Os indícios de que a seca está implacável é denunciada pela terra rachada. A falta d’água nos reservatórios e a previsão de poucas chuvas agravam o problema. O último mês foi ainda mais crítico. Monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA) mostra que a seca moderada, nível intermediário do problema, aumentou 246% entre maio e junho.
São mais de 328 mil pessoas vivendo em áreas extremas e severas, onde as intempéries do tempo são ainda mais duras. Nesta semana, reunião definirá decisões estratégicas, com referência à gestão de reservatórios de água para o abastecimento e para geração de energia.
Sem o avanço de frentes frias, a tendência ainda é de chuvas raras e concentradas nas áreas litorâneas. Os reservatórios estão em baixa. Dos 521 aquíferos do Nordeste, quase a metade (214) está abaixo de 30% da capacidade, segundo a ANA. O temor de especialistas é de que estiagem semelhante à que castigou o semiárido brasileiro entre 2012 e 2017, considerada a pior da história pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), volte a afetar os nordestinos.
Em todo o país, o número de cidades em estado de emergência ultrapassa 800. Nos próximos seis meses, as prefeituras podem pedir apoio ao governo federal para ações emergenciais. Em alguns locais, além do abastecimento de água potável por caminhão-pipa, houve distribuição de comida e famílias foram retiradas de áreas de risco.
O meteorologista Manoel Rangel, do Inmet, explica a tendência climática para a região. “Está chovendo menos do que era esperado. Do Maranhão até a Bahia, todo dia têm pancadas, mas são fracas. As precipitações estão e vão permanecer abaixo da média. Uma massa de ar seco que está predominando em 85% do país impede a formação de nuvens”, detalha. A situação pode degringolar ainda mais. “Ainda não está definido, mas existe a possibilidade.”
Foto: Irpaa
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