Mais bem informado e maduro, o consumidor brasileiro tem utilizado cada vez mais a internet como um aliado na hora de ir às compras. Um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com internautas que realizaram alguma compra on-line nos últimos 12 meses mostra que 47% dos entrevistados sempre fazem pesquisas na internet antes de realizar alguma compra em loja física. Nesses casos, a maioria busca informações sobre preços (38%), detalhes e características daquilo que pretendem adquirir (22%) e também a opinião de outros clientes sobre a experiência de compra (10%). Apenas 18% dos entrevistados compram direto em lojas físicas sem fazer qualquer consulta no ambiente virtual. Outros 35% recorrem à consulta apenas eventualmente, a depender do tipo de produto ou serviço que buscam.
De acordo com a pesquisa, os itens mais pesquisados na internet antes da aquisição na loja física são os eletrodomésticos (58%), smartphones (56%), eletrônicos (51%), roupas e acessórios (32%) e cosméticos e perfumes (30%). Quando precisam se informar sobre os produtos ou serviços que pretendem adquirir, 47% dos internautas buscam informações em sites que mensuram índices de reclamações, enquanto 35% preferem os sites ou aplicativos da própria empresa e 34% recorrem aos buscadores, como o Google, por exemplo.
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, com o avanço da tecnologia, as decisões de compra por parte do consumidor passam por múltiplos canais e de forma simultânea, unindo mundo on-line e off-line. "A internet é a grande ferramenta que o consumidor tem em suas mãos para informar-se de forma rápida, prática e bastante abrangente sobre produtos e serviços, comparar preços e pesquisar a reputação das marcas a partir da experiência de outros clientes. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e bem informados, transitando o tempo todo por diferentes plataformas durante o processo de compra. A internet trouxe às pessoas a liberdade de comprar quando e onde quiserem e as empresas precisam se adaptar a essa nova realidade", afirma Costa.
25% dos internautas visitam loja física antes de comprar na internet. Maioria busca ver detalhes de perto e pesquisar preço
Se consultar a internet antes de realizar uma compra em lojas físicas tornou-se um hábito do internauta brasileiro, o inverso também acontece, embora em uma proporção menor. De acordo com a pesquisa, um quarto (25%) dos internautas visita uma loja física para conhecer o produto que deseja adquirir na internet. A maior parte toma essa atitude para ver os detalhes e principais características daquilo que está sendo adquirido (17%), além da tradicional pesquisa de preço (12%). Outros 44% tomam essa atitude a depender do produto, enquanto 30% não se importam em realizar a pesquisa, indo direto aos sites ou aplicativos.
Os itens que os entrevistados mais procuram ver presencialmente para depois comprar de forma on-line são os eletrodomésticos (53%), smartphones (46%), eletrônicos (41%) e roupas ou acessórios (29%).
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, os empresários precisam romper com a separação entre varejo físico e on-line para proporcionar experiências mais completas aos seus clientes. "Houve um tempo em que o mundo virtual e o mundo físico não conversavam. Mas isso acabou. Hoje, os clientes se surpreendem quando a empresa não tem ao menos um canal de atendimento on-line. Isso acontece porque as pessoas estão todo o tempo conectadas, mas continuam sendo consumidores no sentido tradicional. Por isso, investir na qualidade da experiência de compra é entender que o cliente é ao mesmo tempo físico e virtual e tem transito livre entre os diferentes canais de venda e relacionamento", afirma.
Para 83%, lojas on-line praticam preços mais baratos, mas facilidade de troca é vantagem percebida nas lojas físicas
O estudo ainda revela em quais tipos de compras as lojas físicas ganham a preferência do consumidor e em quais momentos a compra pela internet leva vantagem. De modo geral, a maioria (83%) relata a percepção de que os preços praticados na internet são mais baratos do que nas lojas físicas. Outro aspecto comparativo que aparece com força é a comodidade (75%) seguida da variedade na oferta de produtos (73%). Também são mencionados como fatores positivos da internet a facilidade para escolher produtos (62%), disponibilidade de informações (59%), agilidade na compra (58%) e melhores formas de pagamento (57%).
