De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), as cidades que apresentam os estados mais críticos são: Bom Jesus da Lapa, onde a seca já atinge 63 mil pessoas; Serra do Ramalho, com 25 mil moradores prejudicados pela estiagem; Ibotirama, onde a seca afeta mais de 11 mil pessoas e Mansidão, com 8 mil pessoas atingidas.
A estiagem também chegou à cidade de Barreiras. Um incêndio que começou na noite de segunda-feira (3) levou mais de 24h para ser debelado, por conta do tempo e vegetação seca. A área queimada tem seis hectares, o equivalente a oito campos de futebol. Lavradores estão com dificuldades para plantar, por conta da secura no solo. O agricultor Ademar Ferreira, por exemplo, chegou a preparar a terra da fazenda onde mora para o plantio. Com a necessidade de economia de água, ele usou apenas metade do espaço previsto.
“Nessa época, a gente tem que reduzir a plantação porque a água que temos não é suficiente. Além de ser uma água de poço artesiano, ela não é boa para a verdura por causa do sal. Dificulta a produção, a qualidade da verdura. Tudo isso tem que levar em conta", pondera. Na vizinhança de Vanilde do Nascimento, a salvação da lavoura na estiagem também é um poço artesiano. Ele é compartilhado com vários outros agricultores. Segundo ela, se não fosse essa água, toda a plantação estaria perdida.
“A gente tira a água do poço artesiano. É uma água cara porque o custo é alto. E nessa época da produção, cai o preço da verdura, aí fica muito alto pra gente”, avalia. Antes do uso do poço, a família de Vanilde tirava a água para regar a horta de um açude, que fica próximo da propriedade dela, que tem 1,5 hectare. Há cinco meses, no entanto, o nível de água do açude está abaixo do normal. “Muito triste ver uma coisa dessas. Aqui é onde eu criei meus filhos. Hoje eu tenho 55 anos e pra ver uma coisa dessa é muito triste”, desabafa ela.
G1 Bahia Foto: Reprodução TV Globo
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