A bicicleta é conhecida por ser amiga do meio ambiente e pelos benefícios ao corpo de quem a inclui na rotina, como perda de gordura e fortalecimento dos músculos. Mas além dos benefícios físicos, as pedaladas contribuem para a saúde mental dos seus adeptos. Pesquisadores mostram o feito em um estudo com 3.567 moradores de sete cidades europeias, destacando resultados como maiores níveis de vitalidade, autopercepção do estresse e menos sentimento de solidão.
“Todos os efeitos positivos para a saúde que encontramos podem ser resultado de uma repetida alta satisfação com o uso da bicicleta na vida diária. Esses níveis de bem-estar podem ser explicados pelo fato de a bicicleta poder oferecer independência, ser econômica e agradável e conseguir criar identidade — os ciclistas gostam de se identificar como ciclistas”, lista ao Correio Ione Ávila Palencia, pesquisadora do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), na Espanha, e principal autora do trabalho, publicado na revista científica Enviromental Health.
O relaxamento e o bem-estar também foram constatados pelos cientistas europeus. O estudo faz parte do projeto de pesquisa Atividade Física Através de Abordagens de Transporte Sustentável (PASTA, pela sigla em inglês), financiado pela União Europeia e realizado em sete cidades: Londres (Inglaterra), Antuérpia (Bélgica), Barcelona (Espanha), Orebro (Suécia), Roma (Itália), Viena (Áustria) e Zurique (Suíça).
Todos os participantes, que tinham ao menos 18 anos, responderam a um questionário sobre a relação entre locomoção e saúde, com perguntas que abordavam questões como frequência do uso de diferentes modos de transporte — carro, moto, transporte coletivo, bicicleta, bicicleta elétrica e caminhada —, como os indivíduos percebiam a própria saúde e quais relações sociais estabeleciam (solidão e contato com amigos e/ou familiares).
O segundo modo de transporte que proporcionou mais benefícios foi a caminhada — associada a boa autopercepção da saúde geral, maior vitalidade e maior contato com amigos e ou familiares. “As descobertas foram semelhantes em todas as cidades estudadas. Isso sugere que o transporte ativo, especialmente o uso da bicicleta, deve ser incentivado para melhorar a saúde e aumentar a interação social”, comenta Ione Ávila Palencia.
Foto: Itamar Silva
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