Os pais da menina Beatriz, Lúcia e Sandro abordam e pontuam o texto das notas de esclarecimento da direção do Colégio e do ex-funcionário acusado de apagar as imagens das câmaras de segurança. Cobram das autoridades mais uma vez uma resposta contundente para a solução do assassinato da filha, ocorrido dentro do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, na noite de 10 de dezembro de 2015.
Confiram:
Nós, os pais de Beatriz Angélica, somos a parte mais interessada na resolução dessa situação. Não somos irresponsáveis, nem levianos e principalmente não gostaríamos de ser testemunhas de mais uma injustiça na sociedade. Sempre cobramos principalmente das autoridades policiais uma resposta célere e contundente.
Desde o início participamos e colaboramos incansavelmente para que tudo seja esclarecido, custe o que custar, seja o que for, doa a quem doer. Sofremos diariamente com a angústia e impotência diante das situações que são reveladas oficialmente e muito mais com os vazamentos de informações (que deveriam estar sob sigilo) nas redes sociais.
A cada nova revelação nos apegamos profundamente com a esperança renovada de termos um fechamento dessa tragédia que todos vivemos. Quando soubemos que as imagens haviam sido adulteradas ou apagadas, tivemos a certeza de que o caso seria solucionado naquele momento. Eis aí a ponta do novelo. Não foi imputado a autoria do crime de homicídio a ALLINSON HENRIQUE DE CARVALHO CUNHA, mas sim a prática de crimes diversos que de alguma forma contribuíram para que até agora não se chegasse ao resultado esperado por todos.
A equipe da Polícia Civil de Pernambuco periciou os equipamentos de gravação de imagens e foi comprovada a PROVA DA MATERIALIDADE e AUTORIA DOS CRIMES previstos nos artigos 342, caput e 347 do Código Penal, apontando o ex-funcionário do Colégio Maria Auxiliadora de Petrolina-PE como o responsável por deletar imagens captadas por câmeras em que aparece o suspeito do assassinato de nossa BEATRIZ.
Pois bem, a Força Tarefa do Ministério Público acatou e ratificou esse pedido de prisão preventiva. A juíza Elane Brandão Ribeiro também entendeu que tanto a prova da materialidade quanto a autoria desses crimes estavam presentes. O único motivo para o indeferimento foi relativo ao tempo da prática dos crimes praticados por ele, Allinson Henrique, cometidos em 2016.
Em relação a esse argumento temos que perceber é que esse fato em si foi o mote do comprometimento de quase toda investigação, porque a partir do momento em que se deletou as imagens não se pôde mais chegar com precisão ao autor ou autores do fato criminoso. Então, a questão da contemporaneidade não deveria ser vista no dia de hoje, mas em relação ao comprometimento que essa ação lá atrás trouxe para toda a investigação policial. Não é porque o crime é mais ou menos grave que eu vou dizer se deve ou não ser preso.
O que se busca com a prisão nessa situação específica é a solução do inquérito policial. É a conveniência para a instrução processual futuramente.
Em notas à imprensa, tanto o Colégio Maria Auxiliadora, quanto seu ex-funcionário Allinson Henrique, querem inculcar nas pessoas de que a responsabilidade por ter apagado as imagens é da Polícia Civil de Pernambuco. Isso é lamentável. Contra provas não há argumentos. A verdade prevalecerá. Iremos recorrer dessa decisão que achamos ser bastante injusta. Acreditamos nas instituições e no poder público. Cremos principalmente em DEUS.
Não permitiremos que outra injustiça seja cometida contra nossa princesa BEATRIZ.
Lucinha Mota e Sandro Romilton.
Petrolina- PE, 27 de Julho de 2018.
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