 de Sep / 2018 às 17h57
A manutenção da ordem não remete a violência. Toda ação da polícia deveria ser filmada/gravada como noutros países, evitaria as dificuldades de comportamento.
19 de Sep / 2018 às 19h05
Engraçado que n hora que um vagabundo coloca uma arma na cabeça e chama de tudo quanto é nome, nada é questionado pelo cidadão. Obs: quando for abordado, independentemente do horário e quem vc seja, apenas obedeça os comandos, pois a polícia não sabe com quem tá lhe dando( afinal, eles não são videntes) Após a abordagem, identifique-se e responda o que for necessário.
20 de Sep / 2018 às 00h32
A diferença é muito grande, do porq de vc não questionar um.bandido, e questionar o trabalho da Polícia, bandidos são um problema pra sociedade e pro estado, já um trabalho mal feito pela Polícia, é algo que devemos que devemos sim questionar sempre, afinal não pagamos pelo serviço prestado por eles pra ser hostilizado, falta inteligência no trabalho da Polícia brasileira, muita inteligência, triste realidade!
20 de Sep / 2018 às 01h51
A PM sempre foi truculenta nas abordagens com motocliclistas e pedetres. Quero ver eles chamarem de vagabundo algum playboy de caminhonete importada. A grande maioria desses policias fazem o concurso aos 18 anos e um curso de seis meses para iniciar as atividades. Ele acham no alto da imaturidade eles podem tudo, matar, espancar, humilhar, qualquer cidadão que virem pela frente. Isso é culpa do poder publico e das autoridades que fazem vista grossa para os excessos dos militares, na grande maioria muito despreparados.
20 de Sep / 2018 às 07h33
É infelizmente os cidadão nunca tem razão , tudo bem q a policia tem q aborda e fazer seu trabalho pois não conhece quem é cidadão ou vagabundo mas não é por isso que deve chegar xingando ou maltratando , como sempre digo ninguém não sabe quem é ninguém, mas custa ser pelo menos educado independente de qualquer coisa,não quero generalizar mas boa parte precisa ou de uma reciclagem ou volta pra o curso novamente de formação .....