Em contrapartida, as lojas físicas lideram quando são levados em consideração a facilidade de troca (73%), qualidade do atendimento (51%) e pós-venda (46%). Entre os preferem o ambiente físico para as compras, 40% acham que há menos decepções nesse tipo de compra do que no ambiente on-line e 38% destacam a vantagem de poder levar o produto para casa imediatamente após o pagamento. No geral, a internet é o meio preferido de 62% dos internautas na hora de fazer compras, enquanto 36% ainda preferem as lojas físicas e 1% cita as redes sociais.
Já em relação as sensações provocadas por cada tipo de compra, as lojas físicas são consideradas mais seguras (64%), proporcionam compras mais conscientes e racionais (41%) e também prazerosas (37%). Por outro lado, as compras feitas em sites ou aplicativos costumam deixar o consumidor mais ansioso (62%), proporciona compras mais personalizadas (52%) e estimula compras por impulso (43%).
41% dos internautas admite que cede às compras por impulso. Promoções são as principais razões do gasto impensado. Internauta dá nota oito para segurança digital
A pesquisa aponta que a impulsividade atinge parte considerável dos internautas. Quase (41%) em cada dez entrevistados admite que nem sempre planeja suas compras on-line, sendo que na maior parte das vezes são tentados pelo desejo de consumo (23%) ou pelo senso de oportunidade (18%) ao se depararem com uma oferta. Nesses casos, os principais motivos das compras impulsivas feitas pela internet são as promoções (67%), as visitas constantes aos sites das lojas (36%) e o recebimento de propagandas (24%).
Os tipos de produtos que os internautas menos resistem na internet, mesmo sem saber se tem condições de comprar, são as roupas, calçados e acessórios (37%), cosméticos e perfumes (18%), livros (16%), artigos para casa (15%) e eletrônicos (14%). Já os canais online que mais estimulam as compras por impulso são e-mails de divulgação (56%), notificações de ofertas de aplicativos (48%), redes sociais (33%) e os influenciadores digitais (28%).
"Saber diferenciar desejo e necessidade é fundamental para resistir às compras impulsivas. Com a customização crescente das ofertas enviadas para os internautas, a situação fica ainda mais favorável para compras sem pensar", alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Embora muitos internautas não resistam aos apelos da propaganda na internet, a pesquisa aponta um grau positivo de maturidade do consumidor na questão da segurança digital. Assim como as lojas on-line se tornaram ambientes mais seguros com o passar do tempo, os internautas também passaram a se precaver mais na hora de fazer compras usando o computador. Em média, o internauta atribui nota 7,9 no quesito sentir-se seguro para fazer compras on-line. No geral, 91% dos internautas dizem se preocupar com fraudes na internet.
Nesse sentido, 98% das pessoas ouvidas na pesquisa tomam algum tipo de cuidado ao fazer compras pela internet, sendo que 59% só fazem compras em canais conhecidos ou indicados e 39% evitam cadastrar dados do cartão de crédito para compras futuras. Além disso, 35% são desconfiados e não compram em sites que praticam ofertas com preços excessivamente baixos.
