A última sexta-feira (17) foi de avaliação, emoção e despedidas no Centro de Formação Dom José Rodrigues, momento de encerramento da 26ª Escola de Formação de Juventude para Convivência com o Semiárido. O evento teve início dia 06 de agosto e reuniu cerca de 40 jovens dos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Minas Gerais.
Realizada pelo Irpaa desde 1992, a Escola de Formação se propõe a contribuir com a formação de multiplicadores/as da proposta de Convivência com o Semiárido. A partir de uma programação intensa ofertada durante as duas semanas no Centro de Formação e também em visitas em locais como Coopercuc, em Uauá, Escola Família Agrícola de Sobradinho – EFAS e Embrapa Semiárido, em Petrolina, as/os participantes se debruçam sobre elementos que confirmam a viabilidade do Semiárido brasileiro e a necessidade apenas de políticas públicas apropriadas.
Temáticas como Saneamento Básico, Saúde Mental, Arte Popular, Protagonismo da Juventude, também estiveram na programação a partir da participação de pessoas convidadas, o que foi avaliado pelo grupo como momentos bastante positivos, que possibilitaram vivenciar de forma diferenciada os conteúdos da Escola de forma geral. Além disso, o grupo também ponderou aspectos da metodologia e conteúdos relacionadas aos Eixos de atuação do Irpaa (terra, clima e água, produção, educação e comunicação).
De acordo com a participante Edna Costa, da região de Palmeiras dos Índios (AL), a Escola veio para aguçar o olhar para o Semiárido: “a gente sai daqui como jovens multiplicadores da agroecologia, multiplicadores nas suas comunidades e regiões e até no nosso estado”. Ela conta que algo que chamou muito sua atenção foi a proposta de educação contextualizada ao Semiárido trabalhado na Escola e visto na prática durante visita a EFAS. “É possível viver e conviver no Semiárido. Eu saio daqui fortalecida e digo que vou ser uma jovem multiplicadora”, se compromete Edna.
A intenção do Irpaa ao realizar a Escola todos os anos é fortalecer a defesa da proposta de Convivência com o Semiárido, o que só pode se confirmar a partir do retorno dos/das participantes para suas comunidades. Conforme ressalta Nívea Solange Rocha, coordenadora administrativa da instituição, isso pode ser verificado a partir das relações institucionais com outras entidades, das Redes e Fóruns, da visita em comunidades e outros estados, onde encontra-se pessoas que passaram pela Escola e replicaram as informações, colocando em prática as experiências vividas na formação.
O público da Escola é indicado por instituições que já são parceiras do Irpaa ou que atuam em defesa da Convivência com o Semiárido nos estados do Nordeste e norte de Minas Gerais. Para o Irpaa esse é um investimento alto, porém necessário, uma vez que “diante da falta de políticas públicas para esse segmento, sobretudo com jovens e mulheres, é de grande relevância, compreendendo a proposta de Convivência como Semiárido e podendo trabalhar isso na perspectiva de ser grandes lideranças”, afirma Nívea, declarando que a Escola tem um custo total de em média R$ 95 mil para o Instituto.
O compromisso em compartilhar os conhecimentos apreendidos na Escola foi reafirmado durante o encerramento. Segundo Maria de Fátima Veras, da região de Crateús (CE), esses dias no Centro de Formação do Irpaa “vão despertar e revigorar e fortalecer em nós esse compromisso com a luta, de deixar em nós florescer e reflorescer, assim como a Caatinga, também nas nossas vidas, nas nossas comunidades, nos nossos campos de atuação”. A jovem afirma que não serão apenas as formações teóricas que vão nortear as partilhas no retorno para casa, ela diz que “vão ser vivenciados na prática para que possa garantir a melhoria e a qualidade de vida para as pessoas que convivemos no meio onde estamos inseridos”, reforça.
Irpaa
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