O terceiro ciclo do programa Bioma Caatinga irá beneficiar, até 2019, 600 criadores de caprinos e ovinos, além de 30 micro e pequenas empresas ligadas à caprinovinocultura nos municípios de Juazeiro, Remanso, Casa Nova, Curaçá e Uauá, no norte da Bahia.
O programa, fruto da parceria entre o Sebrae Bahia e a Fundação Banco do Brasil, é desenvolvido na região desde 2013, com o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva da caprinovinocultura, levando conhecimento, inovação no manejo e elevação da qualidade dos animais para os seus criadores, além de acesso a mercados e a crédito financeiro, para futuros investimentos no segmento.
Coordenador do Bioma da Caatinga e analista do Sebrae em Juazeiro, Carlos Robério Araújo explica que o programa começou com a identificação e organização dos produtores em cerca de 40 territórios, nos cincos municípios atendidos. Depois, priorizou estratégias para integrar ações entre os produtores e empresas ligadas ao setor. Robério destaca que a nova etapa do Bioma visa intensificar o acesso do produtor a novos mercados, buscando maior participação nos lucros dos negócios que produz, eliminando intermediários na venda da carne, por exemplo, ou comercializando diretamente com grandes redes de atacado e varejo.
"O grande desafio desse ciclo é melhorar a competitividade do produtor rural, da loja de insumo, do abatedouro, do frigorífico e do supermercado. Nossa meta é fazer com que o varejista perceba que precisa se articular direto com quem produz, para que, juntos, ofereçam produtos de mais qualidade e com preço melhor para o consumidor", planeja.
Para essa nova etapa, foram liberados recursos que chegam a quase R$ 1,6 milhão. Vinte e cinco profissionais credenciados no Sebrae Bahia, entre eles zootecnistas, veterinários, técnicos agrícolas e jornalista vão atuar em funções integradas de agentes de desenvolvimento rural, supervisores, agentes de comunicação e marketing, de mercado e correspondente de crédito, na sede e zona rural dos municípios.
A agricultora Maria Domingas dos Santos, da comunidade de Xique-Xique, em Remanso, será mais uma vez beneficiada com as ações do programa. Ela já vem recebendo orientações técnicas no campo desde a implantação do Bioma, e revela que o programa mudou muita coisa na vida dos produtores, principalmente nas áreas de manejo e alimentação.
"Antes, os animais ficavam todos juntos. Com orientação, passamos a separar as prenhas, os cabritos e o reprodutor em espaços diferentes, os chamados 'cochos privativos'. Investimos também em mudas forrageiras, armazenamos o alimento, que dura até os períodos mais secos e aliado à ração incrementa a alimentação dos animais. Estamos perdendo menos cabritos e aumentando a produção do rebanho", comemora a agricultora.
Em visita recente a Juazeiro, representantes da Fundação Banco do Brasil, viram de perto como o programa está iniciando o terceiro ciclo nos municípios. Cerca de 60 produtores atendidos pelo Bioma Caatinga e donos de abatedouro e empresas foram entrevistados pelos técnicos da fundação. "Percebemos que o Bioma está ajudando os produtores a sair do amadorismo em relação à criação de animais e profissionalizando a atividade, com acréscimo de renda e acesso a novos canais de comercialização. Acredito que vamos avançar ainda mais", disse o assessor sênior de avaliação de projetos sociais da Fundação BB, Cleiton Maciel.
Agência Sebrae de Notícias Bahia
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