"O mercado de e-commerce já amadureceu o suficiente no Brasil para oferecer compras seguras e o consumidor já sabe identificar indícios de fraude de forma mais efetiva. Em geral, ofertas muito generosas e de sites desconhecidos devem ser encaradas com extremo cuidado, pois podem ser sinal de fraude", alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Metodologia
A pesquisa ouviu 815 consumidores de ambos os gêneros, todas as classes sociais, capitais do país e acima de 18 anos que fizeram alguma compra online nos 12 meses anteriores ao estudo, ocorrido entre os dias 08 e 18 de maio de 2018. A margem de erro é de no máximo 3,43 pp a uma margem de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa emhttps://www.spcbrasil.org.br/pesquisas
4 comentários
23 de Aug / 2018 às 17h24
JA MANDEI VARIOS RECADOS,ATRAVÉS DE SEUS GERENTES, PARA OS DIRETORES DAS GRANDES LOJAS DE VAREJO,ALERTANDO-OS,SOBRE A MONUMENTAL BURRICE QUE PRATICAM,QUANDO EM SUAS LOJAS VIRTUAIS TEM UM DETERMINADO PRODUTO E NAS LOJAS FISICAS NÃO.SÃO INCONTÁVEIS AS VENDAS QUE DEIXAM DE EFETUAR POR CONTA DESTA INEXPLICÁVEL E MONUMENTAL BURRICE.UM PRODUTO NUMA LOJA VIRTUAL TERIA MAIS RAZÃO DE SER EM CIDADES ONDE NÃO EXISTEM AS LOJAS FISICAS,MAS,ONDE ELAS EXISTEM,PORQUE NÃO TER OS MESMOS PRODUTOS EXISTENTES NAS LOJAS VIRTUAIS,PRINCIPALMENTE NA ATUAL ÉPOCA DE CRISE QUANDO SE PRECISA FATURAR PARA NÃO QUEBRAR ?
23 de Aug / 2018 às 17h37
EXISTE UMA PRATICA LEVADA A EFEITO POR ALGUMAS LOJAS VIRTUAIS,PRATICA DESONESTA E IRRITANTE ,UM AUTENTICO PEGA TROUXAS,OU SEJA :A CADA VEZ QUE SE ACESSA O SITE DE ALGUMAS DESTAS LOJAS,SE DEPARA COM PREÇOS DIFERENTES PARA UM MESMO PRODUTO,ISTO ALEM DE SER UM IMPERDOÁVEL DESRESPEITO AO CONSUMIDOR,AINDA O CONFUNDE NA HORA DA COMPRA.POR VARIAS VEZES JA DEIXEI DE COMPRAR POR CONTA DISTO. TAMBÉM FALTA MAIS CLAREZA SOBRE AS FORMAS DE PAGAMENTO,QUANDO O COMPRADOR PRECISA QUASE FINALIZAR A COMPRA PARA SABER COMO VAI PODER PAGAR.
23 de Aug / 2018 às 17h42
HA TAMBEM UM PEGA TROUXA PRATICADO POR ALGUMAS LOJAS,OU SEJA: UM PRODUTO É OFERTADO COM UM PREÇO ATRATIVO,MAS O FRETE COBRADO É MUITO ACIMA DO QUE SERIA NORMAL A SER COBRADO,INVIABILIZANDO ESTA VANTAGEM,EM OUTROS CASOS,ONDE O VALOR DO PRODUTO OFERTADO NÃO É ATRAENTE,O FRETE JA É BEM MAIS BARATO.EQUIPARANDO AS DUAS SITUAÇÕES,AMBAS AS OFERTAS ACABAM TENDO VALORES SEMELHANTES,QUANDO NÃO,IGUAIS.
23 de Aug / 2018 às 17h53
POR CAUSA DESTAS PRATICAS CONDENÁVEIS,JA DEIXEI DE FAZER MUITAS COMPRAS PELA INTERNET,ALERTANDO MEUS AMIGOS PARA ESTAS ARMADILHAS.ACREDITO EU,QUE AVISADOS,TAMBEM NÃO SE ARRISCARAM. POR DUAS VEZES,COMPREI UM MESMO OBJETO EM LOJAS VITUAIS DIFERENTES,E O MESMO VEIO TROCADO POR OUTRO,DE MENOR VALOR E COM OUTRAS CARACTERISTICAS . DEVOLVI E RECEBI DE VOLTA O VALOR PAGO,POR OUTRO LADO,EM NENHUMA LOJA FISICA DESTAS EMPRESAS EU ENCONTREI ESTE OBJETO PARA COMPRAR, 'TELEFONE DE MESA AUDIOPLUS'.SE O TIVESSE ENCONTRADO NUMA DESTAS LOJAS FISICAS,TERIA COMPRADO UM AMIGO O COMPROU PRA MIM EM SÃO PAULO .