Familiares, amigos e estudantes do Colégio Estadual Pedro Raimundo Moreira Rego saíram agora pela manhã do bairro Alto da Aliança em manifestação exigindo justiça para o caso do adolescente Diogo Lira Ferreira, 16 anos, que morreu afogado nas águas do Rio São Francisco, após utilizar um caiaque da empresa Caiaques do Vale, na sexta-feira, 07 de setembro.
Os manifestantes passaram em frente à Câmara de Vereadores, e estão se deslocando para o Fórum Conselheiro Luiz Viana e a área central da cidade com possibilidades de interdição da Ponte Presidente Eurico Gaspar Dutra.
O CASO
A Polícia está investigando as causas do afogamento. A informação é que o afogamento ocorreu "após o jovem supostamente ter sido obrigado por um homem a abandonar o caiaque em que estava, no meio do Rio São Francisco, e a seguir viagem nadando". A denúncia foi feita por um amigo da vítima que estava na embarcação com o jovem e outras duas pessoas.
Segundo testemunhas, a vítima, Diogo Lira Ferreira, retornava da Ilha do Fogo para a orla de Juazeiro com um primo e dois amigos no caiaque quando, no meio do trajeto, a embarcação, que tem capacidade somente para duas pessoas, teria virado duas vezes.
O amigo de Diogo contou que todos conseguiram retornar para o caiaque, mas, em seguida, o homem que seria funcionário da empresa Caiaques do Vale, que alugou a embarcação para os jovens, ao ver que o caiaque tinha virado, teria utilizado outra embarcação para alcançar os jovens e, irritado com o excesso de passageiros, obrigado dois deles a descer -- ele e Diogo.
"Eu e ele estavamos com colete, e os outros dois não estavam [com colete]. Fomos atravessar o rio e o caiaque virou duas vezes. O cara mandou o funcionário dele. E o cara chegou lá com raiva e disse: 'tira o colete, deixe o caiaque e vão nadando'", contou o amigo de Diogo, que conseguiu nadar até alcançar a margem do rio.
O corpo de Diogo foi achado minutos depois por um salva-vidas. Jhone Bernardino, primo da vítima, contou que outras testemunhas também reforçaram a versão do amigo de Diogo de que ele foi obrigado a descer da embarcação sem colete. "Muita gente viu, testemunhas viram: tiraram os coletes deles e colocaram eles para nadar. Então, meu primo infelizmente, no meio dos outros, não conseguiu chegar e faleceu. O que eu quero é justiça, muita justiça", afirmou.
A empresa informou, por meio de nota, que diante do alerta do excesso de pessoas no caiaque, dois dos jovens resolveram terminar a viagem nadando, mas um não teve resistência e se afogou. A empresa ainda disse que lamenta o ocorrido e que se solidariza com a família da vítima.
Confira nota da empresa na íntegra:
"A Caiaques do Vale lamenta o ocorrido, ao tempo em que se solidariza com a família da vítima do acidente ocorrido na manhã desta sexta-feira (7) no Rio São Francisco. Lembramos ainda que todas as orientações sobre o uso correto dos caiaques alugados em nosso estabelecimento são passadas para todos os usuários, bem como os equipamentos de segurança obrigatórios. O caiaque alugado tinha capacidade para duas pessoas, mas ao retornarem da Ilha do Fogo, os dois tripulantes ofereceram carona a mais duas pessoas, e diante do alerta sobre o excesso de pessoas na embarcação, dois deles resolveram terminar o trajeto nadando, sendo que não um não teve resistência e veio a se afogar. Mais uma vez lamentamos o ocorrido e nos colocamos à disposição para qualquer esclarecimento".
Da redação Fotos Geraldo José
2 comentários
13 de Sep / 2018 às 17h13
Vejam só a que ponto chega a estupidez de uma pessoa, será que no lugar do coração desse infeliz tem uma pedra? Tem que ser responsabilizado e se fez isso foi com aval do dono do caiaque. Tem que pagar também.
14 de Sep / 2018 às 19h11
Para os leigos, desavisados e ignorantes quem procuram chifre em cabeça de cavalo, isso tudo é armado por advogados ¨olho grande¨, querendo tirar proveitos, usando a dor da família, objetivando tirar indenização de uma simples empresa (inocente) ora!